quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Universal condenada por fazer barulho e incomodar vizinho no RJ



Igreja é condenada a indenizar morador incomodado por cultos

A 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou que a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) indenize, por danos morais, no valor de R$ 5 mil, Odilon Faria pelo barulho realizado durante os cultos. Na ação, o autor relata que o templo instalado num galpão vizinho aos fundos da sua residência era local de cultos diários - das 6h da manhã às 9h da noite - e que, por diversas vezes, reclamou com a Polícia do ruído excessivo das cerimônias. Incomodado, Odilon acabou se mudando do local. A administração da igreja tomou providências: revestiu o galpão e o tornou à prova de som depois que a ação já transcorria na Justiça.

Em função da proteção acústica feita no templo, o juízo da 6ª Vara Cível Regional do Méier julgou extinto o processo. Mas Odilon recorreu e a 19ª Câmara Cível reconheceu o direito à indenização.

“Entendo que no caso dos autos, o quantum reparatório deve ser fixado no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), atendendo assim aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade e cumprindo com seu papel punitivo pedagógico, que tem por finalidade desestimular a prática de comportamentos abusivos, acrescido ainda de juros legais a contar da citação e de correção monetária a contar desta data” – assinalou em seu voto a desembargadora Valeria Dacheux, que foi relatora do processo.

Processo nº 0015386-14.2009.8.19.0208



quarta-feira, 30 de agosto de 2017

STF discute ensino religioso hoje


A informação é do próprio Supremo Tribunal Federal:

Ação sobre ensino religioso em escolas públicas está na pauta do STF desta quarta-feira (30)

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4439, que discute dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação relativos ao ensino religioso, será julgada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) na sessão da próxima quarta-feira (30).

Na ADI, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, o procurador-geral da República pede, com fundamento no princípio da laicidade do Estado, que o STF assente que o ensino religioso em escolas públicas deve ter natureza não confessional, ou seja, sem vinculação a religiões específicas, com a proibição de admissão de professores na qualidade de representantes das confissões religiosas. O tema foi objeto de audiência pública realizada pelo Supremo em junho de 2015.

Também na pauta do dia 30 está a ADI 5599, da relatoria do ministro Edson Fachin, que questiona a reforma do ensino médio. A ação é de autoria do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que sustenta que um tema dessa complexidade não poderia ser tratado por meio de medida provisória (Medida Provisória 746/2016, posteriormente convertida na Lei 13.415/2017).

Entre os julgamentos previstos estão, ainda, as Ações Cíveis Originárias (ACOs) 648, 660, 669 e 700, que discutem os valores repassados pela União aos estados como complementação do valor pago por aluno ao Fundo de Manutenção e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). O relator é o ministro Marco Aurélio.

Outro processo na pauta, ligado à educação, é o Recurso Extraordinário 601580, com repercussão geral reconhecida, que discute a possibilidade de militar transferido ingressar em universidade pública, na falta de universidade privada congênere à de origem. A relatoria é do ministro Edson Fachin.



Time da Chapecoense se encontra com o papa no Vaticano


Aproveitando sua ida a Roma para uma partida amistosa de futebol com a squadra que leva o nome da cidade, a AS Roma, que será realizada na próxima sexta-feira, dia 1º de setembro de 2017, o time da Chapecoense aproveitou esta quarta-feira para visitar o papa Francisco no Vaticano.

O papa ganhou uma camisa do clube com o número 71, correspondente à quantidade de vítimas do acidente (o que pareceu, cá entre nós, de um certo mau gosto, mas este não é o momento para gostos estéticos ou numerológicos, não é mesmo?).

Dois dos três sobreviventes do acidente aéreo de Medellín, Colômbia, estavam lá para verem e serem abençoados pelo papa.

Eram eles o goleiro Jackson Follmann e o volante Alan Ruschel. Foi notada a ausência do zagueiro Neto, embora não se saiba ainda a justificativa para que ele não comparecesse à cerimônia.


Jackson Follmann e Alan Ruschel não têm medo do papa...

Diz o Globo Esporte que Neto não foi ao Vaticano ver o papa por "razões particulares".

Espera-se que, entre essas razões, não esteja o fato dele ser "evangélico" e não querer se encontrar com o papa, especialmente no momento em que ele acaba de publicar um livro gospel em que conta sua trajetória antes e depois do acidente de Medellín.

Se isto se confirmar, o que esperamos não aconteça, seria mais uma prova de que os atuais "evangélicos" brasileiroas não conseguem conviver em sociedade com pessoas diferentes.

Afinal, no momento da tragédia do fim de 2016, todo o mundo se solidarizou com a Chapecoense e saudou seus sobreviventes, sem ninguém perguntar qual era a religião (ou sua ausência) deles.

Talvez, a exemplo dos "evangélicos" brasileiros, Neto seja santo demais pra se encontrar com o papa...
De qualquer maneira, quem foi ver o papa aproveitou o momento para conhecer o Vaticano e tirar uma selfie ao lado do pontífice argentino.

