terça-feira, 4 de agosto de 2009

As Crônicas de Marvin - 13

A fonte

O ponto de ônibus ficava em uma pequena praça perto da casa da Amanda. Era uma pracinha muito visitada pela vizinhança. Chegando ali, avistamos uma figura familiar.
- Irmã Priscila? – perguntei.
- Olá, irmãos. – respondeu, sorrindo – Onde estão indo?
- Bem, nós vamos visitar a congregação Alto da Glória. Vamos conversar com o ancião e a esposa dele... – respondeu Amanda.
- Ahh... Vejo que já estão “trabalhando” logo cedo, não é irmã?
As duas sorriram, mas Priscila estava um pouco séria. Então, se voltou para mim, dizendo:
- Irmão, eu não tive a oportunidade ainda de me desculpar...
- Por quê, irmã?
- Bem, no domingo, lá na festa... Eu não tive escolha, senão ir ver o que o Aldo queria... Sabe, quando éramos noivos... Eu gostava muito dele...
Entendo... A dúvida que ela demonstrou ter na verdade era um sinal... Sinal que ela ainda gostava dele de certa forma.
- Tudo bem, irmã... Então, descobriu o que ele queria?
- Bem, você ouviu o irmão Estêvão... Ele queria voltar comigo...
- Voltar? – exclamou desta vez a Amanda...
- Sim, irmã... Ele queria voltar comigo...
- Mas você não me disse na festa que ele te achava um pouco alegre demais? – Perguntei...
- Sim... Mas ele estava me dizendo ontem que se eu tinha sido escolhida para ajudar duas pessoas tão importantes como você e o irmão Estêvão, então ele deveria ter feito um mal julgamento...
- Interessante... Ele não chegou a esta conclusão simplesmente te observando, mas por que duas pessoas importantes confiam em você?
- Hummm, é...
Realmente o cara era um imprestável...
- Olha, tome cuidado com suas decisões... Pense bem antes de tomá-las...
- Tudo bem, irmão... Eu vou tomar... Bem, vou deixar vocês pegarem seu ônibus, senão vocês vão se atrasar, hehehe...
Assim ela se despediu de nós e continuou seu caminho, enquanto eu e Amanda acabamos de chegar até o ponto. Não esperamos muito tempo. Logo estávamos sentados no ônibus, em direção ao Alto da Glória, enquanto aquele veículo nos seguia.
- Humm... Marvin?
- Sim?
- O que tem nesta mochilona aí?
- Ah, são algumas coisinhas que eu sempre carrego... Nada demais.
Eram meus instrumentos de “tortura”. Estava disposto a arrancar algo daquele ancião, custe o que custar...
- Ah... Você gosta de carregar muita coisa, não é?
- Hehehe, sim... Não consigo sair de casa sem meu computador... É como se eu saísse sem roupas, sei lá...
Por que vigiavam Amanda? Isto estava ficando cada vez mais estranho... Ela não fazia mal a ninguém, o dia que tinha chamado mais atenção foi no último domingo...
Ela olhava para mim, com um pequeno sorriso no rosto, mas um olhar levemente melancólico, como que procurando puxar conversa.
O último domingo?
Agora eu entendia... Apesar de tudo, o tempo que fiquei junto com Amanda, o fato de levá-la para casa constituía, para o padrão das testemunhas de Jeová, um namoro... E como alguém tão próxima de mim, agora ela era digna de ser vigiada... E eu ainda não entendia os motivos disto, mas não era boa coisa...
Dificilmente eles fariam algum mal a ela do tipo físico, como bater ou sequestrar. Mas certamente não hesitariam em fazer pressão psicológica, algo que eram especialistas em fazer. E Amanda já possuia uma vida muito conturbada para passar por mais esta.
Mais uma vez eu consegui arrumar problemas para uma pessoa que não merecia. Tudo por causa da minha sede de vingança. Justo agora que eu estava conseguindo consertar o meu primeiro erro... Eu não faço nada certo mesmo... Eu podia ter pensado melhor nas consequências... Mas fui fazendo tudo de supetão, como sempre...
Não sei se poderia olhar para aquele rosto que agora sorria para mim da mesma forma que antes... Fiz tudo errado...
- Marvin?
- Sim?
- Aconteceu alguma coisa? Você está muito sério... Foi o que a irmã Priscila falou?
- Ah... Não... Não foi isto não...
Na verdade a Priscila nem passava na minha cabeça naquele momento... Então, decidi tomar coragem:
- Amanda... Eu queria te pedir desculpas...
- Desculpas? Por quê?
- Hummm, olha, é um pouco complicado... Eu fiz algo há algum tempo atrás e de uma forma indireta, acabei trazendo problemas para você...
- Você fez algo? Mas o quê você fez?
