Meu Deus, é somente a Ti que posso falar porque mais ninguém me compreenderá. Não posso trazer mais ninguém nesta terra para dentro da nuvem onde habito em Tua luz, isto é, em Tua escuridão, onde estou perdido e perplexo. Não posso explicar para ninguém a angústia que é desfrutar de Ti, nem a perda que é Te possuir, nem a distância de todas as coisas provocada pela chegada a Ti, nem a morte que é o nascimento em Ti, pois eu mesmo nada sei sobre isso. Tudo quanto sei é que desejaria que isso tivesse passado – e desejaria que tivesse começado.
Contradisseste tudo. Deixaste-me na terra de ninguém.
Fizeste-me andar de um lado para outro debaixo dessas árvores, repetindo sem parar: “Solidão, solidão”. Volveste e jogaste o mundo todo em meu colo. Disseste-me: “Largue tudo e Me siga”, e então amarraste a metade de Nova York como uma bola acorrentada a meus pés. Fizeste-me ajoelhar atrás deste pilar com a minha mente barulhenta como uma agência bancária. Será isto contemplação?
(Thomas Merton, em “Diálogos com o Silêncio”, Fissus Editora, 2003, pág. 15)
Contradisseste tudo. Deixaste-me na terra de ninguém.
Fizeste-me andar de um lado para outro debaixo dessas árvores, repetindo sem parar: “Solidão, solidão”. Volveste e jogaste o mundo todo em meu colo. Disseste-me: “Largue tudo e Me siga”, e então amarraste a metade de Nova York como uma bola acorrentada a meus pés. Fizeste-me ajoelhar atrás deste pilar com a minha mente barulhenta como uma agência bancária. Será isto contemplação?
(Thomas Merton, em “Diálogos com o Silêncio”, Fissus Editora, 2003, pág. 15)