Por que não?



terça-feira, 29 de agosto de 2017

Joel Osteen criticado por não abrir mega-igreja a refugiados do furacão Harvey

Parece que não há espaço para gente necessitada na Lakewood Church

Como você já deve estar sabendo, o furacão Harvey provocou uma crise humanitária sem precedentes na rica região de Houston, no Texas, com fortes inundações que parecem ter afundado (temporariamente) a cidade no Golfo do México.

No meio do caos que se instalou em Houston, cerca de 30 mil pessoas perderam quase tudo, inclusive suas casas, e estão sendo abrigadas nas poucas instalações públicas que escaparam às enchentes.

É aí que entra a igreja capitaneada por Joel Osteen, a Lakewood Church, que possui um templo com capacidade para receber 17 mil pessoas sentadas e - em tese - com uma ótima infra-estrutura para atender milhares de refugiados.

O problema é que não dá pra contar com Joel Osteen, o pastor que tem um sorriso de propaganda de dentifrício e uma pregação soft e pasteurizada direcionada a celebridades como Oprah Winfrey, que sempre o recebe em seus programas televisivos.

Você não precisa ir aos EUA para assistir uma pregação de Osteen, basta acessar o youtube para ver vários vídeos, nos quais ele apresenta um discurso muito bem ensaiado com sorrisos brilhantes e jogos de cena e movimentos de câmera perfeitos, mas com profundidade zero.

Nada disso foi suficiente, entretanto, para que Osteen abrisse seu megatemplo para receber os refugiados do furacão Harvey.

Pelo contrário, o megapastor está sendo criticado por, supostamente, sua igreja ter mentido ao dizer que o templo não podia receber ninguém porque estava inundado, quando - na verdade - não havia enchente alguma por lá.

Assim que a desculpa da igreja foi divulgada, dezenas de testemunhos contrários começaram a "pipocar" nas redes sociais, mostrando, inclusive com fotos e vídeos, que não havia qualquer sinal de inundação no templo e nos seus arredores.

Talvez, a exemplo de seus colegas brasileiros, os "evangélicos" americanos não gostem de ajudar gente pobre e necessitada, além de - ultimamente - sentirem seus corações vibrando em paradas nazistas e ouvindo candidatos fascistas à Presidência de seus respectivos países, não é mesmo?

De qualquer maneira, aguarda-se um pronunciamento de Joel Osteen para as próximas horas.

A fonte das informações aqui postadas é o Revere Press.

Um dos melhores empregos dos EUA deve ser o do dentista de Joel Osteen.



segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Guarda Municipal do RJ é questionada por fazer censo religioso na corporação


E o Brasil segue firme na sua trajetória de ex-país, segundo informa o G1 Rio:

Prefeitura do Rio faz censo religioso na Guarda Municipal

Questionário pergunta sobre religião de agentes. Alguns servidores se disseram constrangidos com a ação.

A Prefeitura do Rio está fazendo um censo religioso na Guarda Municipal. O comando da corporação quer saber a religião de cada um dos servidores e, pra isso, distruibuiu um questionário. A iniciativa está causando polêmica.

O formulário, demanda do Comando da Guarda Municipal, tem três perguntas. A primeira, se a pessoa professa alguma religião. Se sim, há a opção de responder se é católico, evangélico, espírita ou outra. Há ainda um campo para informar se a pessoa é praticante ou não da religião. Por fim, o agente pode se identificar preenchendo o formulário com nome, matrícula e unidade.

Diante da situação, alguns servidores se disseram constrangidos e denunciaram a obrigatoriedade de preenchimento do formulário. A polêmica, revelada nesta quarta-feira (9) pelo jornal O Dia, levou o deputado Átila Nunes, do PMDB, a entrar com um pedido de suspensão do formulário ao Ministério Público, alegando que a ação fere um direito constitucional.

“Isso é um absurdo. Estão violando, antes de mais nada, a intimidade de cada um, você não pode perguntar, por exemplo, a orientação sexual. Isso é uma violência que nunca aconteceu no serviço público.”, se posicionou o deputado.

Em contrapartida, a comandante da Guarda Municipal, inspetora Tatiana Mendes, esclareceu que o objetivo é criar uma assistência religiosa aos servidores e que eles não são obrigados a se identificar. Ela disse que após o censo, o intuito seria processar os dados para se criar uma capelania.

Na visão da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio, o censo proposto pela Guarda Municpal limita e constrange os profissionais e erra em não incluir outras religiões como a Umbanda e o Candomblé, ambas consideradas patromônio imaterial da cidade do Rio.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, é bispo licenciado da Igreja Universal.



domingo, 27 de agosto de 2017

Término de namoro não configura "estelionato sentimental"



TERMINAR NAMORO APÓS GANHAR PRESENTES E PASSAGENS NÃO CONFIGURA ESTELIONATO SENTIMENTAL

A 1ª Turma Cível do TJDFT reformou sentença de 1ª Instância que havia condenado um casal a pagar danos morais recíprocos após término do namoro iniciado através de site de relacionamento. De acordo com a decisão colegiada, “os fatos narrados tanto pelo autor quanto pela ré, não ensejam reparação a título de dano moral. Brigas e mensagens telefônicas demonstrando animosidades decorrentes do término do namoro, por si sós, não geram abalo moral, tendo em vista que não tem o condão de atingir direitos da personalidade e, por conseguinte, não há o dever de indenizar”.

