Alto-relevo representando Sargão II da Assíria |
A Assíria foi o segundo grande império que a humanidade conheceu, depois do Egito.
A bem da verdade, houve duas fases bastante distintas do Império Assírio: a primeira, do século XX ao século XV antes de Cristo, em que a capital era Assur; e o Império Neo-Assírio, entre os séculos X e VII a. C., em que a capital mais conhecida foi Nínive, com um longo declínio de seu poderio entre os dois períodos.
A bem da verdade, houve duas fases bastante distintas do Império Assírio: a primeira, do século XX ao século XV antes de Cristo, em que a capital era Assur; e o Império Neo-Assírio, entre os séculos X e VII a. C., em que a capital mais conhecida foi Nínive, com um longo declínio de seu poderio entre os dois períodos.
Nínive foi a maior cidade do mundo no seu tempo, local da pregação do profeta Jonas, e os assírios eram particularmente conhecidos pela crueldade com que travavam suas guerras e pelo tratamento impiedoso com que castigavam os povos conquistados.
Situada na Mesopotâmia, a Assíria foi o grande terror dos israelitas durante boa parte do relato bíblico do Velho Testamento, mais especificamente nos livros de II Reis, II Crônicas e do profeta Isaías. Este grande profeta registrou (cap. 20, v. 1):
No ano em que Tartã, enviado por Sargão, rei da Assíria, veio a Asdode, e guerreou contra Asdode, e a tomou;
O rei assírio a que Isaías se refere é Sargão II, que reinou de 721 a 705 a.C., grande conquistador dos povos vizinhos, entre os quais o reino do Norte, conhecido como Israel, pelo que foi responsável pela primeira diáspora judaica, levando-os cativos e dispersando-os entre as nações que ele havia subjugado.
Seu filho, Senaqueribe (705 a 681 a.C.) aumentou ainda mais o poder da Assíria, e invadiu o reino hebreu do Sul, mais conhecido como Judá, tendo chegado às portas de Jerusalém (2ª Reis caps. 18 e 19), de onde retornou sem invadir a cidade sagrada em razão da intervenção milagrosa de um anjo que, numa só noite, matou 185 mil de seus soldados (2ª Reis 19:35-36).
Esse contexto histórico faz com que se receba com enorme surpresa a notícia veiculada pelo jornal israelense Ha'aretz ontem, 29 de abril de 2014, de que um selo da época de Sargão II foi encontrado em Israel.
Não há maiores especificações sobre o local e em que circunstâncias se deu o achado, mas o selo está sendo examinado pela professora Ziona Grossmark, da Universidade de Tel-Hai, em conjunto com o pesquisador Baruch Brendl, da Autoridade Israelense de Antiguidades.
Segundo a professora Grossmark, "o selo mostra uma batalha entre uma figura alada e um touro apoiado em suas patas traseiras", acrescentando que "uma pesquisa comparativa nos permite datá-lo no tempo de Sargão II" e que "aparentemente, o selo foi trazido a Israel por um de seus súditos. O que aconteceu com o selo depois disso permanece um mistério, mas selos antigos como este são muito raros - apenas alguns dessa natureza têm sido encontrados em ruínas do período romano, a maioria em sepulturas e templos".
Como sempre alertamos aqui no blog, quando se trata de achados arqueológicos dos tempos bíblicos, é melhor esperar maiores detalhes que possam ser analisados por investigadores independentes, a fim de se ter certeza da autenticidade da descoberta, mas, a se confirmar sua veracidade, teremos mais um objeto que emerge das milenares areias do Oriente Médio para confirmar os escritos do Velho Testamento.
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