terça-feira, 31 de julho de 2012

Final olímpica de esconde-esconde


Pra quê ficar se preocupando com futebol, vôlei, basquete, atletismo, natação, etc. etc., em Londres 2012?

A melhor coisa a fazer é acompanhar a emocionante final olímpica de esconde-esconde entre o nosso vizinho Paraguai e a dona da casa, a Grã-Bretanha, na criação genial do Monty Python:





domingo, 29 de julho de 2012

Ateísmo faz mal à saúde mental

Pelo menos essa é uma das conclusões que se pode tirar de recente pesquisa realizada por cientistas norteamericanos e israelenses, segundo noticia o Ha'aretz.

O objetivo central do estudo foi identificar fatores que aumentam o risco de desenvolver o mal de Alzheimer.

Os pesquisadores investigaram vários aspectos das vidas das pessoas examinadas, em especial como eles aproveitavam o tempo livre que tinham durante os 20 e 30 anos de idade.

Um dado então saltou aos olhos: as mulheres que oravam regularmente tinham 50% menos chances de desenvolver demência ou Alzheimer.

Apesar da descoberta, não foi possível estabelecer exatamente a conexão entre oração e o cérebro dos homens, segundo a chefe da pesquisa, a professora Rivka Inzelberg, porque 90% dos investigados oravam diariamente.

Já no campo feminino, 60% delas eram muçulmanas e oravam 5 vezes ao dia, enquanto as 40% não tinham esse costume, pelo que foi possível comparar os dados de maneira efetiva.

Segundo a professora Inzelberg, "a oração é uma prática na qual se investe o pensamento, e a atividade intelectual envolvida na oração, além do seu próprio conteúdo, pode constituir um fator preventivo contra o Alzheimer".

É de se imaginar, portanto, que todas as pessoas que têm uma prática rotineira de oração exercitam uma série de lembranças, como de pedidos e pessoas por quem pedem, sem contar as rezas específicas de cada religião, muita vezes memorizadas.

Já os ateus bem que podiam seguir o exemplo e meditar (ou memorizar) nas obras de Dawkins, por exemplo. Quem sabe funciona...



McDonald's da Croácia continua vendendo após cliente morrer no balcão

Se a fonte da notícia não fosse o The Huffington Post (além de vários outros órgãos da imprensa internacional) a gente teria sérias dúvidas sobre a veracidade dessa história, originalmente contada pelo sítio croata 24sata.

Segundo consta, uma mulher de 49 anos de idade, de origem bósnia e residente na Dinamarca, teve um infarto fulminante alguns dias atrás, enquanto pedia o seu lanche no balcão da loja da rede em Sibenik, na Croácia, às 19:30 h e apesar do socorro ter sido chamado rapidamente, não houve como reanimá-la, vindo a óbito em seguida.

Diante do fato inusitado, o corpo ficou estendido no chão, coberto por um lençol, aguardando a chegada e a posterior liberação da polícia, o que só ocorreu depois de 90 minutos.

O que surpreendeu a todos foi o fato do McDonald's ter continuado normalmente com suas operações enquanto os parentes da vítima rodeavam a vítima no velório improvisado.

O McDonald's local se defendeu ao Daily Mail dizendo que apenas o drive thru permaneceu aberto, como se confortasse alguém saber que seu Big Mac estava sendo preparado ao lado de um cadáver ainda quente atrás do caixa artificialmente sorridente (com o perdão da imagem grotesca).

Entretanto, clientes ouvidos pelo The Sun desmentem a loja, dizendo que os lanches continuaram sendo vendidos normalmente.

Coisa esquisita, né não? Nesses tempos consumistas em que vivemos, a morte do freguês no máximo é apenas um detalhe desagradável...



sábado, 28 de julho de 2012

História da privada

Não, não estamos falando de história privada, mas do trono, não aquele da realeza, mas o real sobre o qual você rotineiramente se senta.

Sim, estamos falando do vaso sanitário, este objeto essencial e relativamente jovem na história da humanidade, segundo conta o Aventuras na História, com o ótimo infográfico abaixo (clique na imagem para ampliá-lo):

Confira como a trajetória do vaso sanitário refletiu em mudanças na sociedade

Mesmo tardia, a invenção do vaso sanitário começou a resolver uma séria questão de saúde pública que, por incrível que pareça, assombra a humanidade até hoje

Bruno Lazaretti

Gravidade, inércia, ação e reação já estavam explicadas nas melhores livrarias de Londres em 1687, enquanto a cidade inteira cheirava a excremento humano - as valetas de rua, estagnadas de fezes e urina, atraíam moscas, ratos e outras pragas. A civilização esperou 6 mil anos para que Isaac Newton publicasse as leis da física, mas teve de aguardar mais um século para que Alexander Cumming patenteasse a primeira privada, em 1775. A Inglaterra, centro e vanguarda do "mundo civilizado", foi o império do penico e da cloaca. A estrutura mais parecida com um esgoto era o rio Tâmisa, que recebia com as chuvas o lixo abandonado. Cólera e febre tifoide eram só algumas das enfermidades comuns por falta de saneamento - em Londres ou em qualquer lugar. "Além das bactérias, os dejetos também podem transmitir vírus, como o rotavírus e o da hepatite A", diz o infectologista Stefan Cunha Ujvrai.

A dificuldade por trás dessa "demora" não foi tecnológica, mas lógica. Sem a assimilação entre doenças e o tratamento inadequado dos excrementos, avanços e retrocessos na área sanitária revezavam-se à revelia da cronologia histórica. Os romanos tinham sistemas exemplares no século 4, mas, na Idade Média, o hábito nas cidades europeias era esvaziar os penicos pela janela. Newton teve sorte com aquela maçã... Até o século 15, o mais comum era promover "o despejo" do andar superior da casa. Em Paris, antes, gritava-se "Água vá!".