A ação de danos materiais e morais foi ajuizada pelo namorado, que alegou ter sofrido estelionato sentimental da ex-namorada. O autor, cidadão americano, relatou que conheceu a ré, cidadã brasileira, por meio da internet e que namoraram por certo período. Segundo ele, durante o namoro, a ex almejava apenas obter vantagens financeiras, acarretando a ele um prejuízo de R$11.425,88, correspondente a empréstimo de U$ 1.000, passagens aéreas para os EUA e um aparelho de telefone celular.

Além do prejuízo material, alegou ter sofrido também danos morais, pois foi submetido a tratamento humilhante enquanto se relacionava com a brasileira, “cujo comportamento histriônico alternava entre mensagens de amor e ódio”, confundindo-o, “pois ao mesmo tempo em que o chamava de safado e dizia ter nojo dele, persistia no relacionamento com mensagens carinhosas.”

Em contestação, a ex-namorada afirmou que os presentes e as passagens foram dados espontaneamente e negou que tenha pedido empréstimo ao ex-namorado. Ela apresentou pedido reconvencional, requerendo também a condenação do autor ao pagamento de danos morais. Contou que o namoro terminou em setembro de 2015 e que, desta data até o fim da instrução do processo não há qualquer mensagem de briga ou ofensa proferida pela apelante contra o apelado, “tudo o que consta são emails de dezembro de 2015, em que ela pede incansavelmente para que o ex pare de a perseguir e a ameaçar.” Acrescentou que a situação somente cessou após medidas protetivas ordenadas pelo juizado de violência doméstica.

Na 1ª Instância, o juiz da 4ª Vara Cível de Taguatinga negou o pedido de danos materiais e determinou o pagamento de danos morais recíprocos, no valor de R$ 10 mil para cada um. “Analisando os autos, sopesadas as circunstâncias do evento, bastante para se alcançar um mínimo de sentimento de Justiça o arbitramento da indenização por danos morais no valor de R$ 10 mil, para cada um, autor/reconvindo, ré/reconvinte, cuja importância não se mostra excessiva, a ponto de se apresentar como lenitivo às partes, nem módico o suficiente a não incutir-lhes a ideia de não punição pela conduta e da necessidade, de cunho pedagógico, de modificação do comportamento”, concluiu.

Após recurso, a Turma Cível, no entanto, julgou improcedentes os danos materiais e os danos morais pleiteados. Segundo o colegiado, “os presentes trocados no curso do namoro são mera liberalidade. Já as brigas e mensagens telefônicas demonstrando animosidades decorrentes do término do namoro, por si sós, não geram abalo moral passível de indenização”.

A decisão recursal foi unânime.

Processo: 20160710003003



quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Pastor da mundial acusado de chefiar quadrilha que roubava igrejas em SP


A informação é do G1 Santos e Região:

Pastor é suspeito de liderar quadrilha armada que assaltava igrejas em SP: 'Agem com violência'

Givanildo Borges atuava como pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus em Cubatão. Quadrilha já agiu em, pelo menos, cinco cidades do estado.

Mariane Rossi

Um pastor evangélico de Cubatão (SP) é suspeito de ser o chefe de uma quadrilha que assaltava igrejas e templos em cidades do litoral e interior de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, ele entrava nas igrejas, pedia uma benção ao religioso que atuava no local e obtia informações sobre o dízimo e objetos valiosos. Em seguida, a quadrilha invadia o templo e roubava os fiéis e o dinheiro da igreja. O pastor e outros integrantes da quadrilha são considerados foragidos, após o pedido de prisão temporária do grupo ser deferido pela Justiça.

De acordo com a polícia, as investigações começaram em abril, quando a quadrilha assaltou uma igreja em Cubatão. Após colher informações, a equipe do delegado Antonio Messias, titular da cidade, descobriu que o grupo era liderado por Givanildo Borges, pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus na Vila dos Pescadores, em Cubatão.

“Eles escolhiam a igreja, chegavam no fim do culto evangélico, com veículos roubados ou furtados, e esperavam o local esvaziar. O pastor entrava na igreja com alguns fiéis, que ficavam organizando a igreja após o culto. Esse pastor entrava, se dirigia ao pastor do local e pedia uma benção, dizia que estava com problemas, fazia uma oração e aproveitava para fazer uma verificação do ambiente, ver onde havia objetos de valor”, afirma Messias.

Segundo o delegado, após a falsa benção, o pastor se encontrava com os comparsas nos carros e repassava as informações aos outros criminosos sobre o dízimo e objetos valiosos. O grupo entrava na igreja e roubava os fiéis e o dízimo. Depois, voltavam para os veículos e fugiam.

A quadrilha efetuou roubos em outras cidades do estado. Ao todo, foram seis crimes em templos evangélicos, sendo um na Igreja Mundial do Poder de Deus, da qual o pastor Givanildo fazia parte, e outros cinco na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), nas cidades de Peruíbe, São Roque, Cubatão, Guarujá e Mongaguá. O grupo também efetuou um roubo a uma empresa de produtos eletrônicos em Santos e a uma residência em Bertioga.

