Judeus etíopes realizam novos protestos contra racismo em Tel Aviv
Comunidade representada por 135 mil pessoas exige justiça social, detenção de policiais racistas e fim de discriminação em Israel
Ao menos 1.000 judeus etíopes se uniram na noite de segunda-feira (18/05) em uma nova mobilização em Tel Aviv contra a discriminação e o racismo institucional em Israel. Segundo agências internacionais, o protesto exigia “justiça social” e a “detenção de policiais racistas”.
No início deste mês, mais de 10.000 emigrantes etíopes tomaram as ruas da capital israelense. Em resposta, policiais entraram em confronto com os manifestantes, deixando dezenas de feridos.
A tensão aumentou no dia 26 de abril, quando a imprensa local reproduziu um vídeo caseiro publicado na internet que denuncia uma abordagem violenta de dois agentes policiais brancos contra um soldado negro de origem etíope na cidade de Holon, situada a sudeste de Tel Aviv.
"Cometemos um erro: não abrimos direito os olhos, nem escutamos de forma adequada, mas nós vemos enfrentar essa ferida aberta”, afirmou o presidente de Israel, Reuven Rivlin, à época.
Histórico de discriminação
Em Israel, vivem mais de 135 mil emigrantes etíopes, que chegaram ao país em duas ondas, uma em meados dos anos 1980 e outra no início de 1990, após uma decisão rabínica de que eles seriam descendentes diretos dos bíblica tribo judaica Dan. Destes, ao menos 90 mil nasceram em território israelense.
No entanto, casos de discriminação são recorrentes, já que mais da metade da comunidade vive na pobreza e sem diploma de Ensino Médio. Em janeiro de 2012, manifestantes judeus etíopes realizaram uma série de atos contra humilhações decorrentes de racismo em Israel, diante do parlamento local, o Knesset.