O vaso sanitário conectado a uma rede de esgoto subterrânea ficou popular só a partir do século 19. "Foram as cidades industriais lotadas da Inglaterra Vitoriana que ergueram a privada moderna, especificamente por causa das epidemias crônicas de cólera", afirma Julie Horan, professora de educação comparada na Universidade da Virgínia. Mas o herói dessa revolução foi mesmo o reformista inglês Edwin Chadick, que, em 1842, relacionou doenças como aquela ao indevido tratamento dos excrementos humanos. Uma conclusão aparentemente mais simples e menos importante do que "toda partícula de massa no universo atrai outra". Bem, você não pensaria assim se tivesse de limpar sua própria latrina.





Carrossel gospel



Ouvindo e analisando a letra da música-tema da novela Carrossel do SBT, até que faz sentido. Fica a dica para alguém que tiver suficientes talento e paciência, e quiser fazer uma montagem com a canção e inúmeros girocópteros cóspel que a fauna gospel brasileira proporciona (infelizmente):





sexta-feira, 27 de julho de 2012

Três homens e um gesto olímpico para sempre


A foto acima é uma das mais conhecidas da história das Olimpíadas, e se tornou um marco dos conflitos raciais do século XX.

Nela, dividem o pódio dos 200 metros rasos - dos Jogos Olímpicos da Cidade do México de 1968 - os norteamericanos Tommie Smith (ouro) e John Carlos (bronze), juntamente com o australiano Peter George Norman (prata).

O gesto dos atletas americanos, com os punhos levantados, calçando apenas meias negras sem calçado para denunciar a pobreza dos negros americanos, ficou marcado para sempre como um símbolo da luta contra o racismo até então institucionalizado nos Estados Unidos.

Afinal, era o dia 16 de outubro de 1968, e o expoente máximo da luta pelos direitos civis no país, o pastor batista Martin Luther King Jr., havia sido assassinado no dia 4 de abril daquele ano que mudou o mundo em várias áreas para sempre.

O que pouca gente sabe é que cada atleta negro levanta um punho vestido com uma só luva porque John Carlos havia esquecido as suas no alojamento, e o atleta australiano foi quem lhes deu a ideia de dividir o par que Tommie Smith havia trazido.

Peter George Norman foi avisado por seus companheiros americanos de que eles realizariam o protesto, mas antes queriam consultá-lo para não constrangê-lo num momento que também seria tão especial - como polêmico - para o australiano.

Eles lhe perguntaram se ele acreditava nos direitos humanos, e Norman, militante contrário à política branca contra os aborígenes de seu país, disse que sim.

Então os atletas americanos lhe perguntaram se ele acreditava em Deus, e Norman respondeu que cria fortemente em Deus, principalmente devido ao seu passado no Exército da Salvação.

Depois lhe contaram o que iriam fazer, e o australiano respondeu uma frase que ressoa até hoje: "Estou junto com vocês!"

Ao se dirigir à cerimônia, Norman viu o remador americano Paul Hoffman usando uma pequena flâmula do movimento olímpico pelos direitos humanos, e o pediu emprestado para usá-lo no pódio.

Após o protesto, todos os três atletas foram perseguidos por seus respectivos comitês olímpicos (os americanos foram expulsos imediatamente da Vila Olímpica), e levaria ainda muito tempo para que o seu gesto fosse oficialmente reconhecido como válido, embora o momento (e o registro) histórico já tivesse sido alcançado.

Tommie Smith e John Carlos ficaram mais conhecidos, dada a importância e pertinência de sua rebeldia afroamericana diante dos holofotes olímpicos, e Norman foi muito menos lembrado, mas jamais esquecido, até porque naquela prova em 1968 ele estabeleceu o record australiano dos 200 metros rasos, que dura até hoje.

Outro gesto envolveu os três grandes personagens olímpicos 38 anos depois, em outubro de 2006, quando, por ocasião do funeral de Norman (foto abaixo), lá estavam carregando o caixão seus companheiros de pódio, Tommie Smith e John Carlos, depois de terem voado metade do planeta para homenagear o corajoso amigo.

Infelizmente, nesta época de negócios e consumismo em que vivemos, parece que sobra pouco espaço nas Olimpíadas (e na vida) para que homens simples produzam momentos grandiosos que marcam toda uma geração e que nem a efemeridade da vida humana consegue apagar.



Fontes: The Age e Wikipedia


Jogos Olímpicos com Monty Python



Em homenagem às Olimpíadas de Londres 2012, que começam hoje, nada mais britânico do que o humor antológico (e nada politicamente correto) do grupo Monty Python e suas competições olímpicas bizarras, "disputadas a cada 3.7 anos", como as provas non-sense de:

- 100 jardas para pessoas sem senso de direção;
- 1.500 metros para surdos (com tiro na largada);
- 200 metros de nado livre para quem não sabe nadar;
- maratona para quem tem incontinência urinária;
- 3.000 metros steeplechase para quem acha que é galinha;





quinta-feira, 26 de julho de 2012

60 anos sem Evita



Evita Perón morreu no dia 26 de julho de 1952. Exatos 60 anos atrás, portanto, e a Argentina não conseguiu superar o impacto que sua curta vida pública teve sobre o país.

Os brasileiros não fazem ideia do que o peronismo (muito mais pela figura de Evita do que Perón) significa para os argentinos até hoje. É preciso conhecer a, digamos, Argentina profunda para começar a compreender o fenômeno.

Em 1999 fui visitar uma família amiga de Rosário, província de Santa Fé, e no passeio que fizemos pela região vimos um hospital que foi construído e inaugurado por Evita Perón.

Uma amiga então me disse que a família era até então muito grata a Evita porque foi das mãos dela que a sua avó recebeu o primeiro agasalho que teve na vida.

Tentei imaginar como era não ter agasalho naquele lugar em que fazia muito mais frio que em São Paulo, mas não consegui.

