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domingo, 1 de junho de 2008

Grandes livros - 5


Li "Cem Anos de Solidão" ("Cien Años de Soledad"), de Gabriel García Márquez, em 1983. 

Sim, este é um livro que marca profundamente quem o lê, a ponto de se lembrar quando e como o leu. 

Eu costumo dizer que um bom livro se conhece pelo seu primeiro parágrafo ou pela primeira frase. 

"Cem Anos de Solidão" é um desses casos, pois assim começa: "Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo". 

A seguir, já apresenta Macondo, essa vila mítica que povoa o imaginário de todo latino-americano, especialmente aqueles dos sertões e das florestas da América abaixo do Rio Grande. 

Entretanto, "Cem Anos de Solidão" é uma obra universal, para todas as épocas e todas as gentes, e é um dos pontos altos da obra de García Márquez, já que, a meu ver, "Crônica de Uma Morte Anunciada", "Nos Tempos do Cólera" e "Do Amor e Outros Demônios" estão no mesmo nível de obra-prima de "Gabo". 

"Cem Anos" marca o Prêmio Nobel de Literatura de 1982, muito justamente conferido ao escritor colombiano, expoente do realismo mágico latino-americano, e que soube, como poucos escritores do continente, narrar as histórias e as fábulas da gente comum do povo, na sua luta diária por domar um território selvagem, e nas tragédias políticas que marcam a sua história, inclusive com repercussões até hoje na Colômbia, esse país maravilhoso e hospitaleiro que já tive a oportunidade de visitar duas vezes. 

Tomando como fio condutor a história da família Buendía desde a fundação de Macondo, o livro conta as fantasias que cercam o povo e o povoado, ao longo de 100 anos de delírios e silêncios, com personagens que, certamente, muita gente vai identificar com os personagens folclóricos que habitam as cidades e o inconsciente coletivo do brasileiro, do argentino, do colombiano, enfim, de todos nós. 

É sempre bom ler "Cem Anos de Solidão", pelo menos para saber porque tanto o Brasil como a América Latina, no fundo, constituem uma grande Macondo.

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