terça-feira, 15 de agosto de 2017

Rio de Janeiro faz "esfihaço" para abraçar imigrante sírio que foi vítima de xenofobia

O imigrante sírio feliz da vida na foto de Matheus Pereira, do G1

Meus amigos "evangélicos góspeis", é essa a atitude cristã em relação aos fracos e desfavorecidos, não essa xenofobia e esse ódio aos pobres e ao diferente que vocês demonstram ao apoiar um certo candidato cujo nome não deve nem merece ser pronunciado, mas dificilmente vocês entenderão.

Cristãos acolhem, amam e pregam o evangelho puro de Jesus Cristo, e se tiverem que morrer para tanto, serão martirizados como "ovelhas destinadas ao matadouro" (Romanos 8:36), sem mais.

Como Tertuliano já dizia, "o sangue dos mártires é a semente da igreja", mas quem era Tertuliano (±160-220 d.C.) perto dos nobilíssimos, santíssimos e poderosíssimos líderes evangélicos brasileiros atuais, não é mesmo?

Não são "apóstolos do ódio", como alguns famosos "pregadores" hoje se propõem, simples assim...

Talvez somente quando alguns dedos misteriosos escrevam "mene mene tequel parsim" nas paredes dos seus lautos banquetes de autolouvaçao desenfreada (Daniel 5), meus caros religiosos fascistas, vocês perceberão que o seu tão propalado "reino" político-ideológico padece de autofagia.

Aí será tarde demais...

A matéria é do G1:

Cariocas fazem fila em 'esfihaço' para apoiar refugiado sírio agredido em Copacabana

Após divulgação de vídeo em que é hostilizado por outros ambulantes, Mohamed Ali recebe apoio dos brasileiros. Perto dali, no Arpoador, grupo protestou contra muçulmanos.

Matheus Rodrigues


Uma longa fila se formou neste sábado (12) nas ruas de Copacabana em torno de um carrinho de salgados árabes. Ninguém duvida do sabor das esfihas e quibes, mas o motivo para tanta gente em torno do vendedor é outro: dar apoio ao refugiado sírio Mohamed Ali, que dias atrás foi vítima de hostilizado por outros ambulantes, na esquina da Rua Santa Clara com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana.

Entre uma foto e outra entrevista, Mohamed não sabia definir o que estava sentindo. Muitos cariocas foram à mesma esquina para prestar solidariedade.

Os insultos foram registrados por quem passava e a imagem, rapidamente, se espalhou pelas redes sociais (veja nas reportagens acima). Mohamed Ali foi agredido verbalmente depois de ter o carrinho empurrado pelos agressores. Algumas mercadorias caíram no chão.

O ambulante que aparece no vídeo com dois pedaços de madeira na mão fala para Mohamed voltar para o país dele, sair do Brasil, e o ofende.

"Sai do meu país! Eu sou brasileiro e estou vendo meu país ser invadido por esses homens-bomba miseráveis que mataram crianças, adolescentes. São miseráveis. Vamos expulsar ele!", disse.

Mohamed não postou o vídeo e não foi à polícia. "Eu não quero problemas, só quero trabalhar. Eu não quero problema para ninguém", disse Mohamed Ali.

Solidariedade


O evento teve fila de quem estava disposto a ajudar...
Um empresário promoveu o “esfihaço” deste sábado e iniciou uma "vaquinha on line" para conseguir um food truck para o amigo. Guilherme Benedictis resolveu promover o evento “Comer esfiha na barraca do Mohamed” em uma rede social. Até este sábado, o evento tinha confirmação de 11 mil pessoas e despertou o interesse de outras 33 mil.

Mohamed tem 33 anos, é filho de pai sírio e mãe egípcia, nasceu na Síria e foi criado no Egito, de onde saiu há três anos. Diz que no Brasil as pessoas respeitam a religião do outro, e ele pode viver "em paz". Mesmo após a agressão, ele defende o país. "Eu amo o Brasil".

O sírio é casado com uma brasileira e tem um filho. Fugiu da guerra no Oriente Médio e não quer mais conflitos por aqui. "Eu fui para a guerra lá, cheguei aqui e não quero guerra aqui."

Na quinta-feira (10), Mohamed recebeu das mãos do prefeito Marcelo Crivella uma licença para trabalhar em Copacabana.

Protesto contra muçulmanos


Mas o ódio "religioso" nunca pode ser ignorado, há sempre gente disposta ao pior que o ser humano pode oferecer...


Enquanto o sírio era homenageado após sofrer ataques de xenofobia e intolerância religiosa, um grupo de cerca de 20 pessoas fez um protesto com ataques contra muçulmanos a poucos quilômetros dali, no Arpoador. Vestidos de preto e com cartazes com palavras como "muçulmanos: assassinos, sequestradores, estupradores", eles caminhavam em silêncio.

A educadora Débora Garcia estranhou a movimentação e, ao ler os cartazes, resolveu fotografar.

"Minha primeira reação foi não entender o que estava acontecendo. Até porque as mensagens pareciam misturar alhos com bugalhos. Pareceu um movimento 'cristão' radical contra muçulmanos, [grifamos] fazendo algum tipo de analogia louca com assassinatos, sequestros e estupros. Como se pra cometer esses crimes tivesse que ter alguma relação com algum credo em especial", disse, em entrevista ao G1.

"Estranhei a quantidade de cartazes e o uniforme preto. Primeiro, achei que era em defesa de migrantes, estrangeiros. Depois, que vi que eram totalmente contra praticamente um pedido para que saiam daqui", contou.



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