Compreendi, então, que a grande razão pela adoração popular a Evita era o fato dela ter rompido com o secular descaso da oligarquia argentina com o seu próprio povo. Pouco importava a maneira como ela fez isso.

Um país que estava entre os mais ricos do mundo no começo do século XX não havia sido capaz de destinar um pouco de sua riqueza para satisfazer o mínimo que fosse das necessidades mais básicas de sua população.

Em outra oportunidade, tive a oportunidade de conhecer o sul da província de Buenos Aires, na região de Chivilcoy, onde Evita nasceu, filha bastarda que era de um estancieiro local.

Desde a mais tenra infância, portanto, sentiu na pele como era impossível vencer a divisão das classes no país, o que a levou a ser tão dura com a elite argentina quando chegou ao poder ao lado do marido.

Popular, popularesca ou populista, o fato é que enquanto o peronismo se sedimentou como a melhor expressão da incapacidade argentina de superar o passado e seguir adiante, Evita, morta jovem de câncer, foi alçada à condição de mito universal. Tão jovem que, se viva ainda fosse, teria hoje 93 anos de idade. E já faz tanto tempo...

Muito se escreveu e se mostrou sobre ela, como o excelente livro "Santa Evita", de Tomás Eloy Martínez, que conta as incríveis e macabras peripécias que foram feitas com o cadáver dela, numa bizarra incursão na estranha necrofilia que parece continuar impregnando boa parte do país.

Famoso ficou também o musical Evita (depois filme com Madonna no papel principal), de Andrew Lloyd Weber, com músicas geniais e letras das mais brilhantes e - ao mesmo tempo - preconceituosas e maldosas da história do gênero, curiosamente assumindo o discurso da elite argentina de 1950 e depreciando Evita ao máximo.

Isto, entretanto, só realça o seu caráter de personagem emblemático da história argentina, e - por extensão - latinoamericana. Os brasileiros, por exemplo, conseguem lidar melhor com a morte e o mito, mas nunca estão imunes ao populismo ou à manipulação da ideologia dominante.

Queiram ou não, Evita continuará sendo idolatrada na Argentina. Faço votos, entretanto, que os argentinos consigam se desprender do passado sem renegá-lo e seguir adiante, já que - ao contrário da ideia que alguns órgãos da imprensa querem passar - trata-se de um lindo país com um povo maravilhoso.

Quem tem o prazer de ter amigos argentinos como eu tenho, sabe que eles - além de naturalmente melancólicos e determinados, são fiéis, verdadeiros, e nunca deixam a amizade arrefecer. Sempre digo que amigos argentinos são realmente para sempre. Pelo jeito, Evita também.

Abaixo, o áudio de seu último discurso:





EUA e Al Qaeda jogam no mesmo time na crise síria

É sempre de bom tom não ser apressado na hora de tomar este ou aquele partido e assumir como verdade absoluta esta ou aquela posição.

Como já diziam as sábias raposas da antiga política mineira, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

Melhor então parar de dividir o mundo - assim de supetão - entre bons e maus, ou enxergar tudo só em preto e branco.

Permita, pelo menos, alguns tons de cinza. Assim você não se comprometerá quando emitir a sua opinião.

Quem poderia imaginar que, quase 11 anos de pois do 11 de setembro das Torres Gêmeas, Estados Unidos e os seguidores de Bin Laden estariam lutando do mesmo lado na guerra civil que assola a Síria?

Já os cristãos sírios escolheram o outro lado, aparentemente o perdedor desse fratricídio, só que surpreendentemente - são apoiados pelos russos e iranianos. Quem diria...

Os velhos inimigos Israel e Irã, embora não assumam, estariam juntos e talvez prefiram que tudo permaneça como está

Infelizmente, os únicos inocentes nessa história toda estão mesmo é levando bomba na cabeça.

E tem gente que defende ardentemente que o Brasil se envolva nesse samba do Oriente Médio doido... de que lado? Eu, hein...

Ideologia? Terrorismo? Religião? Parece que tudo neste mundo é só uma questão de oportunidade ou de ponto de vista, segundo analisa Gustavo Chacra no seu blog no Estadão:

EUA e Al Qaeda defendem a oposição na Síria

Um dos maiores problemas para os Estados Unidos na Síria é o envolvimento da Al Qaeda na oposição. Agora, não dá mais para esconder que americanos e a rede terrorista responsável pelo 11 de Setembro estão contra o regime de Bashar al Assad. Isso não significa que Washington e os herdeiros de Bin Laden estejam atuando juntos ou tenham os mesmos interesses para a Síria no futuro.

Os EUA defendem o fim do regime e a democratização na Síria, mas sabem ser extremamente complicado atingir este objetivo. A Al Qaeda almeja o estabelecimento de um Estado islâmico sunita na Síria e no Iraque (atualmente uma pseudo-democracia sectária controlada por xiitas laicos) para lutar contra o Irã e Israel. Isso mesmo que vocês leram.

Nos últimos meses, a Al Qaeda tem usado terrorismo, incluindo atentados suicidas, contra o regime de Assad. A rede terrorista também alveja cristãos e alauítas, uma vertente moderada do islamismo, por serem duas religiões associadas ao regime. A Rússia, defensora dos cristãos sírios, acusa agora os americanos de tentarem justificar o terrorismo na Síria. Afinal, as ações dos opositores, incluindo a Al Qaeda, são quase idênticas à de insurgentes que os EUA, incluindo na administração de Barack Obama, classificam como terroristas no Iraque.

Pode parecer irônico, mas os responsáveis pelo 11 de Setembro odeiam mais o Irã do que os EUA. E, para eles, não há problema em ter os americanos ao lado desde que o alvo seja aliado de Teerã, cristãos árabes ou membros de minorias islâmicas, como alauítas e xiitas. Para os americanos, ironicamente, parece que as vezes a Al Qaeda é um mal menor do que o Irã.



