domingo, 26 de fevereiro de 2012

Brasileiros levam espiritismo aos Estados Unidos

Apesar de ter sido fundado pelo francês Allan Kardec, o espiritismo parece ser um fenômeno tipicamente brasileiro. 

Não há estatísticas confiáveis, até porque existem várias vertentes de espiritismo, desde as raízes africanas até os setores que estão mais próximos da assim chamada "parapsicologia", e além disso existe uma dificuldade entre os espíritas em se identificarem como "espíritas", "kardecistas" ou "espíritas kardecistas", como ficou patente por ocasião do censo do IBGE em 2010. 

Isso sem contar aqueles que frequentam centros espíritas mas na hora de responder o censo se dizem católicos. 

De qualquer maneira, se estima que existam no mundo cerca de 15 milhões de "espíritas" (no sentido lato do termo para quem assim se identifica), entre os quais cerca de 2% da população brasileira, ou seja, algo em torno de 3.800.000 de pessoas, o que equivaleria a cerca de 1/4 do contingente global. 

Repita-se que esses são meras suposições estatísticas com boa chance de corresponderem aos dados estatísticos com boa dose de semelhança. 

Como a presença de espíritas em outros países não é tão expressiva como no Brasil, parece que já existe uma espécie de "rede missionária espírita"  informal e voluntária que se propaga para o exterior. 

Não que o espiritismo não seja conhecido nos Estados Unidos, por exemplo. Afinal, muitos programas e seriados de TV já mostraram casos policiais em que houve o auxílio de um(a) médium para desvendar o crime. 

Agora, o Washington Post do último dia 24/2 trouxe uma matéria sobre um centro espírita em Rockville, no Estado de Maryland (nos EUA), chamado Sociedade Espírita Allan Kardec, em que cerca de 40 brasileiros se reúnem para estudos conjuntos e ministração de "passes" (uma espécie de "benzimento" ou "transferência de energia" espírita). 

As reuniões incluem a leitura e discussão dos livros de Allan Kardec, e não diferem muito das suas equivalentes ministradas em inglês nos Estados Unidos, salvo pelo acolhimento e pela proximidade física que também é uma atitude tipicamente brasileira. 

O Washington Post traz um dado que talvez seja desconhecido de muita gente, sobre o aumento da popularidade do espiritismo nos Estados Unidos no fim da década de 1960, que, segundo o articulista Chris Lyford, teria ocorrido também em razão da chegada de uma grande leva de imigrantes brasileiros. 

A matéria fala ainda da diminuição da presença espírita em seu país de origem, a França, mas no geral ressalta a importância da presença brasileira na consolidação do espiritismo no Norte da América.



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