Estréia hoje em vários cinemas pelo Brasil, o filme alemão "A Onda" ("Die Welle"), baseado numa história real acontecida numa escola secundária de Palo Alto, California (EUA), em 1967, que também teve uma versão televisiva americana em 1981, que chegou a passar no Brasil com o mesmo nome, "A Onda" ("The Wave"). Não deixa de ser curiosa a transposição de um fato real acontecido nos EUA de 1967 para a Alemanha de 2009. A pergunta sinistra que o filme (e a experiência real) tenta responder é: "seria possível reviver o nazismo hoje em dia?". É muito fácil criticar os alemães e responsabilizá-los pela ascensão do nazismo - o mal absoluto - ao poder e todas as consequências trágicas que acarretou para a humanidade. Afinal, o povo alemão do início do século XX era profundamente militaresco e as rivalidades européias e a crise econômica do primeiro pós-guerra apenas engrossaram o caldo que viria a entornar na década de 1930. O filme "A Onda" mostra que a gênese do mal não depende de um país, sociedade, época ou um contexto específico. Desgraças como o nazismo podem acontecer em qualquer lugar e tempo, com qualquer um. É só uma questão de oportunidade. O preconceito e a maldade continuam vivos no planeta Terra, e devem ser constantemente vigiados. "A Onda" é um filme imperdível, que deve ser visto, revisto, divulgado e debatido, para que nunca mais o mundo passe por semelhante flagelo.