“Em São Roque, foi em uma Igreja Mundial, a mesma rede onde ele trabalhava. Quando abordaram os fiéis, um deles era guarda municipal e estava com uma arma. Quando eles descobriram, pegaram a arma e apontaram para ele, mas, por sorte, a arma não disparou, falhou. Eles agrediram o guarda, que ficou três dias internado e está afastado até hoje. Eles agem com muita violência contra os fiéis e andam armados”, diz Messias.

Segundo a polícia, durante as investigações, os agentes foram até o quarto utilizado por Givanildo na Igreja Mundial, em Cubatão. Eles não localizaram o pastor no local, mas encontraram cinco notebooks que foram roubados da empresa de eletrônicos, em Santos.

Ainda de acordo com as autoridades, a quadrilha é formada por Felipe Marcolino dos Santos, conhecido como "Vovô", Roberth Lincoln Barroso Oliveira, o "Chuchu", e Guilherme Augusto da Silva Júnior, o "Didi", além do pastor. Didi foi preso em Mongaguá, porém, os outros integrantes da quadrilha continuam soltos.

O G1 entrou em contato com a Igreja Mundial do Poder de Deus. Por telefone, o diretor jurídico da igreja, Rodrigo Braga, informou que, "por enquanto, não tem informações concretas e reais que possam condenar o rapaz. Há cerca de um mês, aproximadamente, esse então pastor abandonou a igreja. Foi quando tomamos conhecimento de que ele estava foragido, diante da acusação de integrar essa quadrilha que furtava as igrejas. Após o sumiço, houve o desligamento dele como pastor, mas não temos nenhuma informação concreta do paradeiro”.



terça-feira, 22 de agosto de 2017

Juízes de Rondônia adotam técnica da "constelação familiar" para mediar conflitos


A informação é do Conselho Nacional de Justiça:

Constelação familiar: juízes de RO são primeiros a concluir formação

Depois de dois anos de formação, divididos em 12 módulos, a Justiça de Rondônia forma a primeira turma institucional de Constelação Familiar, técnica inovadora que promove a conciliação, a humanização e a celeridade quando aplicada no âmbito do Judiciário. O Tribunal de Rondônia foi o primeiro a institucionalizar a formação para uso da nova ferramenta na Justiça estadual.

O último módulo, aplicado pelo especialista colombiano Jorge Llanos, por meio da Escola da Magistratura, ocorreu na última semana, com a participação de 34 magistrados, que agora estão aptos a utilizar as técnicas no cotidiano de trabalho. Eles receberão a certificação internacional de consteladores, e estarão aptos a atuar em processos judiciais e projetos terapêuticos de mediação de conflitos.

“A formação em si já amplia o olhar do magistrado para uma perspectiva sistêmica do processo”, afirmou a juíza Silvana Freitas, coordenadora da Constelação Familiar no TJRO. Para ela os ganhos são imensuráveis, pois o aperfeiçoamento aguça a percepção de quem atua no processo para uma compreensão da raiz do problema.

A Constelação Familiar foi desenvolvida pelo terapeuta e pedagogo alemão Bert Hellinger. Voltada para o autoconhecimento, visa descobrir e reconhecer como os problemas que existiram nos antepassados ou os existentes na família afetam a pessoa ou de como ela é afetada por acontecimentos (passados ou atuais) da sua família e por vezes de seus amigos. Na terapia busca-se informações sobre fatos relacionados à família, para descobrir a causa do sofrimento.

Utilizada no âmbito da justiça, a constelação permite identificar os conflitos por trás das demandas judiciais gerando impacto tanto sobre os indivíduos envolvidos diretamente na causa quanto àqueles envolvidos indiretamente, como família e filhos, resultando não só na resolução da lide, mas na pacificação social. A terapia busca, portanto, a inclusão, pois é baseada em princípios como ordem, hierarquia e a busca pelo equilíbrio entre o dar e receber.

Para o vice-diretor da Escola da Magistratura de Rondônia, juiz Guilherme Baldan, ele próprio um magistrado contemplado com o curso direcionado aos juízes rondonienses, a constelação é uma nova maneira de encarar a Justiça, que precisa ser difundida e aplicada, a fim de solucionar, de fato, os conflitos. A mesma opinião é compartilhada pelo presidente do TJRO, Sansão Saldanha, grande incentivador da formação. “É uma tendência do Judiciário buscar novos caminhos, a exemplo do que definiu o próprio CNJ quando estabeleceu metas para a adoção da Justiça Restaurativa”.

A iniciativa da Emeron em formar juízes para utilização das técnicas da constelação em processos judiciais foi reconhecida internacionalmente por Antonia del Castillo, Diretora da La Montera, instituição espanhola referência mundial em ensino da Constelação Familiar.

Em carta enviada à Rondônia, Antonia destacou o pioneirismo da Emeron como a primeira escola de magistratura no mundo a promover a formação e a importância de municiar os magistrados de ferramentas, como a constelação, que possam auxiliá-los para uma atuação humanizada na solução de conflitos.



segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Idosa adepta do candomblé é apedrejada no Rio de Janeiro


Aquela imagem de "cordialidade" que o brasileiro tinha até algum tempo atrás parece que não existe mais.