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Centro de São Paulo perde Dedé

Quem frequenta (ou frequentou) o centro de São Paulo está acostumado com os personagens (digamos) exóticos e divertidos que povoam as ruas e os passeios estreitos como corajosos raios de luz que insistem em romper aquele desamparo cruel e sombrio que a capital paulista reserva aos seus moradores e visitantes.

Uma das mais queridas e esfuziantes personagens desse pequeno mundo mambembe incrustado no coração da cidade era Dedé, esta joia rara, uma figura festiva, humilde, esquálida e afeminada que vivia com um microfone na mão desde os anos 1980, cantando a cappella seus desvarios, surpreendendo a todos com suas irrequietas corridinhas desengonçadas, sempre alegrando as manifestações e as multidões (quando ainda existiam) com seus jazzísticos trinados estridentes.

Chegou a participar de vários programas populares na TV, muitas vezes sendo vergonhosa e injustamente ridicularizado pelo seu jeito inusitado de se expressar.

Como cantor de rua, Dedé fez mais feliz (ou menos triste) o cotidiano de milhares - talvez milhões - de pessoas ao longo das últimas décadas, fazendo questão de "roubar" um sorriso que fosse dos mais incautos transeuntes. 

Era impossível ficar alheio a ele quando — no meio do caminho cáustico das manhãs agoniadas, das tardes apressadas e dos sonhos despedaçados — de repente surgia das cinzas e do concreto, mesmo debaixo da garoa, o seu show tão irreverente e peculiar.

Fico sabendo agora - pela Rede Brasil Atual - que Dedé Passos partiu sem avisar para uma turnê nas estrelas no último dia 14 de junho. 

Testemunha que foi de muitos bancos, lojas e empresas que vicejaram e faliram, o centro de São Paulo, onde circulo raramente hoje em dia, ficou verdadeiramente mais pobre e melancólico ao perder este brilhante ícone popular.

Muitos universos que transitavam por lá se foram juntos com o cintilante Dedé, e estão sendo continuamente substituídos por outros talvez mais duros do que o palco iluminado em que ele viveu e conviveu, compartilhando com todos a sua arte imortal e o seu jeito livre e feliz de ser, simplesmente ser.

Enquanto o vácuo não absorve definitivamente o que restou do centro antigo de São Paulo, aqueles calçadões de pedras portuguesas desajeitadas vertem seu pranto porque nunca mais serão acariciados com a leveza de Dedé saltitando com a delicadeza de uma pluma por aquele chão tão castigado pelas vidas secas que por ali perambulam lacrimejantes sem notar que — sim! — algo belo e singelo como Dedé já foi escalado pelos céus para presentear e encantar aquele lugar.

Dedé passa a integrar a memória afetiva de todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecer o seu esplendor. Fecham-se as cortinas mas o seu espetáculo colorido seguirá ecoando por aqueles opressivos paredões.

Menos mal que se possa recordá-lo através dos muitos vídeos do Dedé no YouTube. 

Em homenagem ao reluzente astro, seguem os três vídeos abaixo em que ele canta canções com letras muito apropriadas para reviver seus inesquecíveis momentos de glória e mostrar às novas e futuras gerações a grandeza radiante de Dedé. 

O primeiro, onde ele interpreta "Mosca na Sopa" do Raul Seixas, dando o seu toque peculiar; o segundo, desafiando Elis Regina ao cantar "Como Nossos Pais" de Belchior; e o terceiro interpretando "O Bêbado e a Equilibrista", de João Bosco, com destaque para a estrofe final:

A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...











Ainda há cristãos na Europa



O avanço do secularismo e do islamismo na Europa faz a gente ter a impressão de que há cada vez menos cristãos por lá, apesar de muitos europeus se declararem - pelo menos nominalmente - católicos ou protestantes.

Não deixa de ser interessante, portanto, que algumas manifestações tenham sido feitas nos últimos meses e anos em concentrações públicas (seguindo a linha do flash mob), para anunciar que ainda há cristãos no continente.

O maior movimento se chama "Up To Faith", mas há algumas variações locais como o francês "Un Coeur pour Lyon".

Há vários vídeos no youtube, dos quais destacamos alguns. O primeiro é o "Rise Up" de Berna, na Suíça:



O segundo é o "Un Couer pour Lyon", em Lyon, na França:



E o terceiro é em Budapeste, na Hungria:





Hetero toma remédio para calvície e vira gay

Em abril de 2010, o fanfarrão Evo Morales, presidente da Bolívia, surpreendeu o mundo ao dizer que o consumo de alimentos transgênicos (especialmente frangos "turbinados" com hormônios femininos) faria crescer o número de gays e carecas na população.

Apesar de ter virado motivo de chacota internacional, não é que - dois anos depois - surge uma história que - se não chega a comprovar a teoria de Evo - faz uma estranha associação entre calvície e homossexualidade, o que vai deixar muita gente de cabelo arrepiado (se tiver)... ?

No mínimo, além do bate-cabelo de fazer inveja à Joelma do Calypso, o sujeito arranjou uma das desculpas mais fajutas de que se tem notícia para assumir sua "nova" condição sexual. A matéria foi publicada no UOL Tabloide:

Engenheiro diz que remédio para a calvície o transformou em "mulher"

William McKee tinha uma vida bem normal. Era casado havia dez anos, com um filho pequeno e tinha um emprego estável como engenheiro de software no Vale do Silício, no Estado americano da Califórnia.

Só tinha uma coisa que o incomodava bastante: a calvície, algo absolutamente comum na sua família. Para fazer crescer alguns fiozinhos extras na cabeça, McKee resolveu comprar, por conta própria de uma farmácia online na Índia, uma versão genérica do medicamento Finasterida.

O engenheiro alega que depois que começou a tomar o remédio, sua vida mudou. Os seios começaram a aparecer, seu corpo começou a ficar feminino e sua orientação sexual mudou. McKee agora se sentia atraído por homens e sentia uma vontade louca de se vestir como mulher.

