Nosso saltitante circuito off carnaval dá uma acalmada e retrocede hoje 233 anos no tempo para revisitar um gênio chamado Wolfgang Amadeus Mozart e sua Krönungsmesse ("Missa da Coroação", KV 317, em C+), que, ao contrário do que o nome sugere, não foi composta para nenhuma coroação de algum imperador austríaco, até porque Mozart não tinha cacife para tanto enquanto era vivo.
A obra é uma missa brevis que foi completada em 23 de março de 1779, na catedral de Salzburg, onde o compositor tinha encontrado finalmente um emprego de organista, isso depois de ter passado 18 meses garimpando a sorte em Paris e Mannheim, sem sucesso.
Que tipo de gente era essa, ou que outras preocupações tinham na vida, que não reconheceram o talento genial de Mozart quando ele estava ali vivinho da silva à sua disposição?
Essa é uma das dúvidas que provavelmente só serão respondidas na eternidade. Guardadas as devidas proporções, isso me lembra Jesus dizendo que Jerusalém não havia reconhecido a época de sua visitação (Lucas 19:44).
A estrutura da Missa da Coroação é dividida em 6 movimentos (Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei, nessa ordem), todos belíssimos, e deles destacamos o Credo e o Agnus Dei. Os outros são facilmente encontrados no youtube, caso você queira ampliar o deleite.
Resta outra dúvida, entretanto: como é que uma alma tão perturbada como a de Mozart compôs música tão divina? A resposta - infelizmente - não será encontrada no concerto abaixo, que foi gravado na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 1985, na execução da Orquestra Filarmônica de Viena, com o Coral dos Cantores de Viena, na condução sempre magnífica do maestro Herbert Von Karajan.
O Credo é uma maravilha, o que reacende a minha dúvida cruel sobre o porquê dele não ser mais recitado nas igrejas protestantes liturgicamente, como acontece nas missas católicas, já que é o credo niceno é de um tempo em que não havia divisões nem submissões indevidas na igreja cristã, mas a esse tema polêmico voltarei em outra oportunidade.
O Agnus Dei é outra obra-prima, com o solo espetacular da soprano norteamericana Kathleen Battle, e corresponde ao "Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo, tende piedade de nós / dai-nos a paz" da liturgia católica.
Se você não sentir a música de Mozart invadindo seus poros no momento em que o todo o coral é chamado ao canto, ali pelos 5min40s, então comece a se preocupar.
Existe uma grande possibilidade de você ter sido abduzido e terem-lhe implantado um chip alienígena. E esse extra-terrestre que lhe pegou não estava fantasiado para o carnaval...
A obra é uma missa brevis que foi completada em 23 de março de 1779, na catedral de Salzburg, onde o compositor tinha encontrado finalmente um emprego de organista, isso depois de ter passado 18 meses garimpando a sorte em Paris e Mannheim, sem sucesso.
Que tipo de gente era essa, ou que outras preocupações tinham na vida, que não reconheceram o talento genial de Mozart quando ele estava ali vivinho da silva à sua disposição?
Essa é uma das dúvidas que provavelmente só serão respondidas na eternidade. Guardadas as devidas proporções, isso me lembra Jesus dizendo que Jerusalém não havia reconhecido a época de sua visitação (Lucas 19:44).
A estrutura da Missa da Coroação é dividida em 6 movimentos (Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei, nessa ordem), todos belíssimos, e deles destacamos o Credo e o Agnus Dei. Os outros são facilmente encontrados no youtube, caso você queira ampliar o deleite.
Resta outra dúvida, entretanto: como é que uma alma tão perturbada como a de Mozart compôs música tão divina? A resposta - infelizmente - não será encontrada no concerto abaixo, que foi gravado na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 1985, na execução da Orquestra Filarmônica de Viena, com o Coral dos Cantores de Viena, na condução sempre magnífica do maestro Herbert Von Karajan.
O Credo é uma maravilha, o que reacende a minha dúvida cruel sobre o porquê dele não ser mais recitado nas igrejas protestantes liturgicamente, como acontece nas missas católicas, já que é o credo niceno é de um tempo em que não havia divisões nem submissões indevidas na igreja cristã, mas a esse tema polêmico voltarei em outra oportunidade.
O Agnus Dei é outra obra-prima, com o solo espetacular da soprano norteamericana Kathleen Battle, e corresponde ao "Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo, tende piedade de nós / dai-nos a paz" da liturgia católica.
Se você não sentir a música de Mozart invadindo seus poros no momento em que o todo o coral é chamado ao canto, ali pelos 5min40s, então comece a se preocupar.
Existe uma grande possibilidade de você ter sido abduzido e terem-lhe implantado um chip alienígena. E esse extra-terrestre que lhe pegou não estava fantasiado para o carnaval...