Se até "evangélicos" apoiam candidatos fascistas, o que imaginar dos outros, não é mesmo? 

A matéria é da Agência Brasil:

Idosa é agredida a pedradas no RJ e família denuncia intolerância religiosa

Cristina Indio do Brasil

Uma idosa foi agredida a pedradas no bairro Cerâmica, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A família diz que a mulher foi vítima de intolerância religiosa.

Segundo a filha da idosa, a vendedora Eliane Nascimento da Silva, de 42 anos, a mãe, Maria da Conceição Cerqueira da Silva, de 65 anos, foi agredida quando saiu de casa para ir ao mercado. A vendedora relatou que a mãe retornou com o rosto ensanguentado e ferimentos no braço esquerdo.

Maria da Conceição é candomblecista e a família acusa uma vizinha de ter cometido a agressão, que ocorreu na última sexta-feira, por volta das 15h, por intolerância religiosa.

“Ela veio da Bahia do interior com essa cultura dos ancestrais, da família e seguiu a educação que recebeu lá”, disse a filha.

A aposentada foi atendida no Hospital Geral de Nova Iguaçu, no bairro da Posse, e levou seis pontos na testa e três na boca. A idosa ainda não fez exame oftalmológico para verificar se o olho esquerdo foi afetado.

De acordo com a vendedora, a vizinha havia ameaçado matar Maria da Conceição, a quem chama de “macumbeira e feiticeira”. Além disso, teria dito que a família podia apresentar queixa na delegacia, o que não resultaria em nada.

Eliane entregou aos policiais os vídeos das câmeras de segurança, instaladas na porta da casa da mãe, que mostram o horário que ela saiu e voltou. O local da agressão, ao lado de um caminhão, no entanto, não está no ângulo das câmeras. “Essa moça chegou a ir na delegacia se fazendo de vítima dizendo que a minha mãe tinha uma tesoura para pegar ela. Só que as imagens mostram que a minha mãe não estava com nada na mão e essa menina não tinha um arranhão no corpo”, completou.

De acordo com a Polícia Civil do Rio, a agressão foi registrada na 58ª DP (Posse) e as investigações estão em andamento com diligências para apurar os crimes de lesão corporal e de injúria. A agressão não foi registrada como intolerância religiosa.

Amanhã (21), a aposentada e parentes serão recebidos, às 13h30, na Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos. O órgão colocou à disposição da idosa e da família, assistência jurídica, psicológica e social. A secretaria informou que vai acompanhar as investigações e pedirá que a Polícia Civil registre o caso como intolerância religiosa.

Para o secretário Átila Nunes, casos como esse são inadmissíveis. “Esta senhora foi vítima, no mínimo, de dois crimes: intolerância religiosa e agressão contra idosos”, apontou.

Diante dos casos de intolerância religiosa que vem ocorrendo no Rio, o secretário defendeu a criação da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância . “Crimes como esse, que envolvem o preconceito não só religioso, mas também à pessoa idosa, precisam ser combatidos. Pedimos para quem for vítima de qualquer agressão motivada por intolerância ou preconceito, que entre em contato com o nosso Disque Combate ao Preconceito”, disse.

O Disque Combate ao Preconceito funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, pelo telefone (21) 2334 9551.

Dados do Disque 100, de Direitos Humanos, indicam que, em 2016, foram registrados 79 casos de intolerância religiosa no Rio, um aumento de 119%, na comparação com 2015.

Edição: Carolina Pimentel



domingo, 20 de agosto de 2017

Adeus, Jerry Lewis!

Jerry Lewis, um ícone do humor com talento espetacular.

Em maio de 2014, passei alguns dias em Las Vegas, e fiquei surpreso ao ver que Jerry Lewis, um dos comediantes que marcaram minha infância, fazia show no hotel em que me hospedei de sexta-feira a domingo, às 7:30 da noite.

O hotel é o South Point Casino, e, como os horários, shows e passeios já estavam agendados, não houve como ver o show de Jerry Lewis, o que me deixou um tanto quanto incomodado, já que ele foi um dos maiores comediantes que este mundo viu, e eu nunca havia imaginado que poderia ter - um dia - a chance de vê-lo ao vivo, o que - lamentavelmente - não pode acontecer.

Chega hoje a notícia de que Jerry Lewis morreu, aos 91 anos de idade. Viveu bastante e viveu bem. Criou seu próprio estilo de humor quase "infantil", e fez muitos e muitos filmes (sobretudo nos tempos da parceria com Dean Martin) que se incorporaram ao acervo coletivo de memórias afetivas da humanidade.

Fica a saudade e a lembrança de cenas inesquecíveis como essa famosíssima da máquina de escrever imaginária:




Música para resgatar a esperança contra a barbárie


Nestes tempos bicudos em que estamos vivendo, parece que esta semana que passou foi tão terrivelmente ruim, com o ressurgimento de fantasmas do passado rondando as mais altas esferas, que só nos resta buscar um pouco de beleza e esperança para seguir em frente contra todos os desígnios malignos que podem, eventualmente, vencer uma ou outra batalha, mas jamais terão a palavra final.

