quinta-feira, 13 de abril de 2017

Discurso "ético" evangélico afunda junto com o Brasil


Política é um troço engraçado.

Não combina com religião e futebol, todos nós sabemos, mas certos indivíduos insistem em negar a sabedoria popular.

Depois reclamam....

Reclamam quando seu discurso empolado, todo bonitinho, supostamente "ético", termina na cadeia junto com o candidato que eles juraram que era honesto e tão, mas tão merecedor do seu voto que todos demais "irmãos" deviam segui-lo cegamente.

Se é que alguém vai terminar na cadeia.

Já que só os candidatos dos outros nunca prestaram.

Como se política no Brasil fosse algo sério...

Como se ninguém soubesse como se dão as negociações políticas nos bastidores imundos dos palácios municipais, estaduais e nacionais, aqui e alhures.

Atribui-se a Otto von Bismarck (1815-1898), o grande unificador da Alemanha, a famosa frase, muito apropriada ao nosso trágico momento, que diz que "os cidadãos não poderiam dormir tranquilos se soubessem como são feitas as salsichas e as leis". 

Como se cada eleição aqui fosse uma mísera tentativa de tentar tirar um pouco dos banquetes das oligarquias, transformá-lo em fubá, e repartir um tiquinho que fosse com quem tem fome.

Como se pudesse haver democracia com uma rede de televisão que domina e manipula a informação a seu bel prazer o tempo todo e um pouco mais.

Elege e derruba quem quiser...

Como se tudo não fosse um jogo de cartas marcadas.

Como se, longe do público, os políticos rivais e algozes não se confraternizassem e dividissem os despojos entre eles.

O episódio da delação premiada da Odebrecht coloca uma pá de cal no país como um todo.

Não sobrou ninguém para comer bola e arrotar ética.

"Ética" que serviu de desculpa para a imensa maioria dos evangélicos justificar seus votos nas últimas décadas eleitoreiras.

Lembro-me de como, em 2002, o evangélico que não votasse em Garotinho era considerado um filhote de satanás.

Assim foi também em 2006, com o "ungido" Geraldo Alckmin; 2010, com o "eleito" José Serra; e 2014, com o "messias" Aécio Neves.

Só para citar as eleições presidenciais..

Pois estão todos eles na lista da Odebrecht.

Inclusive o "pastor" Everaldo, candidato evangélico que não passou do primeiro turno em 2014, teria recebido R$ 6 milhões de caixa 2, inclusive para servir de "escada" para Aécio nos debates televisivos, segundo delatou um dos ex-diretores da Odebrecht.

E isso não é nenhum motivo de alegria. Quebramos o país, afundamos todos juntos. Nada sobrou.

Envergonhemo-nos juntos, portanto.

O último que sair apague a luz. Se alguém tiver pago a conta, é claro.

Bem, não importa mais...

Como também disse certa vez Otto von Bismarck*, "o importante é fazer história, não escrevê-la".

Nem isso fomos capazes de fazer.




* Outras frases notáveis de Bismarck:

  • "A política é a arte do possível".
  • "A liberdade é um luxo a que nem todos se podem permitir."
  • "Com leis ruins e funcionários bons (juízes) ainda é possível governar. Mas com funcionários ruins as melhores leis não servem para nada."





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