“Sentia que o ‘eu’ que sempre conheci não estava mais lá”, disse ao jornal New York Post.

Após encarar uma forte depressão, McKee se separou da mulher, passou a se vestir com uma peruca loira, vestidos curtos e maquiagem e agora atende pelo nome de “Mandi”.

Por ter comprado o medicamento genérico via internet, McKee não tem como processar A Merck, laboratório responsável pela Finasterida.

Segundo a empresa, não existem estudos que comprovem a relação entre o uso da Finasterida, que é um medicamento que inibe a enzima que converte a testosterona em di-hidrotestosterona, e problemas sexuais.



terça-feira, 24 de julho de 2012

Pai de Cachoeira diz que filho é "um Cristo"


Considerando a quantidade de pilantras que andam tomando o nome de Jesus em vão, não é surpresa que outros se sintam autorizados a fazer a mesma coisa, segundo noticia o UOL:

"Meu filho é um Cristo", diz pai de Carlinhos Cachoeira antes de audiências em Goiânia

Lourdes Souza e Rafhael Borges

A família de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlos Cachoeira, defende a inocência do bicheiro antes do início das audiências no Tribunal da Justiça Federal, em Goiânia, nesta terça-feira (24). Na chegada ao prédio da Justiça Federal em Goiânia, o pai de Carlos Cachoeira, Sebastião Almeida Ramos, conhecido como "Tião Cachoeira", 82, afirmou que a investigação da Operação Monte Carlo teria sido encomendada pelos réus do mensalão, entre eles o ex-ministro José Dirceu e Delúbio Soares.

"Meu filho é um Cristo, ele está passando por um massacre e seria um bonde expiatório do sistema." Ao afirmar que tem certeza sobre a inocência do filho, ele disse que é a pessoa que mais o conhece. "Sei da sua inocência porque fui eu quem deu tudo pra ele."

Tião Cachoeira passou mal e deixou o prédio do Tribunal da Justiça Federal. Acompanhado de uma filha, ele saiu sem falar com a imprensa. Ele teria sentido falta de ar e não conseguiu acompanhar as audiências. O pai do bicheiro não ficou uma hora dentro do prédio.

A mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, disse que o marido está sendo injustiçado. Para ela, a prisão tem cunho político e provocou a debilidade da saúde do marido, que estaria deprimido. Ela vai acompanhar os depoimentos ao lado de duas irmãs de Cachoeira.

Carlos Cachoeira chegou ao prédio do Tribunal da Justiça Federal às 8h25, escoltado por três carros da Polícia Federal. As audiências foram abertas por volta das 9 horas, com os pedidos dos advogados.

O primeiro a prestar depoimento está sendo Fábio Alvarez Cho, agente da Polícia Federal que coordenou as escutas. O advogado de defesa Ney Moura Teles se opôs a qualquer tipo de imagem porque, segundo ele, os réus foram desrespeitados em um prédio público onde não estão por livre vontade.

Moura disse ainda que a imprensa já julgou sumariamente os réus. “A Justiça Federal não pode compactuar com o julgamento que eles (jornalistas) fazem.”

Desmembramento

Os advogados que defendem os acusados, incluindo Geovani, foragido, pediram para rever o desmembramento do processo para não causar prejuízo aos demais réus. Idalberto, José Olímpio e Lenine não teriam sido intimados, conforme os advogados. Por isso pediram o adiamento.

Representantes do Ministério Público Federal (MPF) se manifestaram pela continuação do processo da forma como está. O juiz federal Alderico Rocha Santos negou pedido de adiamento da audiência sob o fundamento da falta de intimação dos co-réus.

O magistrado também indeferiu o pedido de Lenine tendo em vista que já havia impetrado habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). A advogada de Carlos Cachoeira, Dora Cavalcanti, pediu a suspensão da audiência até que todos os documentos estejam no processo. A defesa discorda quanto ao mecanismo da senha genérica, que não teria sido juntada ao processo.

Segundo ela, essa senha mostra quem são os reais assinantes das linhas telefônicas. O MPF entende que em alegações finais poderão ser levantadas todas estas questões e também com a oitiva das testemunhas. Por isso, não haveria motivo para adiamento da audiência pelos argumentos apresentados.

Acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e outros delitos pela investigação da Operação Monte Carlo, os réus foram investigados pela Polícia Federal, na Operação Monte Carlo. Hoje (terça 24), 14 testemunhas devem prestar depoimentos, sendo quatro de acusação e dez de defesa.

Amanhã (quarta 25), a expectativa gira em torno dos interrogatórios do bicheiro, Gleyb Ferreira da Cruz, Idalberto Matias de Araujo (o Dadá), José Olímpio de Queiroga Neto, Lenine Araújo de Souza, Raimundo Washington de Sousa Queiroga e Wladimir Garcez. Geovani Pereira da Silva também é réu no processo, mas está foragido.



TST exclui justa causa de demissão de operador que transmitiu DVD pornô na Basílica de Aparecida

A dúvida que resta é o que um DVD pornô estava fazendo dentro da Basílica de Aparecida, a ponto de ser mostrado no telão. A notícia é do Terra:

TST nega 'justa causa' a operador que colocou DVD pornô em igreja

Por segundos de transmissão de um vídeo erótico dentro da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no Estado de São Paulo, um operador de áudio foi demitido por falta grave. No entanto, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) reverteu a demissão por justa causa. Segundo informações divulgadas nesta segunda-feira pelo órgão, a Quinta Turma do TST negou a ação movido pelas Obras Sociais da Arquidiocese de Aparecida e o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, pois o trabalhador não teve culpa comprovada pelo episódio.

De acordo com o TST, no domingo - 30 de janeiro de 2011 - em um intervalo entre as missas, o operador de áudio pegou um DVD sem identificação - que se encontrava misturado a outros para serem utilizados no circuito interno da basílica - para a transmissão. Após o início do vídeo, o trabalhador retirou o DVD pornográfico em menos de um minuto, voltando assim a transmitir as imagens internas da igreja. No dia seguinte, o operador foi demitido por justa causa por desídia (ausência de atenção, negligência).