Tiramos esse domingão chuvoso no centro-sul do Brasil para buscar a luz do céu com "I Will Follow Him", a canção que entrou para a posteridade sob a batuta de Whoopi Goldberg em "Mudança de Hábito" ("Sister Act", 1992), e a versão de André Rieu em 2011.

Como uma réstia de esperança num mundo melhor, lembremos que até algumas décadas atrás era impensável ver cantoras europeias e africanas cantando juntas numa praça como esta de Maastricht, na Holanda.

Deliciemo-nos nessa doce fé, portanto:





sábado, 19 de agosto de 2017

O que fazer quando seu filho é neonazista?

Foto: Evelyn Hockstein / The Washington Post

Pergunta dura e atual inclusive para brasileiros que veem assustados o crescimento do fascismo no Brasil, especialmente nos arraiais que se dizem "evangélicos".

A matéria é do Estadão:

Quando seu filho se torna um neonazista

Se em outros tempos o racismo era absorvido em casa, internet mudou a lógica da radicalização

Jessica Contrera / THE WASHINGTON POST

Durante o fim de semana inteiro, Tefft ficou de olhos fixos na TV. Em sua casa, em Dakota do Norte, passava de um canal de notícias para outro, vendo os manifestantes agitando bandeiras com suásticas, gritando “vocês não nos substituirão”, levantando o braço como nos tempos de Hitler.

E pensou em seu pai, que lutou na 2.ª Guerra, e em sua mãe, que cuidou dos soldados que quase morreram lutando contra os ideais nazistas de superioridade racial. Agora via na TV esses ideais sendo exaltados, pensando se veria o rosto conhecido de um manifestante em meio aquela multidão.

No domingo, esse manifestante bateu a sua porta. Fugira de Charlottesville, Virgínia. Tefft deixou que ele entrasse. Afinal, ainda era seu filho. Há mais de dois anos Tefft vinha discutindo com Peter, seu filho de 30 anos, na esperança de que ele abandonasse todo esse “lixo” racista e sexista que encontrou online. Agora tinha a prova inegável de que seu filho mais novo havia assimilado tais ideias. Como pai, o que deveria dizer?

Durante o fim de semana inteiro, Tefft ficou de olhos fixos na TV. Em sua casa, em Dakota do Norte, passava de um canal de notícias para outro, vendo os manifestantes agitando bandeiras com suásticas, gritando “vocês não nos substituirão”, levantando o braço como nos tempos de Hitler.

E pensou em seu pai, que lutou na 2.ª Guerra, e em sua mãe, que cuidou dos soldados que quase morreram lutando contra os ideais nazistas de superioridade racial. Agora via na TV esses ideais sendo exaltados, pensando se veria o rosto conhecido de um manifestante em meio aquela multidão.

No domingo, esse manifestante bateu a sua porta. Fugira de Charlottesville, Virgínia. Tefft deixou que ele entrasse. Afinal, ainda era seu filho. Há mais de dois anos Tefft vinha discutindo com Peter, seu filho de 30 anos, na esperança de que ele abandonasse todo esse “lixo” racista e sexista que encontrou online. Agora tinha a prova inegável de que seu filho mais novo havia assimilado tais ideias. Como pai, o que deveria dizer?

“Disse-lhe que suas ações eram inaceitáveis e o que eu pretendia fazer”, lembra Pearce Tefft. O que fez foi publicar uma carta no jornal local de Fargos, o Forum, e denunciar abertamente as crenças do seu filho. A carta seria publicada na manhã seguinte.

“Tenho compartilhado minha casa e meu coração com amigos e conhecidos de todas as raças, gêneros e crenças. Ensinei a meus filhos que homens e mulheres são criados iguais. Que temos de amar a todos da mesma maneira. Evidentemente Peter não quis aprender essas lições”, disse em sua carta.

Em outros tempos, se uma pessoa era abertamente racista, supunha-se que suas convicções já vinham de casa, ensinadas pela família. Mas hoje esses conceitos racistas estão disponíveis para qualquer um que tenha uma conexão de internet.

Do mesmo modo que contribuiu para a radicalização de muçulmanos e disseminar as teorias de conspiração, a internet oferece um terreno fértil para os supremacistas brancos, neonazistas e a ciência mentirosa que pretende apoiar suas crenças. Uma pessoa pode digerir e internalizar tudo isso, alterando drasticamente seus conceitos sem nunca ter encontrado aqueles que as persuadiram a pensar desse modo.

Quando jornalistas disseram à mãe de James Alex Fields Jr. que seu filho de 20 anos fora preso por lançar seu carro contra pessoas contrárias aos manifestantes em Charlottesville, ela se surpreendeu quando soube de que tipo de manifestação seu filho estava participando. “Não sabia que se tratava de um encontro de supremacistas brancos”, disse Samantha Bloom. E acrescentou que seu filho já teve um amigo negro.

Investigadores averiguavam fotos de manifestantes que participaram da concentração para identificar seus nomes, idades, cidade natal e empregadores. Com cada nome descoberto, havia a possibilidade de que em algum lugar mais um pai descobrisse em seu filho era um racista declarado. E no caso dos que já sabiam – bem, agora era de conhecimento geral também, e muitos não hesitariam em expor sua repulsa.

