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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Oxford diz que a fé é um instinto natural do ser humano

O jornal britânico The Telegraph informa hoje que uma pesquisa liderada por dois acadêmicos da Universidade de Oxford, que custou cerca de 2 milhões de libras esterlinas, chegou à conclusão de que o pensamento humano é (por falta de melhor palavra) “direcionado” a conceitos religiosos, com algumas distinções significativas. Pessoas que vivem em cidades de países altamente desenvolvidos são menos propensas a ter algum tipo de crença religiosa do que aqueles que vivem no campo. O projeto envolveu 57 acadêmicos de 20 países, de várias disciplinas como antropologia, psicologia e filosofia. A grande questão que eles investigaram foi se a crença em seres divinos e na vida após a morte são conceitos aprendidos na vida em sociedade ou se já nascem com o ser humano, ou seja, se se trata de um instinto natural.

Um dos estudos conduzidos pela equipe de eruditos concluiu que crianças com menos de 5 anos de idade são muito mais facilmente propensas a crer em propriedades “super-humanas” do que a entender as limitações que todos os seres humanos “normais” têm que enfrentar na vida. O experimento realizado por eles consistia em perguntar às crianças se suas mães sabiam que objeto estava guardado dentro de uma caixa fechada. As crianças de 3 anos de idade acreditavam que suas mães e Deus sempre saberiam do conteúdo, mas a partir da idade de 4 anos, as crianças começavam a entender que as suas mães não eram oniscientes.

Também foi feito um esforço para não limitar a pesquisa a apenas uma determinada sociedade, como a ocidental. Por isso, foram conduzidos estudos na China que mostraram que pessoas de diferentes culturas instintivamente creem que alguma parte das suas mentes, almas ou espíritos, de alguma forma sobrevivem após a morte.

Um dos diretores do projeto, Prof. Roger Trigg, de Oxford, disse que a pesquisa mostrou que religião “não é só algo para alguns poucos fazerem no domingo em vez de jogar golf. Nós reunimos um corpo de evidência que sugere que a religião é um fato comum da natureza humana que perpassa sociedades diferentes”. Acrescentou ainda que “isto sugere que tentativas de suprimir a religião tendem a ter vida curta, já que o pensamento humano parece ser dirigido a conceitos religiosos, como a existência de agentes ou deuses sobrenaturais, e a possibilidade de uma vida após a morte e também uma vida antes da própria vida”. O Dr. Justin Barret, do Centro de Antropologia e Mente da Universidade de Oxford, que dirigiu o projeto, disse também que a fé é um fenômeno que persiste em diversas culturas ao redor do mundo porque as pessoas que mantêm e compartilham ligações religiosas “poderiam ser mais propensas a cooperar com a vida em sociedade. Interessante também foi descobrir que é menos provável que a religião floresça em cidades de nações desenvolvidas, onde já existe uma enorme rede de suporte social”.

Esta pesquisa recente apenas reforça o que ja vínhamos comentando aqui no blog há longo tempo. Por isso recomendamos que você leia nosso pequeno acervo de textos e estudos sobre o "instinto moral".

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