Em sua defesa, o operador de áudio afirmou que foram exibidos apenas o menu do filme e a mensagem: faça sexo seguro, use camisinha. Além disso, afirmou que, no momento, acumulava funções (trabalhando também como operador de vídeo) e que o DVD não pertencia a ele.

Já a igreja afirmou que acreditava que o DVD pertencia ao réu e, por isso, justificava a negligência. Porém, duas testemunhas do empregador não confirmaram este fato - sendo que uma delas afirmara que o caso foi um "acidente". Com isso, os empregadores foram condenados a pagar as verbas recisórias.

"Não se justifica integralmente o descuido do trabalhador, mas se compreende a possibilidade do equívoco", afirmou em nota o juiz da Vara do Trabalho de Aparecida. A condenação foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) e pela Quinta Turma do TST.



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Deuses esquecidos na poeira dos tempos

Matéria interessante com destaque para as afirmações: "a religiosidade é possivelmente o único critério que realmente distingue o ser humano dos outros animais" e “Quando uma pessoa é enterrada, existe a suposição de que há uma vida após a morte. Essa atitude, que também é uma crença, caracteriza o ser humano. Nenhum animal é capaz de tal abstração”.

Há também, a meu ver, uma aparente contradição (que merece ser melhor investigada) entre a afirmação de que - no que diz respeito à sexualidade - "a diferença de religiosidade entre os povos nos faz entender que a nossa religiosidade não é algo natural, mas sim cultural", e - posteriormente - a constatação de que "a única regra religiosa comum a elas talvez tenha sido o incesto, que somente muito tempo depois ganhou também uma dimensão genética".

De qualquer maneira, o artigo - do Jornal UNICAMP e repercutido na História Viva - abaixo transcrito é leitura obrigatória para quem se interessa pelo tema:

As religiões que o mundo esqueceu

Organizado por docente do IFCH, livro mostra como determinados povos cultuavam seus deuses

MANUEL ALVES FILHO

A religião egípcia era obcecada pela perpetuação da alma. Os sumérios, por sua vez, criaram as primeiras histórias sobre o dilúvio. Já os albigenses formularam a ideia do mundo dividido entre dois poderes antagônicos, representados pelo bem e o mal. Esses e muitos outros aspectos relacionados à religiosidade humana são abordados no livro As Religiões que o Mundo Esqueceu. A obra, organizada pelo historiador Pedro Paulo Funari, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, reúne artigos de 13 especialistas, entre eles o próprio Funari, sobre religiões que desaparecem ou são praticadas por um reduzido número de pessoas na atualidade. “O objetivo do livro é mostrar a importância dessas religiões em suas respectivas épocas e os legados que elas nos deixaram”, afirma o docente.

A proposta do livro surgiu, conforme Funari, durante uma conversa entre ele e Jaime Pinsky, ex-professor da Unicamp e dirigente da Editora Contexto. “Como a Contexto já havia publicado um livro chamado Os Monoteístas, traduzido do inglês, que fala do cristianismo, judaísmo e islamismo, nós consideramos que seria interessante lançar uma obra que tratasse de outras religiões que foram relevantes no passado, mas que ou desapareceram ou permanecem esquecidas pelo grande público. Para isso, recorremos a especialistas brasileiros, a maioria deles vinculada ou que realizou parte da sua formação acadêmica na Unicamp”, explica o historiador. Ao todo, são abordadas 13 religiões, que são apresentadas em ordem cronológica. O texto, segundo ele, é acessível a qualquer pessoa que se interesse pelo tema. O primeiro capítulo, escrito por Julio Gralha, é dedicado à religião egípcia. Na sequência são tratados aspectos das manifestações religiosas dos povos sumérios, gregos, romanos, gnósticos, arianistas, persas, celtas, vikings, albigenses, maias, astecas e índios brasileiros. Aos autores, destaca Funari, foi pedido que trabalhassem as informações dentro do contexto histórico de cada época. Também foi solicitado que explicassem os ritos, mitos e a estrutura de poder eventualmente existente em cada uma das religiões. Questionado se existe algum ponto em comum entre as culturas religiosas contempladas no livro, Funari informa que não exatamente. O aspecto que de certa forma as aproxima é o fato de a religiosidade ser uma manifestação exclusiva do humano.

De acordo com o docente do IFCH, uma definição corrente dá conta de que o ser humano pode ser caracterizado pela sua capacidade de produzir instrumentos. Ocorre, porém, que alguns macacos também têm essa “habilidade”, visto que conseguem transformar galhos de árvores em ferramenta ou arma. Outra, ainda, considera que uma expressão exclusiva do humano é o uso da linguagem. Mais uma vez, existem espécies animais, como as baleias ou golfinhos, que conseguem se comunicar com eficiência, embora obviamente suas “linguagens” não sejam tão desenvolvidas ou sofisticadas quanto a dos homens. “Sendo assim, a religiosidade é possivelmente o único critério que realmente distingue o ser humano dos outros animais”, analisa o organizador do livro.

Funari lembra que existe a compreensão de que o homem começou a produzir cultura quando realizou o primeiro enterramento de parentes mortos, o que constituiu uma manifestação de religiosidade. “Quando uma pessoa é enterrada, existe a suposição de que há uma vida após a morte. Essa atitude, que também é uma crença, caracteriza o ser humano. Nenhum animal é capaz de tal abstração”, acrescenta o professor da Unicamp. No que toca aos ritos, o historiador esclarece que eles também são próprios de cada religião e época. “Esse aspecto comprova que a religiosidade é historicamente determinada. Tomemos como exemplo as três grandes religiões monoteístas que predominam na atualidade. Nelas, a sexualidade é reprimida e frequentemente associada ao pecado. Somente é aceita para fins de reprodução. Na Mesopotâmia, porém, era bem diferente. Havia inclusive a prostituição sagrada, que fazia parte da religião. Para os gregos, a fertilidade também era sagrada e, portanto, cultuada. Ou seja, a diferença de religiosidade entre os povos nos faz entender que a nossa religiosidade não é algo natural, mas sim cultural”.

