segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

TV Band processada por ataque de Datena aos ateus

Notícia do site Terra:

MPF pede retratação de TV por preconceito contra ateus

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública em que pede que a TV Bandeirantes seja obrigada a exibir uma mensagem de retratação de declarações ofensivas aos ateus durante o programa Brasil Urgente. Segundo a denúncia, no dia 27 de julho, o apresentador José Luiz Datena e o repórter Márcio Campos fizeram, por 50 minutos, comentários preconceituosos às pessoas que não acreditam em Deus.

"Esse é o garoto que foi fuzilado. Então, Márcio Campos (repórter), é inadmissível, (...) não é possível. Isso é ausência de Deus, porque nada justifica um crime como esse, não, Márcio?", questiona Datena em um dos trechos do programa, que transmitia uma reportagem sobre um crime bárbaro. "O sujeito que é ateu, na minha modesta opinião, não tem limites, é por isso que a gente vê esses crimes aí", prosseguiu.

Segundo o MPF, o apresentador atribuía os males do mundo aos descrentes. "É por isso que o mundo está essa porcaria. Guerra, peste, fome e tudo mais, entendeu? São os caras do mau. Se bem que tem ateu que não é do mau. Mas o sujeito que não respeita os limites de Deus, é porque (...) não respeita limite nenhum", afirmou.

Para o autor da ação, o procurador regional dos Direitos do Cidadão Jefferson Aparecido Dias, a emissora veiculou declarações preconceituosas contra pessoas que não compartilham o mesmo modo de pensar do apresentador. "Evidentemente, houve atitudes extremamente preconceituosas, uma vez que as declarações do apresentador e do repórter ofenderam a honra e a imagem das pessoas ateias. O apresentador e o repórter ironizaram, inferiorizaram, imputaram crimes, 'responsabilizaram' os ateus por todas as 'desgraças do mundo'", diz o procurador.

Além da retratação, "com duração de no mínimo o dobro do tempo usado para exibição das mensagens ofensivas", a ação do MPF pede que sejam transmitidos esclarecimentos à população acerca da diversidade religiosa e da liberdade de consciência e de crença no Brasil. O MPF também pede que a União, através da Secretaria de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, seja obrigada a fiscalizar adequadamente o programa.

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