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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Advogados paulistas não confiam na Justiça

É o que diz pesquisa noticiada pela Folha de S. Paulo de hoje:

Advogados confiam pouco na Justiça e acham que ela é ineficiente, diz pesquisa

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

A Justiça brasileira vai de mal a pior na visão dos advogados que participaram de uma pesquisa da Fundace (Fundação para pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia), coordenada por professores da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP.

Numa escala de zero a cem, o "Índice de Confiança na Justiça sob a Percepção de Advogados do Estado de São Paulo" foi calculado em 34,68.

Segundo os coordenadores da pesquisa e professores do departamento de contabilidade da FEA-RP, Marco Aurélio Gumieri Valério e Cláudio de Souza Miranda, o índice é considerado muito ruim se verificada a percepção para os próximos cinco anos.

Dos 706 entrevistados em todo o Estado, apenas 50,4% afirmaram que a Justiça estará melhor (48%) ou muito melhor (2,4%) daqui a cinco anos. O restante afirma que estará pior (36,5%) ou muito pior (13%).

Entre outros indicadores, o estudo revelou que 87,9% dos entrevistados acreditam que a Justiça brasileira é pouco ou nada eficiente.

Quanto à igualdade de tratamento, ou seja, sem importar meios econômicos, contatos pessoais ou filiação política, 80,5% dos advogados que responderam à pesquisa julgam que o tratamento é nada igual, ou pouco igual.

Já no quesito honestidade, 50,6% acham que é honesta ou muito honesta e 49,4% nada honesta ou pouco honesta. A lentidão foi um dos pontos críticos apontados pelo estudo, já que 99% dos entrevistados disseram que é lenta ou muito lenta.

A pesquisa ainda levantou as opiniões sobre os custos para a solução de litígios, apontando que 88,3% acham cara ou muito cara. O acesso para a solução de litígios foi considerado difícil ou muito difícil por 61,9% das pessoas que responderam o questionário.

Segundo Valério, o advogado faz a ligação entre o Judiciário e o cidadão, e 'sua percepção é transmitida para as pessoas' que representam nas ações. 'Ou seja, a avaliação do cidadão sobre a Justiça brasileira pode ser ainda pior', disse.

Em estudo publicado em novembro pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a população deu nota 4,55 para a Justiça, numa escala de zero a dez.

Para os técnicos do instituto, a avaliação mostra que órgãos como o Ministério Público, a Polícia Judiciária e a Defensoria Pública realmente têm uma avaliação ruim da população.

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