Dia sim, dia não, aparece uma nova descoberta que traz alguma “revelação” sobre a vida de Jesus, especialmente quanto a textos apócrifos que falam sobre detalhes não canônicos de sua vida.
Desnecessário dizer que tem gente que ganha muito dinheiro com isso. Basta lembrar Dan Brown e seu livro “O Código Da Vinci” que requentava velhas estórias sobre o romance (e casamento) de Jesus com Maria Madalena.
Pena que só depois de ver o filme baseado no livro é que as pessoas se deram conta da bobagem paranoica de mais essa teoria da conspiração pseudobíblica (e do dinheiro que perderam e que poderia ter comprado livros melhores).
A bola da vez vem através de Karen L. King, professora da Harvard Divinity School, que alega ter encontrado um fragmento de papiro do século IV d. C., que – segundo ela – sugere que Jesus teria sido casado.
Mal foi lançado o novo boato extrabíblico, e os costumeiros teóricos da conspiração já estão chamando o novo manuscrito de “o evangelho da esposa de Jesus”, expressão que você certamente ouvirá muito nos próximos dias, talvez meses.
Escrito em copta, antiga língua egípcia, o fragmento (do tamanho de um cartão de visita) diria algo traduzido como “Jesus disse a eles, ‘minha esposa’”. “Eles”, no caso, seriam os discípulos a quem Jesus estaria se dirigindo na ocasião.
O tal “cartão de visita” ainda não foi datado cientificamente, embora King e outros eruditos (não se sabe quais) aleguem não ter dúvidas de sua autenticidade.
A professora King não é novata na função da, digamos, “polêmica escritural”, já que já publicou livros sobre outros apócrifos, como os evangelhos de Judas e Maria Madalena.
O anúncio do novo “evangelho” foi feito em Roma esta semana, durante a reunião do Congresso Internacional para Estudos Coptas.
Alega King, conhecida combatente das análises sexistas da Bíblia, que “faz tempo que a tradição cristã sustenta que Jesus não foi casado, ainda que não exista nenhuma evidência histórica para dar suporte a essa afirmação”.
Acrescenta que “esse novo evangelho não prova que Jesus era casado, mas nos diz que toda a questão só surgiu como parte de um debate acirrado sobre sexualidade e casamento. Desde o começo, os cristãos discordaram sobre se era melhor não se casar, mas só depois de um século depois da morte de Jesus é que eles começaram a apelar para o estado conjugal de Jesus para apoiar suas posições”.
Como se percebe, muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte. Inutilmente, diga-se de passagem, mas fornecerá combustível gratuito à fervura requentada e recalcada das paixões anticristãs e antiortodoxas que grassam no mundo de hoje.
Ficou curioso? Pelo menos, você não vai precisar gastar dinheiro comprando o livro. Alguém certamente te dará um "Código Da Vinci" usado com muito gosto.
Nada de novo no front.
A fonte das informações aqui repassadas é o The Huffington Post.
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