quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Proteja a sua inocência

por Henri Nouwen

Ser um filho de Deus não o isenta de tentações. Você pode ter momentos em que se sentirá tão abençoado, tão em Deus, tão amado, que esquecerá que está ainda vivendo num mundo de principados e potestades. Mas a sua inocência como um filho de Deus precisa ser protegida. De outra forma, facilmente será arrebatado do seu verdadeiro ser e enfrentará a força devastadora da escuridão à sua volta.

Esse afastamento pode vir como uma grande surpresa. Antes que tome consciência disso ou antes que tenha tido oportunidade de permitir que isso aconteça, pode sentir-se dominado por luxúria, irritação, ressentimento ou avareza. Um quadro, uma pessoa, ou um gesto podem desencadear emoções fortes e destrutivas e seduzir o seu ser inocente.

Como um filho de Deus, você deve ser prudente. Não pode simplesmente andar pelo mundo como se nada ou pessoa alguma pudesse causar-lhe dano. Você continua extremamente vulnerável. As mesmas paixões que fazem com que ame a Deus podem ser usadas pelas forças do mal.

Os filhos de Deus precisam apoiar-se, proteger-se e manter-se unidos junto ao coração de Deus. Você pertence a uma minoria num mundo vasto e hostil. À medida que se tornar mais consciente da sua identidade como filho de Deus, verá igualmente com mais clareza as muitas forças que desejam convencê-lo de que todas as coisas espirituais são falsos substitutos para as coisas boas da vida.

Quando se está temporariamente afastado do seu verdadeiro eu, pode ter-se a súbita sensação de que Deus é somente uma palavra; a oração, uma fantasia; a santidade, um sonho; e a vida eterna, uma fuga do verdadeiro viver. Jesus foi tentado dessa forma, e nós também o somos.

Não confie nos seus pensamentos e sentimentos quando está fora de si. Volte logo ao seu verdadeiro lugar e não preste atenção ao que o iludiu. Aos poucos, ficará mais preparado para enfrentar essas tentações, e elas terão menor e menor poder sobre você. Proteja a sua inocência agarrando-se à verdade: você é um filho de Deus e profundamente amado.

(Henri J. Nouwen, em “A Voz Íntima do Amor”, Paulinas, 2001, p. 80)

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