Olhei nos olhos dela, mas não podia contar a verdade... Ela me odiaria...
- Bem, eu não posso te dizer o que fiz. Não agora...
- Não... pode...?
- Eu sei que é estranho... Confie em mim. Eu vou cuidar de tudo... Só estou te pedindo desculpas, pois eu queria te avisar que talvez algo ruim possa acontecer a você... Saiba que eu estarei sempre do seu lado e vou te ajudar...
Estas palavras a fizeram sorrir de forma tímida... Sim, eu estava disposto a protegê-la. Eu devia isto a ela. Eu queria proteger aquele tímido sorriso...
- Marvin...
- Sim?
- Não se preocupe... Eu te perdoo, Marvin... Embora eu ainda não saiba o que está acontecendo ou o que vai acontecer, eu te perdôo... É fácil dizer isto agora, mas eu espero que se algo ruim acontecer mesmo, eu consiga superar tudo... Vou fazer o máximo para superar... Pois eu sei que ninguém é perfeito, que uma hora ou outra, até as pessoas que eu mais gosto podem me magoar... Não espero perfeição de você, espero arrependimento... E isto eu já vejo em você...
Senti como se um peso fosse tirado de meus ombros... Ela continuou...
- Além do mais, somos ensinados a perdoar setenta vezes sete... A oração do Pai-Nosso que é nosso modelo nos diz para pedirmos perdão assim como perdoamos aqueles que nos ofende... Há até uma parábola que mostra a ingratidão de um homem, que embora perdoado, não perdoou aqueles que o deviam... Que tipo de cristã eu seria se não te perdoasse?
Esta eu sei: uma testemunha de Jeová!! E era exatamente por isto que eu estava assombrado... Ela se lembra de todos estes pontos, mesmo sendo uma TJ. Ela não parecia fazer parte daquele mesmo grupo das comissões judicativas, tratamentos a apóstatas e coisas do tipo. Ela era estranhamente normal, normal demais para ser uma testemunha de Jeová...
Neste momento estas palavras de Jesus Cristo ecoavam em minha mente:

No entanto, eu vos digo: Continuai a amar os vossos inimigos e a orar pelos que vos perseguem; para que mostreis ser filhos de vosso Pai, que está nos céus, visto que ele faz o seu sol levantar-se sobre iníquos e sobre bons, e faz chover sobre justos e sobre injustos. Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem também a mesma coisa os cobradores de impostos? E, se cumprimentardes somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem também a mesma coisa as pessoas das nações?

Entendendo que quem eles chamam de apóstatas fossem os piores inimigos das testemunhas de Jeová, qual deles jamais demonstrou alguma forma de amor por eles? Digo que muito poucos e isto de forma escondida, para não serem descobertos... Na verdade, elas imitam as pessoas das nações, elas são parte do mundo, coisa que elas abominam em suas reuniões secretas de auto-valorização... Devo admitir que a resposta que dei há pouco está errada... As testemunhas de Jeová não são cristãs, elas não se classificam como escolha possível para a resposta...
- Obrigado, Amanda... Nem sei o que dizer...
- Diga algo alegre... Esqueça isto, temos coisas melhores para nos preocupar...
Logo chegamos ao local. Descemos do ônibus e seguimos algumas ruas pequenas, que levavam ao salão do Reino daquela localidade. O carro que nos seguia agora estava mais longe, para não chamar muita atenção.
O salão do Reino ali era bem organizado. Aquela região era diferente da nossa, pois os moradores ali geralmente possuíam melhores condições. Enquanto tínhamos cadeiras de plástico, as cadeiras ali eram cadeiras próprias para auditórios. O jardim bem cuidado, portas e janelas de primeira qualidade... Era tudo diferente. Na porta, o sorridente ancião esperava, com sua esposa...
- Irmão Rogério! Como vai?
- Estou bem, irmão Marvin. Esta aqui é minha esposa.
- Muito prazer. Eu sou Marvin, esta é a irmã Amanda, que está me auxiliando...
Entramos para o salão do Reino. Lá dentro, as duas ficaram conversando, enquando o ancião me mostrava as instalações.
- Bem, irmão, como você sabe, eu estou iniciando minhas visitas às congregações que me parecem com problemas entre os irmãos... Me conte sobre sua congregação...
- Irmão Marvin, eu até ia comentar que fiquei um pouco surpreso quando o senhor me ligou... Não imaginava que houvesse problemas dignos de sua visita a esta congregação...
- Bem, irmão, se você não sabe, quem mais poderia saber? Mas gostaria de conversar com você em algum lugar reservado, onde as irmãs não pudessem nem escutar, nem nos ver... Não quero alarmar ninguém, entende?
- Hummm, acho que entendo sim, irmão. Venha, aquela sala ali deve servir...
