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terça-feira, 30 de julho de 2013

O último adeus canino

Hoje faz uma semana que meu fiel cachorro da raça samoieda se foi.

Tempo ainda não suficiente para nos acostumarmos à dor de sua ausência, mas é chegado o momento de lhe prestar uma homenagem, a exemplo do que já foi feito aqui com seus irmãos das raças golden retriever (o River) e kuvasz (o Jordan).

O nome de pedigree dele era Yerik, e nós passamos a chamá-lo de Erick. Para quem não conhece a raça, os samoiedas são originários da Sibéria, terra de seus amigos huskies, mas com um temperamento muito mais carinhoso e dependente do que seus conterrâneos de olhos azuis.

Ambas as raças são exímias puxadoras de trenó, o que obviamente não lhes traz nenhum serviço ou benefício num país tropical. O Erick, entretanto, sempre fazia questão de ir à frente puxando a guia quando saíamos para passear. O instinto mandava.

Lá pelas tantas, depois de um belo passeio, fazia questão de pedir colo, e apesar dos seus 25 - 30 kg de peso, eu fazia questão de carregá-lo por alguns metros, para que ele se sentisse importante e protegido.

Foi um amigo fiel por quase 13 anos de vida. Nos últimos 3 anos, quando já era o último sobrevivente dos cães da casa, usufruiu de todas as regalias de morar num lar onde era o centro das atenções, e sabia retribuir todo o carinho que lhe era dedicado.

Que saudade enorme deixou esse "ursinho" branco com a língua de fora sempre sorridente. A foto abaixo conseguiu capturar muito do seu comportamento dócil.



Inteligente ao extremo para um cão, sabia se comunicar com todos, revelando-nos as suas mais estranhas vontades e entendendo tudo o que lhe era dito, mantendo acesa minha suspeita empírica de que os cães só não aprendem a se comunicar com os humanos de uma maneira muito mais eficaz porque a sua expectativa de vida é relativa e comparativamente baixa.

Se pudessem viver uns 40 a 50 anos com qualidade, talvez descobríssemos uma nova forma de comunicação inter-espécies.

De qualquer maneira, com o Erick, despeço-me também da espécie canina. Aos 50 anos de idade recém-completados, tive o privilégio de sempre ter um cão ao lado, com a consciência tranquila de que todos foram muito bem tratados.

Agora, devo admitir que não tenho mais condições de cuidar deles com a atenção que eles sempre mereceram. É preciso saber decidir quando por fim a um grande prazer.

Chegou a hora, portanto. Com o Erick digo adeus também, em grande estilo, à espécie canina, na esperança de que cães e humanos sejam os melhores amigos para sempre.






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