"Pendurado na brocha" é uma divertida expressão coloquial brasileira que mostra a situação constrangedora (para não dizer "ridícula") de quem se propõe a defender alguém e, depois de dar a cara para bater, aquele alguém muda de opinião ou é pego com a boca na botija.
Na imagem popular, o pintor fica pendurado na brocha quando lhe tiram a escada.
Parece ser essa a posição em que José Serra, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, deixou Silas Malafaia na sua ofensiva contra o "kit gay" do candidato petista Fernando Haddad, quando este era ministro da Educação (que não chegou a ser distribuído), conforme já divulgamos aqui.
Depois que foi revelado que José Serra distribuiu a sua própria versão do kit gay em 2009, quando era governador do Estado de São Paulo, Malafaia ainda tentou se justificar num vídeo igualmente constrangedor, que pouparemos o leitor de vê-lo aqui por vergonha alheia e pelas razões abaixo, mas o estrago já estava feito.
Como revela o Estadão de hoje, "os materiais estadual e federal têm semelhanças que ultrapassam o formato. Um dos vídeos recomendados pelo kit do governo tucano, 'Boneca na Mochila', foi usado nos seminários de capacitação de professores treinados pelo MEC".
A Folha de S. Paulo de hoje também mostra que tanto o programa federal como o estadual foram produzidos pela mesma ONG, a Ecos, trazendo ainda o depoimento de Toni Reis, presidente da ABGLT:
“A Ecos sempre trabalhou na gestão do Serra, ele está cuspindo no pote (sic) que comeu. O material que fizemos para o MEC tem 80% do material do Estado de São Paulo. É um absurdo se utilizar do preconceito para ganhar voto”, afirmou Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que também fez parte da elaboração do projeto Escola sem Homofobia.
Para quem não se lembra, Toni Reis é o ativista gay que o Malafaia, num dos seus acessos verborrágicos, disse que iria "funicar". Ou seja, Toni Reis cai de paraquedas na história como o insólito elo entre Serra, Haddad e Malafaia.
Reveladas as ligações perigosas entre todos os personagens acima, fica claro que o discurso de Malafaia não tem nada de indignação piedosa e cristã. É só uma pregação de conveniência.
Conveniência esta que varia conforme o gosto do freguês. Triste assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por visitar O Contorno da Sombra!
A sua opinião é bem-vinda. Comentários anônimos serão aprovados desde que não apelem para palavras chulas ou calúnias contra quem quer que seja.
Como você já deve ter percebido, nosso blog encerrou suas atividades em fevereiro de 2018, por isso não estranhe se o seu comentário demorar um pouquinho só para ser publicado, ok!
Esforçaremo-nos ao máximo para passar por aqui e aprovar os seus comentários com a brevidade possível.