Então caminhamos para a sala que o irmão Rogério me apontou. A porta se fechou. Sentamos, então olhei para os olhos do ancião e disse:
- Irmão, eu sei que há um problema sério em sua congregação quanto às horas no serviço de campo...
- Quanto às horas? Mas irmão, aqui muitos dos irmão estão cumprindo tudo direitinho... São muito poucos irmãos que não as cumprem e eu já até chamei a atenção deles...
- Não estou falando disto, irmão, mas de um problema muito mais grave...
- Mais grave?
- Sim. Estou sabendo que alguns irmãos estão ganhando horas de serviço de campo em troca de favores...
Eu vi então o ancião ficar branco em minha frente...
- Como assim?
- Ora, irmão, você não sabe disto? Eu sei que alguns irmãos desta congregação andam me vigiando, em troca de alguns benefícios... Como ganhar horas a mais de serviço de campo... Eu pessoalmente consideraria isto um problema gravíssimo, mas pelo visto você, irmão, não compartilha da mesma opinião...
Mais uma vez o vi engolir seco... A primeira reação seria negar tudo e se fazer de vítima...
- Não, irmão, você está enganado... Não está acontecendo nada disto não... Por que o irmão está pensando isto de mim? Sempre fui zeloso em minhas obrigações para com a Congregação...
Hora do blefe...
- Irmão, por acaso você percebeu com quem está conversando?
- Como assim, irmão?
- Você está tentando me enganar, como se eu fosse uma pessoa comum. Se eu não tivesse recebido um dom especial, eu jamais teria descoberto todo este esquema ilícito de vocês... Eu por exemplo sei que vocês enviam os irmãos para me vigiar e eles contam tudo para vocês, ligando para seus celulares. Tenho certeza absoluta que você se lembra muito bem do quê aconteceu com Ananias quando tentou enganar o apóstolo Pedro... E tenho certeza também que você também se lembra do texto de primeira Crônicas, capítulo 16, versículo 22 que diz: “‘Não toqueis nos meus ungidos, e não façais nada de mal aos meus profetas”.
Pela cara de espanto que ele fez, ele se lembrava muito bem do acontecido...
- Ah... Me... Me desculpe, irmão... Eu... Eu não queria...
Ufa, ele caiu na minha história... Não me levem à mal... Eu não sou nenhum tipo de pastor pentecostal que fica brincando de Mandrake na tribuna. Por isto peço a Pedro desculpas pela comparação grosseira... O problema destes pastores é que eles fazem seu show para promover a si mesmos... Curas milagrosas, exorcismo, unção de X (substitua X por qualquer coisa que pareça santa), geração de ruídos aleatórios (que eles chamam tecnicamente de falar em línguas), tudo isto nada mais é do que uma campanha de marketing para mostrar para todo mundo que eles são mesmo poderosos. São como grandes curandeiros de terno que atendem à distância. Também não chegava a ser como os “apóstolos” da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que previam apenas aquelas coisas que ninguém dava a mínima importância (ninguém além dos mórmons). Eu não era profeta coisa nenhuma, mas precisava que eles acreditassem que eu era, para cumprir meus objetivos. E eu fiquei feliz por ele ter acreditado em mim, pois se ele continuasse a mentir e não morresse por isto, certamente ele morreria por outra coisa: raiva.
- Muito bem, me conte o que sabe sobre esta história...
-Está bem, irmão... Tudo começou no fim de semana passado...
- Começou?
- Sim. Recebemos logo cedo uma ligação. Eu não fui o único ancião a ser contactado... A pessoa dizia que era uma ligação de Betel.
- Betel????
- Isto mesmo. Betel. A pessoa não se identificou, embora eu pedisse isto.
- Hummmm... Interessante... Continue.
- Pois bem, ele me deu ordens para vigiar seus passos... Tudo que você fizesse de suspeito era para ser relatado.
- Ele te disse os motivos para isto?
- Não... Sabe, a pessoa foi bem autoritária. Sempre que eu perguntava, ela dizia que se eu não fizesse o que eles me pediam, minha reputação com o Escravo ficaria manchada... Eu não queria que isto acontecesse, então resolvi ajudá-los.
- E então, você mandou os irmãos me vigiarem, a troco de algumas horas no serviço de campo...
- Sim. Eu tive autorização direta deles...
- Mas como você pôde acreditar em alguém falando por telefone com você? Você não pensou que poderia ser um trote?
- Pensei sim, irmão... Mas aquela voz me convenceu que não era...
- Como assim?
- Bem, eu ainda falava com ela por telefone, quando ela me pediu para verificar na minha caixa de correio, uma ordem de Betel para fazer este serviço.
- Sério?
- Sim. Eu fui até minha caixa de correio e lá estava a carta. Agora não a tenho em mãos, mas está lá em casa. Dizia para observá-lo, que esta era uma questão de segurança... E que eu jamais contasse isto para ninguém...
