Ministros hindus fundamentalistas pegos no flagra vendo pornografia no parlamento
Toda pessoa tem o direito de ser fundamentalista em qualquer coisa em que acredita, especialmente no campo da religião. Quando esse fundamentalismo ultrapassa as raias da tolerância e da convivência pacífica entre os povos, os outros estão autorizados a desconfiar de que esse posicionamento exacerbado é, na verdade, uma fachada para, digamos, prazeres proibidos e inconfessáveis. A bola da vez nesse campo pantanoso da hipocrisia religiosa é o parlamento do Estado indiano de Karnataka, onde três ministros do governo local (pelo sistema parlamentarista) foram pegos em flagrante vendo filmes pornográficos no celular (vídeo abaixo) durante uma sessão da assembleia legislativa. Os ministros respondiam pelas pastas dos Portos (Krishna Palemar, dono do celular), da Cooperação (Laxman Savadi) e (pasme!) do Desenvolvimento de Mulheres e Crianças (Krishna Palemar). Savadi ainda alegou que estava assistindo ao vídeo de uma festa rave para depois discuti-la no parlamento (ah! sei!). Eles pertencem ao partido direitista Bharatiya Janata ("Partido do Povo Indiano"), de forte tradição nacionalista e fundamentalista hinduísta, e que representa a segunda maior força política do país, atrás apenas do Congresso Nacional Indiano, e se diz um dos guardiães da moral conservadora do país. Apesar das tradicionais desculpas e negativas de que "não era bem assim", houve comoção popular que exigiu a demissão dos três ministros, que - diante das circunstâncias - não tiveram outra saída senão renunciarem aos seus cargos, pedido imediatamente aceito pelo governador de Karnataka. A favor deles, entretanto, temos que pelo menos reconhecer que os parlamentares indianos fazem sacanagem às claras e de maneira muito mais barata e inofensiva do que aquela perpetrada pelos seus pares brasileiros.
