Becky Fischer é uma pastora e missionária norteamericana, que se diz especializada no trabalho com crianças. Entretanto, controvérsia é o que não falta no seu ministério, a começar pelos "pastores" e "apóstolos" a que se associa, como Cindy Jacobs e Rick Joyner. A primeira é mais conhecida por seu forte envolvimento político com os movimentos mais conservadores dos Estados Unidos, e o segundo por suas "umbandas gospel". Não por acaso, todos fazem parte do movimento dos "novos apóstolos". Becky Fischer foi a protoganista - involuntária - de uma polêmica causada por um documentário chamado "Jesus Camp", autorizado por ela própria e realizado em 2006 (último vídeo abaixo), em que foi acusada de doutrinar crianças que apontavam suas mãos a um cartaz com uma foto do então presidente George W. Bush e se defendeu dizendo que estava apenas levando as crianças a orar pelo seu presidente. A reação foi tão forte que Becky teve que parar de fazer seu "Jesus Camp" (uma espécie de retiro para crianças) nos Estados Unidos, e hoje viaja pelo mundo todo utilizando o mesmo título "Jesus Camp" para seus encontros com crianças patrocinados pelas igrejas que ela visita.
O primeiro vídeo abaixo foi gravado numa visita de Becky Fischer a uma igreja de Singapura, cidade-Estado no leste asiático, e parece mais uma (in)versão bizarra gospel do filme "O Sexto Sentido" (lembra-se do "I see dead people" - "eu vejo pessoas mortas"?). Em uma reunião com crianças de tenra idade, e com tantas coisas úteis e saudáveis para ensinar sobre o evangelho, tantas histórias bíblicas que poderiam ser mais inspiradoras ao seu público, Becky decide fazer uma, digamos, performance no mínimo questionável: ela passa a ensinar as crianças como ressuscitar uma criança que - porventura (valha-nos Deus!) - venha a morrer numa circunstância qualquer em que elas estejam presentes. Se já é esquisito falar do assunto "morte" com crianças sem o devido preparo e a supervisão de pais e especialistas treinados no assunto, imagine então fazer isso de sopetão e ainda pedir para as crianças se voluntariarem a se passar por mortas, enquanto outras farão o papel de "ressuscitadores". Pois é exatamente isto o que acontece. Becky Fischer faz duas "representações" de ressurreição com crianças voluntárias, e todos os demais "aprendem" a orar pedindo a ressurreição da pessoa. Fischer faz isso com a mais absoluta naturalidade, como se nenhuma importância devesse dar à fragilidade das crianças e à gravidade do tema. É realmente assustador, e dá combustível de sobra a todos os críticos, principalmente ateus, que querem impedir que crianças sejam expostas àquilo que eles chamam de "abuso emocional". Se Becky Fischer tão-somente tivesse orado pedindo sabedoria, ela certamente teria encontros e palavras muito mais saudáveis e edificantes para dividir com as crianças.
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