Páginas

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Religiosos nominais têm cérebro maior que evangélicos e católicos nos EUA

Essa é mais uma daquelas pesquisas que vai para a gaveta das estatísticas esquisitas que servem para justificar qualquer coisa. Foi realizada nos Estados Unidos e a terminologia tem em conta as peculiaridades da divisão religiosa daquele país, daí a divisão entre "protestantes" (aqueles que professam uma religião originária da Reforma, mas apenas nominalmente, sem serem realmente convertidos), "evangélicos" (born-again, ou seja, "nascidos de novo", que alegam ter tido uma experiência genuína de conversão) e católicos. O estudo, conduzido pela Duke University Medical Center (de Durham, North Carolina) e divulgado pelo U.S. News & World Report, sugere que os protestantes nominais têm cérebros maiores que os evangélicos e católicos, que apresentam uma atrofia no hipocampo, região do cérebro de vital importância para o aprendizado e a memória, e cujo encolhimento é associado também a depressão, demência e mal de Alzheimer.

A pesquisa consistiu na avaliação de 268 pessoas com idade de 58 a 84 anos, que tiveram investigadas as suas filiações denominacionais, práticas espirituais e experiências religiosas de conversão, e que durante o período de 2 a 8 anos, tiveram o hipocampo monitorado por scanners de última geração. Os pesquisadores apenas levantaram algumas hipóteses para a diferença verificada entre os cérebros analisados, entre as quais a de que os evangélicos e católicos norteamericanos seriam mais, digamos, "estressados", por pertencerem a minorias inseridas na população dos EUA, majoritariamente constituída por pessoas que apenas dizem pertencer ou frequentar uma determinada igreja de origem protestante, mas sem ter qualquer experiência religiosa de conversão. O único problema com esta teoria é que evangélicos e católicos estão muito longe de ser exatamente uma minoria minúscula (com o perdão da redundância) e oprimida nos EUA. Outra hipótese aventada é a de que, no caso de pessoas "nascidas de novo", elas teriam uma espécie de "stress traumático" por terem que mudar súbita e radicalmente hábitos e conceitos de vida que haviam cultivado por décadas a fio, o que explicaria a atrofia constatada em seus cérebros. Duro mesmo vai ser justificar aos contribuintes norteamericanos o fato dessa super útil pesquisa ter sido financiada com verbas públicas do National Institutes of Health ("Institutos Nacionais de Saúde").

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por visitar O Contorno da Sombra!
A sua opinião é bem-vinda. Comentários anônimos serão aprovados desde que não apelem para palavras chulas ou calúnias contra quem quer que seja.
Como você já deve ter percebido, nosso blog encerrou suas atividades em fevereiro de 2018, por isso não estranhe se o seu comentário demorar um pouquinho só para ser publicado, ok!
Esforçaremo-nos ao máximo para passar por aqui e aprovar os seus comentários com a brevidade possível.