Ademais, prossegue Funari, boa parte dessas religiões deixou legados às manifestações atuais. A ritualidade grega e romana, com mais destaque para esta última, está muito presente nas celebrações cristãs, o catolicismo em particular. “A gestualidade dos sacerdotes, a repetição das palavras e o ato de ajoelhar-se são fundamentais para que as pessoas sintam que tudo está funcionando como deveria ser. Não raro, esses aspectos são até mais importantes que o conteúdo das mensagens, haja vista que ainda há missas rezadas em latim, língua que poucos dominam”, compara o organizador do livro.

O conceito de pecado também varia de povo para povo, como detalha a obra. A rigor, algumas religiões antigas sequer o consideravam, pelo menos não como o fazemos hoje. “A palavra pecado vem do grego hamartia, que significa erro. Ou seja, não tinha o significado nem a dimensão que lhe damos atualmente”. O mesmo ocorre com o que classificamos de dogma. A maioria das religiões tratadas no livro, se não todas, não trabalhava com essa perspectiva. “Num certo sentido, elas podem ser consideradas como antidogmáticas, visto que não tinham uma forte estrutura hierárquica e não adotavam livros sagrados. A única regra religiosa comum a elas talvez tenha sido o incesto, que somente muito tempo depois ganhou também uma dimensão genética”, detalha Funari.

Um dado interessante abordado pelo docente da Unicamp, e que aparece de alguma forma no livro, é o fato de as religiões destacadas na obra não fazerem oposição entre fé e ciência. Tal postura, segundo Funari, vem do século 18. Antes disso, não havia essa separação. “Ao contrário, o desenvolvimento da ciência deu-se em boa parte dentro das religiões. Os maias, por exemplo, criaram um calendário religioso a partir da observação dos astros e da realização de cálculos matemáticos complexos. O mesmo ocorreu em relação aos egípcios, no que toca à construção das pirâmides. Tais templos foram erigidos em homenagem aos faraós, que por sua vez eram considerados a materialização dos deuses. Para que fossem construídos, os monumentos exigiram cálculos matemáticos igualmente sofisticados”.

Excertos

“Obcecada pela vida eterna e pela perpetuação da alma, a religião egípcia fascina por seu caráter místico. As pirâmides são o testemunho mais perene dessa busca pela eternidade”

“Os sumérios criaram as primeiras histórias do dilúvio, tiveram o primeiro Noé. Seus deuses viviam cada qual como patrono de sua cidade e brigavam como brigavam as cidades entre si”

“Os gregos concebiam o mundo como parte de um relato, o mito. Os mitos tratavam do surgimento do mundo, do seu funcionamento e da sorte dos humanos”

“Zoroastro foi o primeiro a conceder ao próprio homem o livre-arbítrio, a responsabilidade por seus atos e pensamentos. Também foi o pioneiro ao contemplar o julgamento individual baseado na ética pessoal”

“Eles [celtas] acreditavam na imortalidade e no renascimento das almas. O outro mundo dos imortais era paralelo ao mundo visível e as almas dos parentes mortos ou dos guerreiros de batalha permeavam todo o espaço fatual”

“A religiosidade nórdica era de natureza tolerante, sem fanatismos nem adoração extremada. Foi fruto de uma sociedade profundamente rural, realista e pragmática, que concedia privilégio a uma magia determinista”

“O movimento albigense era dualista, compreendendo o mundo dividido entre dois poderes antagônicos, dois deuses ou entidades espirituais que se opõem: um o Deus do bem e da espiritualidade e, no contraponto, um deus maligno, o Diabo, inserido no mundo material e carnal”

Título: As Religiões que o Mundo Esqueceu
Editora: Contexto
Número de páginas: 224
Organizador: Pedro Paulo Funari
Autores: Júlio César Gralha, Luiz Alexandre Solano Rossi, Pedro Paulo Funari, Renata Senna Garraffoni, Paulo Nogueira, Júlio César Magalhães de Oliveira, Flávia Galli, Ana Donnard, Johnni Langer, Sérgio Feldman, Alexandre Guida Navarro, Leandro Karnal, Betty Mindlin.




Videla diz que cúpula católica da Argentina sabia dos crimes da ditadura

Numa entrevista bombástica à revista El Sur, de Córdoba, repercutida pelo Clarín na edição de ontem, 22 de julho de 2012, o ex-ditador Jorge Rafael Videla, líder do golpe militar que instalou a ditadura na Argentina entre 1976 e 1983, diz que a cúpula da Igreja Católica no país não só sabia, como colaborou no processo de tortura e execução sumária que deixou mais de 30.000 desaparecidos.

Segundo Videla, já condenado à prisão perpétua por crimes contra a humanidade, líderes católicos argentinos foram comunicados sobre o assassinato dos desaparecidos - que diz ser algo "lamentável" -, e em troca alguns bispos "nos assessoraram sobre a forma de administrar a situação".

Prossegue dizendo que "em alguns casos a Igreja ofereceu seus bons serviços e quanto aos familiares que se tinha a certeza que não fariam um uso político da informação, se lhes disseram que não os procurassem mais a seu filho porque estava morto".

