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sábado, 23 de julho de 2011

Que pena, Amy...

Ainda que a sua vida de excessos fosse uma espécie de crônica de uma morte anunciada, o fim de Amy Winehouse, encontrada morta em sua casa em Londres hoje, é um desses desperdícios de vida e de talento difíceis de entender e de aceitar. Uma voz privilegiada, uma interpretação rara, marcante como a de poucos cantores que já passaram por este mundo, infelizmente se perderam para sempre e ficarão apenas na memória, nessa estranha mania que a humanidade tem de "eternizar" seus ídolos jovens, imolando no altar da fama gente como Marilyn Monroe, James Dean, Kurt Cobain, Janis Joplin, Jimmy Hendrix e tantos outros. Se é verdade que Deus colocou no coração do homem este desejo de eternidade (Eclesiastes 3:11), talvez o ritual da fama seja a expressão humana de perpetuar-se na memória coletiva e celebrar - também coletivamente - a nossa imensa dor de sermos simples mortais. Triste demais ver talentos tão gigantescos - e vidas que poderiam ser tão belas - se esvaírem em praça pública, debaixo de nossos olhos, lembrando-nos de nossa finitude, jogando na nossa cara a nossa impotência diante da morte. Neste triste sábado, Amy Winehouse sucumbiu definitivamente aos seus demônios. Que pena, Amy...

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