Assombroso... Eu jamais poderia imaginar que alguém de Betel estivesse envolvido nisto...
- E o que você fazia com a informação que obtinha?
- Eu enviava um relatório por email. O endereço para qual eu devia enviar mudava de três em três dias. De três em três dias eu receberia um email, com o novo endereço para o qual eu deveria enviar os relatórios...
- Muito esperto... Fica mais difícil rastrear assim...
- Sim, eu acho que sim...
- Mais uma coisa... Por que estão vigiando a irmã Amanda?
- Bem... Recebemos esta ordem hoje de manhã... Não nos deram mais detalhes, só disseram para fazermos o mesmo com ela.
- Muito bem, irmão... Coisas deste tipo são muito vergonhosas para um ancião... Eu poderia até desassociar você por isto...
- Gulp... Irmão, me perdôe... Eu não queria fazer isto, mas eles me ameaçaram...
- Hum, está tudo bem, irmão. Eu entendo isto e te perdoo... Mas quero te pedir um favor...
- Qual é?
- Eu quero que continue a fazer o que estava fazendo, até eu descobrir quem está envolvido nisto. Se você parar agora, eu jamais descobrirei... Não quero que fale a ninguém sobre nossa conversa hoje.
- Ah, pode deixar, irmão!!! Eu não vou contar para ninguém de nossa conversa... Eu espero que não fique com raiva de mim...
- Tudo bem. Eu já disse que te entendo. Mas eu preciso descobrir quem é esta pessoa.
Assim, saímos da pequena sala, para encontrar as duas mulheres. A esposa do ancião ria alto, contando as histórias daquela congregação para Amanda, que apenas sorria.
- Muito bem, acho que nossa visita aqui foi muito produtiva. Tenho certeza que os irmãos desta congregação estão muito bem representados. – comentei.
- Muito obrigado, irmão. – disse o ancião, um pouco desanimado.
Que tipo de segredo haveria em Betel? O que estavam procurando? Finalmente começava a ter alguma pista sobre este assunto... Tive que jogar o jogo deles, tive que mentir, tirar versículos de contexto, fingir... Manipulei versículos a meu favor... Me perguntava até onde esta minha vingança me levaria... E embora tivesse sido perdoado de antemão pela Amanda, eu ainda me via culpado por trazer problemas à sua vida... Ela estava ali, despreocupada, não imaginava que estava sendo vigiada... Não queria trazer sofrimento para ela, mas alegria...
Alegria...?
Isto me deu uma idéia... Mas primeiro, precisava resolver um probleminha... Cheguei perto do ancião e cochichei no seu ouvido:
- Irmão, me faz mais um favor... Dá um jeito naquele irmão que está nos seguindo, por favor... Só desta vez... Me dá nos nervos ser seguido... Inventa alguma coisa...
- Está bem, irmão... – respondeu ele, também cochichando.
Caminhamos então até a porta, onde nos despedimos do casal. Quando começamos a caminhar de volta para o ponto de ônibus, ouvimos a esposa do ancião dizer ainda:
- Puxa, eu não sei se já disse para vocês, mas eu realmente acho que vocês dois formam um belo casal...
Tal comentário me fez voltar o rosto para ela e olhá-la cara a cara.
- Como é que é?
- É irmão! Vocês formam um belo casal... São tão bonitinhos...
- Irmã... – respondi.
- Sim, irmão?
- Você fala demais!
Me virei novamente e continuei a caminhar, junto da Amanda.
- Hehehehe, a irmã é mesmo engraçada, não Marvin? – perguntou Amanda.
- Hummm, ela é bisbilhoteira, isto sim...
- Ah, deixa ela pra lá... É o jeito dela... Além do mais, agora vamos para casa descansar e...
- Hehehehe, não vamos para casa ainda... – respondi com um sorriso.
- Ah, não? E vamos onde então?
- Bem, isto é uma surpresa.
- Uma surpresa? Mas Marvin, que tipo de surpresa seria? Pois tem um irmão nos vigiando desde que saímos lá de casa...
Esta declaração me surpreendeu.
- Ah, então você percebeu isto também?
- Sim, percebi... Devem estar doidos para saber se há algo entre nós.
- É, devem mesmo... Mas não se preocupe com isto, logo ele vai nos deixar...
Ela olhou disfarçadamente para o lado onde o irmão estava. Ele falava ao celular e logo que desligou, deu a partida no carro e foi embora.
- Puxa, Marvin. Como você sabia disto?
- Ah, eu tenho os meus meios, hehehehe...
- Hummm... Eu diria que foi bem impressionante... Mas então, vamos onde mesmo?
- Já disse que é uma surpresa... Acho que você vai gostar. Confie em mim...

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