sábado, 10 de junho de 2017

Ministro evangélico do TSE invoca profeta islâmico para rogar praga a adversários


Se não bastasse o fato do Brasil estar atravessando um show de horrores perpetrado pelas instituições que estariam - em tese - encarregadas de dar ao seu povo uma espécie qualquer de "normalidade institucional", ainda somos obrigados a ver e ouvir um juiz que se diz evangélico rogando praga muçulmana em rede nacional.

Não deixa de ser - no mínimo - estranho que alguém que se diga evangélico utilize um gestual típico do Estado Islâmico (cortar a garganta e/ou decapitar) invocando o profeta dos muçulmanos como seu, digamos, "vingador", como se vê no vídeo abaixo:


Ainda mais quando essa pessoa supostamente evangélica é uma alta autoridade judicial no Brasil.

Agora faça um exercício de imaginação e pense sobre o que ele realmente diria se fosse muçulmano radical.

Essa estranha junção de evangélicos, conservadores e gesto e praga próprios do Estado Islâmico prenuncia, portanto, uma era de densas trevas para o nosso país.

Que o Deus de Jesus Cristo nos livre de tal sina.

A matéria é do Zero Hora:

"Que sobre eles desabe a ira do profeta", diz Napoleão sobre delatores da JBS que o citaram

Ministro do TSE se irritou com durante julgamento na tarde desta sexta-feira (9)

Guilherme Mazui

Citado na delação da JBS, o ministro Napoleão Nunes Maia Filho aproveitou a sessão do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da tarde desta sexta-feira (9) para fazer uma dura crítica aos delatores, aos vazamentos de informações e a notas e reportagens publicadas pela imprensa.

À Procuradoria-Geral da República (PGR), Francisco de Assis e Silva declarou no acordo que o advogado Willer Tomaz, preso na Operação Patmos, que Napoleão, que também é ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), teria intercedido em uma ação para beneficiar Joesley Batista e a empresa Eldorado Celulose. O magistrado nega qualquer interferência no processo.

— É mentira desse Assis, que disse isso para me incriminar em troca das benesses que recebeu. A delação está servindo para isso — protestou.

No desabafo, Napoleão contou que sua igreja evangélica, em Fortaleza, lhe perguntou sobre a OAS. Ele afirmou ter respondido assim ao pastor:

— Uma medida com que me medem serão medidos, e sobre ele desabe a ira do profeta. É uma anátema islâmica.

Napoleão não explicou o que significa o dito, mas fez gesto da "ira do profeta", simulando com a mão o corte de um pescoço.

— É o que eu desejo, que sobre eles desabe a ira do profeta. Sou inocente de tudo isso, estou sendo injustamente, perniciosamente, sorrateiramente, desavergonhadamente prejudicado.

Napoleão também negou estar envolvido em irregularidades da OAS. Conforme o jornal Valor Econômico, em busca de um acordo com a PGR, executivos da empreiteira mencionaram nomes do Judiciário, entre os quais o de Napoleão. Ele afirmou que tomou sete decisões no STJ referentes à OAS, todas contrárias à empresa.

— Um infrator confesso da legislação, da ética e da moralidade faz delação para receber benesses e cita o meu nome! Mentira! Nunca participei de reunião com ninguém da OAS .

Nos últimos dias, Napoleão já havia reclamado em plenário dos delatores. Em debate com o relator Herman Benjamin sobre a exclusão das provas da Odebrecht da ação da chapa Dilma-Temer, o ministro questionou a credibilidade e isenção dos colaboradores.

Napoleão ainda reclamou de nota publicada pelo site O Antagonista. Na manhã desta sexta-feira, o filho do ministro foi barrado ao tentar entrar no plenário do TSE de jeans e camisa polo, sendo que a regra exige paletó e gravata. O site noticiou que um homem "misterioso" tentava entregar envelope ao magistrado. Napoleão explicou que o envelope tinha fotos de sua neta, um bebê.

O ministro recebeu a solidariedade dos colegas. Presidente do TSE, Gilmar Mendes aproveitou para criticar os vazamentos e indicar que eles teriam origem na PGR. A retomada do julgamento também teve atrito com o vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino.

O procurador levantou o impedimento do ministro Admar Gonzaga, que foi advogado da campanha de Dilma e Temer em 2010. Para o representante do Ministério Público Eleitoral, a corrida ao Planalto de 2010 "estava contaminada tanto quanto" a de 2014. A questão foi rejeitada por unanimidade e gerou um bate-boca entre Dino e Gilmar.

— Ministério Público deve se pautar pelo princípio da lealdade processual. Ele não pode surpreender o tribunal. Não pode coagir — protestou Gilmar.



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