quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

85 judeus ortodoxos presos por pedofilia em Nova York

A notícia foi publicada no Vatican Insider em 14/12/11, o que não deixa de ser - no mínimo - curioso.

Apesar de não ser um órgão oficial do Vaticano (na verdade é uma seção do diário italiano La Stampa, com - estranhamente - um título em inglês que significa algo como "Informante privilegiado do Vaticano), estaria o Vatican Insider servindo para desviar a atenção para outras comunidades religiosas quanto às denúncias por pedofilia?

Independentemente dessa suposta intenção, que é - inclusive - facilmente perceptível no próprio texto do artigo, toda e qualquer denúncia de pedofilia contra quem quer que seja deve ser devidamente investigada, doa a quem doer.

Estados Unidos: escândalo de pedofilia entre os judeus ortodoxos do Brooklyn

Mais de uma centena de jovens e adolescentes sofreram violência sexual. As investigações levaram, nos últimos três anos, à prisão de 85 membros da comunidade

andrea tornielli
città del vaticano

As vítimas que foram molestadas, crianças e adolescentes que sofreram violência sexual, são 117. As investigados que terminaram algemados nos últimos 3 anos são 85 e todos eles pertencem à grande comunidade hebraica ortodoxa do bairro novaiorquino do Brooklyn, que tentou - em vão - resolver o problema internamente antes de denunciar à polícia o que estava acontecendo. A equipe do procurador distrital, Charles Hynes, continua com as investigações e não se excluem novos envolvimentos.

A operação, uma das mais importantes cotnra a pedofilia, se chama "Kol Tedek", que quer dizer "Voz da Justiça": não foi fácil convencer as vítimas a tomarem a iniciativa e superar o manto de sigilo que estava estendido sobre essa triste história. De fato, quem sofreu violência. segundo o respeitado grupo de estudiosos da Torá, Agudath Israel of America, deve falar sobre isso primeiro com o rabino, antes de qualquer outra pessoa. É a autoridade religiosa que vai avaliar a conveniência da denúncia à polícia.

O terceiro relatório sobre pedofilia do John Jay College, de Nova York, afirma que a impressão segundo a qual os sacerdotes católicos seriam uma categoria de risco com relação à pedofilia, é falsa. E demonstra como o fenônemo seria de interesse a todas as comunidades religiosas (protestantes, testemunhas de Jeová, mórmons, os judeus), mas sobretudo às escolas públicas, às sociedades esportivas como, por exemplo, os escoteiros.

"Me pergunto" - declara ao Vatican Insider o sociólogo (de Turim) Massimo Introvigne, autor do livro "Padres Pedófilos" - "que coisa teria acontecido se no Brooklyn tivessem sido presos 85 padres ou sacristãos católicos. A notícia teria tido uma outra ênfase muito diferente, enquanto esta de agora está quase ausente na grande imprensa, porque coloca em dúvida o dogma anticatólico segundo o qual a pedofilia é mais difundida entre o clero do que em outros lugares. É verdade, por outro lado, que as paróquias e as escolas católicas abrigam também alguns pedófilos mas as estatísticas demonstram que nos Estados Unidos elas representam um ambiente 16 vezes mais seguro quando comparadas à sociedade em geral".

Introvigne, entretanto, convoca também a não criminalizar a comunidade hebraica ortodoxa: "Não se trata de transferir o linchamento moral dos padres aos judeus ortodoxos, cuja comunidade está hoje na mira das organizações liberais por sua oposição ao casamento gay. Basta fazer notar que os padres não correm mais risco de se envolverem com pedofilia do que os outros, e que o celibato sacerdotal não tem nada a ver com isso: os judeus ortodoxos se casam, inclusive os rabinos. Um certo preconceito anticatólico, muito frequentemente, impede que se veja a dimensão global do drama chamado "pedofilia".

(tradução livre nossa)



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