Como Tefft, esses pais se defrontarem com uma pergunta: o que fazer quando descobre que seu filho simpatiza com nazistas? Amá-lo incondicionalmente, sabendo que sofrerá a ira da sociedade? Ou acusar publicamente o filho e perder a chance de fazer com que ele mude seus hábitos?

Basta perguntar a Sherry Spencer, mãe de Richard Spencer. Seu filho ficou conhecido por uma conferência logo após a eleição de 2016, quando encerrou seu discurso gritando “Heil Trump! Heil nosso povo!”, enquanto o público fazia a saudação nazista. Ele se tornou um líder da “direita alternativa”, que defende um Estado só de brancos.

Na cidade natal da família, Whitefish, Montana, membros da comunidade exigiram que Sherry renegasse publicamente as crenças do filho. Um corretor de imóveis enviou a ela uma declaração para que assinasse, na qual ela reconhecia que a presença do filho na cidade estava “causando danos aos moradores”. Ela não assinou e fez uma postagem em um blog afirmando que o corretor a estava ameaçando.

Os membros da família de Tefft, especialmente a mãe de Peter, receberam uma avalanche de mensagens na mídia social e telefonemas de pessoas que compartilhavam ou aprovavam suas opiniões. A situação se agravou no fim de semana quando a conta no Twitter @YesYoureRacist postou uma foto de Peter na manifestação de Charlottesville com a legenda: “Esse encantador nazista é Pete Tefft, de Fargo, ND”.

Seu pai disse que as mensagens recebidas de “culpa por associação” eram tão infames que não as repetiria. E cancelou sua linha de telefone fixo.

Tefft soube pela primeira vez das ideias do filho há alguns anos, quando Peter insistiu para que ele visse os sites que estava lendo. Tefft sempre insistiu com os filhos para tentarem compreender o mundo a partir de múltiplas perspectivas. Assim, não se surpreendeu com o fato de Peter procurar ampliar seu conhecimento. Mas o que encontrou nos sites não tinha nada a ver com os valores que procurava incutir na família.

“Eu apontava o que estava errado e ele rejeitava, dizendo ‘não, você não está entendendo’. Dizia a ele que os judeus são brancos e ele respondia, ‘não são’. E também sempre negou o Holocausto. É ridículo”.

Eles discutiam sobre evidências e por que o avô, seu irmão, os irmãos mais velhos de Peter, todos haviam prestado o serviço militar. “Para lutar por um país onde todos se respeitam”, dizia o pai. E discutiam também sobre igualdade das mulheres e essa parte foi a que mais inquietou Tefft.

“Ele dizia coisas estúpidas quando começava a comparar mulheres e assuntos do gênero”, disse Tefft. Ele dizia ao filho: “Deus, você tem quatro tias, quatro irmãs, o que acontece com você?”

Nada funcionou. Quando Peter retornou a Dakota do Norte no domingo, Tefft disse que a partir de então ele não seria mais bem-vindo nas reuniões de família. Prometeu que sempre falaria com ele, mas outros parentes tinham dito que se retirariam se ele aparecesse. Estavam muito zangados com o ódio do qual eram vítimas por causa do ódio que Peter disseminava.

Às 8h21 da segunda-feira a carta foi publicada no site do jornal local. Nessa carta, Tefft lembrou-se de algo que o filho disse certa vez: “A questão é que nós, fascistas, não acreditamos em liberdade de expressão. Você pode dizer o que quiser, nós simplesmente lançamos no forno”. “Peter, você terá de colocar nossos corpos no forno, também. Por favor, renuncie ao ódio, aceite e ame a todos”, suplicou na carta. Depois disso, não teve mais notícias do filho. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

"Mulher atingindo o neonazi com uma bolsa", clássica imagem
do fotógrafo sueco Hans Runesson




sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Objeto aparece em praia inglesa e confirma que mundo está entrando pelo cano


É, meus amigos, tá complicado... talvez o destino deste mundo tenebroso seja um ralo gigante, vai saber...

A informação é da BBC Brasil, com vídeo mais abaixo:

Cano gigante trazido pelo mar é encontrado em praia britânica

Um cano de 480 metros de comprimento apareceu na costa de Norfolk, a três horas de Londres, na Inglaterra.

Ele se desprendeu de uma embarcação que se dirigia à Argélia para um projeto de infraestrutura.

Apesar do espanto com o surgimento do objeto gigante, a guarda costeira da região garantiu que ele não representa risco à população.

Ele será armazenado em um local no próprio mar até ser devolvido ao fabricante na Noruega, cujo nome não foi divulgado.

Onze desses objetos foram encontrados na costa da cidade.



terça-feira, 15 de agosto de 2017

Rio de Janeiro faz "esfihaço" para abraçar imigrante sírio que foi vítima de xenofobia

O imigrante sírio feliz da vida na foto de Matheus Pereira, do G1

Meus amigos "evangélicos góspeis", é essa a atitude cristã em relação aos fracos e desfavorecidos, não essa xenofobia e esse ódio aos pobres e ao diferente que vocês demonstram ao apoiar um certo candidato cujo nome não deve nem merece ser pronunciado, mas dificilmente vocês entenderão.

