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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Evangélicos e roqueiros disputam liderança no mercado de instrumentos musicais

Notícia publicada no Estadão:

Roqueiros e evangélicos lideram compras de instrumentos musicais

Católicos aparecem em terceiro lugar, com apenas 4% de um mercado que vai movimentar mais de R$ 700 milhões no País este ano

Roger Marzochi

SÃO PAULO - Os roqueiros representam 15% das vendas de instrumentos musicais no Brasil, em um mercado que deve crescer 12% este ano, embalado pela alta do dólar e por eventos como o Rock in Rio.

No ano passado, as vendas de instrumentos musicais no Brasil chegaram a R$ 625 milhões. Depois dos adeptos do rock aparecem os evangélicos, com 12% do mercado, e os católicos, com 4%.

O restante do mercado (69%) é formado por estudantes de música das escolas, que são 7 milhões de alunos, segundo Synésio Batista da Costa, presidente Associação Brasileira de Música (Abemúsica).

Incentivos. Synésio, que também se define como 'roqueiro de carteirinha', fã dos Beatles, Pepeu Gomes e Mamonas Assassinas, explica que os músicos de jazz representam menos de 1% das vendas de instrumentos musicais no País.

A volta da música nas escolas, decidida há três anos, mas ainda em processo de implantação nas escolas, poderá estimular as vendas do setor, segundo os empresários do setor.

O objetivo da Abemúsica é fazer com que o ensino musical chegue a todas as 170 mil escolas de ensino fundamental no Brasil, que reúnem cera de 22 milhões de alunos.

"Vai demorar, mas imagina quando toda essa criançada começar a estudar música? Isso é um dos motivos do otimismo da indústria e do varejo", explica ele.

Os fabricantes e revendedores de instrumentos musicais estão reunidos em São Paulo na 30ª Feira Internacional de Música - Expomusic, aberta nesta quinta-feira, 19.

A feira reúne 200 expositores que esperam vendas de R$ 250 milhões nos próximos dias, o que significa aumento de 14,5% em relação ao evento do ano passado.

Alta do dólar. "De janeiro a junho, imaginávamos um desempenho 6% a 7% neste ano", diz Synésio Batista da Costa, presidente da Abemúsica. "Com o dólar no atual nível, num momento onde já foi realizada grande parte da importação, a projeção melhorou", acrescenta.

"Os importadores terão que reposicionar os seus negócios no ano que vem, porque os lojistas já importaram o que tinham que importar. Vai ter instrumento mais barato", explica, lembrando que o setor movimenta no varejo R$ 2,5 bilhões em 2 mil pontos de venda em todo o Brasil.

Roberto Weingrill, presidente da fabricante de instrumentos musicais Weril, diz que já sentiu uma melhora no mercado. Segundo ele, as vendas da empresa tiveram um crescimento inesperado de 20% no primeiro semestre.

"O mercado começou a crescer tremendamente, com aumento de vendas dos produtos mais acessíveis", diz o executivo, confirmando a expectativa positiva frente à concorrência com instrumentos importados da Ásia, muito mais baratos que os nacionais.

A concorrência com os importados é tanta que que a companhia havia decidido focar suas vendas em instrumentos profissionais, que são mais caros.

Importados. "Além do dólar, isso reflete a busca por melhor qualidade. O pessoal deixou de comprar produto mais barato. Com a avalanche de instrumentos asiáticos, muitas pessoas se iniciaram no ramo musical e agora buscam um produto com melhor qualidade", diz Weingrill.

A indústria nacional ainda conta com uma ajuda extra: as importações de instrumentos musicais apresentaram queda. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a importação de dez tipos de instrumentos musicais foi de US$ 59,9 milhões de janeiro a agosto, uma queda de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Nesse período, a importação apenas de instrumentos de sopros denominados metais (trompete e sax, por exemplo, produzidos pela Weril) foi de US$ 4,8 milhões, uma queda de 12,31% na comparação com os primeiros oito meses de 2012.

E, com a alta recente do dólar, a Weril pretende elevar a exportação, hoje restrita a apenas 4% de sua produção, muito inferior ao nível de 22% antes da invasão dos produtos asiáticos, que prejudicou a companhia nos mercados interno e externo.

Isenção fiscal. "É um setor que já passou por todas as dificuldades e a tendência é de crescimento. Sofremos com o dólar baixo e a abertura de mercado no início da década de 90. A indústria nacional está com perspectiva boa especialmente se o dólar permanecer entre R$ 2,20 e R$ 2,50", explica Silvio Dutra, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Instrumentos Musicais e Áudio (Anafima).

A entidade pressiona o governo pedindo isenção tributária semelhante à que é concedida para as editoras de livros didáticos.

"O livro didático é isento de impostos para estimular a educação. Com a volta da música nas escolas, a música começou a fazer parte da grade curricular e por isso achamos razoável que os instrumentos musicais sejam tratados da mesma forma que o livro."

SERVIÇO: EXPOMUSIC 2013 – 30ª. FEIRA INTERNACIONAL DA MÚSICA, INSTRUMENTOS MUSICAIS, ÁUDIO, ILUMINAÇÃO E ACESSÓRIOS

Data: 18 a 22 de setembro de 2013
Horários: das 13h às 21h (dia 22, das 11h às 19h).

Dias 20 a 22, o evento é aberto ao público em geral mediante compra de ingresso.
Crianças com idade até 12 anos, maiores de 60 anos e deficientes físicos têm acesso gratuito.

Local: Expo Center Norte
Endereço: Rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme, São Paulo, SP.
Informações pelo telefone: (11) 2226-3100



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