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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Israelenses temem mais o próprio país

Medo parece ser uma palavra (e pior do que isso, uma sensação) constante nas vidas dos israelenses, que vivem no espaço geográfico mais conflagrado do mundo, o Oriente Médio, epicentro das piores tensões mundiais. Era de se esperar, portanto, que o maior temor do israelense médio quanto ao seu futuro imediato fosse a ameaça de terrorismo por parte de seus vizinhos palestinos, um ataque nuclear do não tão distante Irã, ou ainda - se me permitem a observação jocosa - as centenas de "bispos" e "apóstolos" brasileiros que lá aportam todo dia para vender suas ilusões judaizantes, mas que são bem-vindos porque, afinal, movimentam a indústria turística do país. Uma pesquisa realizada pelo blog The Jerusalem Report, que ainda será divulgada neste mês, revelou que a ameaça iraniana é a primeira da lista, com 24%. Em seguida se alinham a preocupação com o nível da educação no país (18%), o extremismo religioso dos judeus ultra-ortodoxos (17%), a ameaça do terror palestino (16%), as relações interpessoais (11%) e - por fim - a erosão da democracia e o extremismo de direita ou esquerda (7%). Para quem imaginava que o Irã e a Palestina povoavam os pesadelos dos israelenses, o resultado da pesquisa foi uma enorme surpresa. Ainda que represente uma margem considerável, eles respondem "apenas" pelos temores de 40% da população do país, enquanto os outros 60% (a maioria, portanto) dizem respeito a situações internas de Israel. Curiosamente, quanto mais jovem a faixa etária pesquisada, maior é o temor dos agentes externos, conforme apontam 49% dos jovens entre 18 e 29 anos. Nessa faixa, 26% dos pesquisados temem mais o terror palestino, em claro contraste com os 14% dos mais velhos que alimentam o mesmo temor. Imagina-se que a razão para essa discrepância seja a proximidade que os mais jovens têm com o serviço militar obrigatório, situação em que estão - por motivos óbvios - expostos a mais riscos de morte. De qualquer maneira, o conjunto de dados que emerge da pesquisa lança dúvidas sobre o futuro da convivência pacífica dentro do próprio país.





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