Cristãos acolhem, amam e pregam o evangelho puro de Jesus Cristo, e se tiverem que morrer para tanto, serão martirizados como "ovelhas destinadas ao matadouro" (Romanos 8:36), sem mais.

Como Tertuliano já dizia, "o sangue dos mártires é a semente da igreja", mas quem era Tertuliano (±160-220 d.C.) perto dos nobilíssimos, santíssimos e poderosíssimos líderes evangélicos brasileiros atuais, não é mesmo?

Não são "apóstolos do ódio", como alguns famosos "pregadores" hoje se propõem, simples assim...

Talvez somente quando alguns dedos misteriosos escrevam "mene mene tequel parsim" nas paredes dos seus lautos banquetes de autolouvaçao desenfreada (Daniel 5), meus caros religiosos fascistas, vocês perceberão que o seu tão propalado "reino" político-ideológico padece de autofagia.

Aí será tarde demais...

A matéria é do G1:

Cariocas fazem fila em 'esfihaço' para apoiar refugiado sírio agredido em Copacabana

Após divulgação de vídeo em que é hostilizado por outros ambulantes, Mohamed Ali recebe apoio dos brasileiros. Perto dali, no Arpoador, grupo protestou contra muçulmanos.

Matheus Rodrigues


Uma longa fila se formou neste sábado (12) nas ruas de Copacabana em torno de um carrinho de salgados árabes. Ninguém duvida do sabor das esfihas e quibes, mas o motivo para tanta gente em torno do vendedor é outro: dar apoio ao refugiado sírio Mohamed Ali, que dias atrás foi vítima de hostilizado por outros ambulantes, na esquina da Rua Santa Clara com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana.

Entre uma foto e outra entrevista, Mohamed não sabia definir o que estava sentindo. Muitos cariocas foram à mesma esquina para prestar solidariedade.

Os insultos foram registrados por quem passava e a imagem, rapidamente, se espalhou pelas redes sociais (veja nas reportagens acima). Mohamed Ali foi agredido verbalmente depois de ter o carrinho empurrado pelos agressores. Algumas mercadorias caíram no chão.

O ambulante que aparece no vídeo com dois pedaços de madeira na mão fala para Mohamed voltar para o país dele, sair do Brasil, e o ofende.

"Sai do meu país! Eu sou brasileiro e estou vendo meu país ser invadido por esses homens-bomba miseráveis que mataram crianças, adolescentes. São miseráveis. Vamos expulsar ele!", disse.

Mohamed não postou o vídeo e não foi à polícia. "Eu não quero problemas, só quero trabalhar. Eu não quero problema para ninguém", disse Mohamed Ali.

Solidariedade


O evento teve fila de quem estava disposto a ajudar...
Um empresário promoveu o “esfihaço” deste sábado e iniciou uma "vaquinha on line" para conseguir um food truck para o amigo. Guilherme Benedictis resolveu promover o evento “Comer esfiha na barraca do Mohamed” em uma rede social. Até este sábado, o evento tinha confirmação de 11 mil pessoas e despertou o interesse de outras 33 mil.

Mohamed tem 33 anos, é filho de pai sírio e mãe egípcia, nasceu na Síria e foi criado no Egito, de onde saiu há três anos. Diz que no Brasil as pessoas respeitam a religião do outro, e ele pode viver "em paz". Mesmo após a agressão, ele defende o país. "Eu amo o Brasil".

O sírio é casado com uma brasileira e tem um filho. Fugiu da guerra no Oriente Médio e não quer mais conflitos por aqui. "Eu fui para a guerra lá, cheguei aqui e não quero guerra aqui."

Na quinta-feira (10), Mohamed recebeu das mãos do prefeito Marcelo Crivella uma licença para trabalhar em Copacabana.

Protesto contra muçulmanos


Mas o ódio "religioso" nunca pode ser ignorado, há sempre gente disposta ao pior que o ser humano pode oferecer...


Enquanto o sírio era homenageado após sofrer ataques de xenofobia e intolerância religiosa, um grupo de cerca de 20 pessoas fez um protesto com ataques contra muçulmanos a poucos quilômetros dali, no Arpoador. Vestidos de preto e com cartazes com palavras como "muçulmanos: assassinos, sequestradores, estupradores", eles caminhavam em silêncio.

A educadora Débora Garcia estranhou a movimentação e, ao ler os cartazes, resolveu fotografar.

"Minha primeira reação foi não entender o que estava acontecendo. Até porque as mensagens pareciam misturar alhos com bugalhos. Pareceu um movimento 'cristão' radical contra muçulmanos, [grifamos] fazendo algum tipo de analogia louca com assassinatos, sequestros e estupros. Como se pra cometer esses crimes tivesse que ter alguma relação com algum credo em especial", disse, em entrevista ao G1.

"Estranhei a quantidade de cartazes e o uniforme preto. Primeiro, achei que era em defesa de migrantes, estrangeiros. Depois, que vi que eram totalmente contra praticamente um pedido para que saiam daqui", contou.



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