O ex-ditador argentino citou nominalmente como seus contatos na cúpula da Igreja Católica o ex-cardeal primaz do país Raúl Primatesta (falecido em 2006) e o núncio apostólico (embaixador do Vaticano) Pio Laghi (morto em 2009):
Na minha vida falei com muitas pessoas. Com Primatesta, muitas vezes. Com a Conferência Episcopal Argentina, não com todos, mas com alguns bispos. Com eles tivemos muitas conversas. Com o núncio apostólico Pio Laghi.
De acordo com Jorge Rafael Videla, os bispos "compreendiam" as circunstâncias que lhes eram apresentadas, e "a Igreja compreendeu bem a situação e também assumiu os riscos" - em alguns casos - de informar as famílias sobre os assassinatos de seus entes queridos.

O cardeal italiano Pio Laghi, núncio apostólico na Argentina entre 1974 e 1980, chegou a ser denunciado pela organização das "Mães da Plaza de Mayo" (las "madres"), mas um processo ajuizado contra ele em 1997 na Itália não prosperou.

Já Primatesta foi acusado por outros bispos argentinos, como o finado Justo Laguna, de ter "incorrido em silêncio e falta de reação" diante dos crimes da ditadura, sobretudo no assassinato - cometido em 1976 - do padre Enrigue Angelelli, que havia sido seu auxiliar.

A entrevista de Videla foi dada à revista El Sur em outubro de 2010, com o compromisso de que somente fosse publicada depois de sua morte, mas como o ex-ditador vem dando declarações polêmicas nos últimos meses - naquilo que El Sur chama de "verborragia súbita" -, a revista se sentiu dispensada de manter o acordo.

Com isso, ganha a História, enquanto todos nós perdemos (mais) um pouco do que (talvez) ainda tenha restado de nossa fé na humanidade.

Por outro lado, fica claro e cristalino o perigo que representa uma confissão religiosa (qualquer que seja) que se coloque na sombra íntima (ou controladora) do poder (democraticamente instituído ou não).

E é sempre bom lembrar dessa nociva promiscuidade às vésperas das eleições. Quaisquer eleições...



sábado, 21 de julho de 2012

Universal expulsa demônios pelo facebook



Te cuida, Mark Zuckerberg! Do jeito que capeta anda até teclando (e todos se identificam como "Legião"), o Edir Macedo vem aí:




Olá, querido bispo!

Queria comentar com o senhor um fato que ocorreu com minha irmã, que é esposa de pastor e está na luta no México. É um pouco longo, mas muito interessante.

Minha irmã atende uma garota de 14 anos, cuja mãe é "taróloga", o pai é viciado em drogas e o irmão odeia a IURD. Essa garota sempre viu muitos demônios, 24 horas por dia, que não a deixavam dormir, estudar, comer e nem sequer beber água.

Quando a jovem manifestou na igreja, o diabo disse que a mataria de fome. Quando manifesta, ela fica consciente e ouve todos os planos do diabo. Minha irmã tem acompanhado o processo de libertação dela bem de perto.

À noite, quando fica atormentada no quarto, vendo demônios e sem poder dormir, a menina entra no chat do Facebook e chama minha irmã. Durante uma conversa, a menina começou a escrever coisas estranhas e minha irmã pensou que fosse o irmão dela no computador, mas não era isso… Segue uma parte da conversa (a menina é Bibiana e Sandra é minha irmã):

Bibiana: - Me deixa em paz!

Sandra: - Você sempre é tão respeitosa comigo, por isso sei que não é você.

Bibiana: - Sou eu! Algum problema?

Sandra: - Não acredito, essa não é a Bibiana.

Bibiana: - Me deixa em paz!

Sandra: - Ok, para Bibiana sempre estarei de braços abertos, quando ela necessitar, estarei disponível para ajudá-la.

Bibiana: - Vá embora para longe, afaste-se dela!

Sandra: - Olha, pode me dizer quem é você, por favor? É o irmão dela? Juan Pablo?

Bibiana: - Ele foi viajar. Estou no corpo dela, adivinha quem sou eu? Legião, esse é o meu nome.

Sandra: - Então, maldita Legião, seja queimada agora, em nome de Jesus que te venceu. Sai dela agora!

Bibiana: - Nãoooooo!

Sandra: - É uma ordem, em nome de Jesus que te venceu na cruz, receba fogo, fogo, fogo que te consome.

Bibiana: - Graças a você e a sua maldita ajuda, em vez de 7, agora somos 3, eu te odeio!

Sandra: - Exércitos de Anjos do Deus Altíssimo, o Deus de Abraão, te arrancam dela agora, eu te odeio muito mais, maldito demônio, derrotado. Sai dela agora!

Bibiana: - Nãooo, ela é minha.

Sandra: - Sejam amarrados com o fogo de Deus e os anjos do meu Senhor arrancam vocês agora, em nome de Jesus. Sai dela, para nunca mais voltar!

Bibiana: - Eu não vou sair nunca, sua maldita, desgraçada. Te odeio! Quem é você para me dizer o que fazer?

Sandra: - Eu sou filha do Deus Altíssimo e ordeno, em nome de Jesus, que você saia dela agora! Você não é ninguém, seu maldito derrotado, vá agora para o lago de fogo!

Depois disso, a conversa cessou. Porém, passado um tempo, Bibiana chamou minha irmã pela câmera e contou que via suas mãos digitando aquilo tudo, sem que ela pudesse voltar a si e tomar o controle de seu corpo. Contou que o demônio voltou as mãos dela para o próprio pescoço e começou a apertar com muita força dizendo que iria matá-la.

Bibiana estava impotente e sozinha, sem poder fazer nada, sem controle de suas mãos e asfixiando a si própria, mas a ordem já havia sido dada e Bibiana ouviu claramente uma voz que disse: "Ela é minha, solte-a agora!". Então Bibiana voltou a si e já não via mais nenhum demônio no quarto, estava aliviada, feliz. Chamou minha irmã, contou tudo, dormiu a noite toda e, no dia seguinte, estava buscando a Deus na IURD.

O testemunho desta jovem será muito grande e certamente ganhará muitas almas! Independentemente do meio, o diabo tem que se sujeitar ao nome de Jesus!!

Firme na fé de Abraão,

Amiga



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