“Entre o pensamento e a realidade, entre o impulso e a ação, cai a sombra. (T. S. Eliot)"

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

ADHONEP, Morris Cerullo e ecumenismo

Já é tarde, a hora já passou, o leite foi derramado, mas não custa nada lembrar que uma das entidades que apresentou Morris Cerullo ao Brasil, como o próprio Malafaia faz questão de dizer, foi a ADHONEP - Associação de Homens de Negócio do Evangelho Pleno. 

Na sua megastore, por exemplo, está à venda o DVD da "preleção" de Cerullo no congresso de 2003, com a seguinte descrição:

A credibilidade do Dr. Morris Cerullo para o ensino espiritual é em si mesma notável. Trata-se de um momento único na história das Convenções. Prepare-se para mergulhar nas Escrituras e receba poder para viver na dimensão vitoriosa da provisão total e do suprimento contínuo em todas as áreas – as Convenções da Adhonep estão entre os maiores eventos do Brasil. E a partir de agora, as sensacionais imagens e os detalhes desses momentos históricos chegam até você através desta edição especial. Um projeto espetacular, com ministrações inesquecíveis, preparado com exclusividade para todos aqueles que apreciam os eventos e as grandes programações da Associação de Homens de Negócio.

É no mínimo curioso que entidades até certo ponto amorfas como a ADHONEP consigam reunir tanta gente das mais variadas denominações evangélicas com o fim de juntar homens de negócios numa espécie de Rotary Club espiritual para trocar cartões, ao mesmo tempo em que promove uma série de heresias e desvios doutrinários que terminam sendo absorvidos indiscriminadamente por muitos líderes, que os implantam nas suas igrejas. 

Mais interessante ainda é ver que a maioria dessas igrejas declara uma aversão a qualquer diálogo ecumênico, quando - na prática - adota o ecumenismo mais desenfreado com todas as influências místicas e pagãs sem qualquer filtro bíblico. 

Acho legítimo que pessoas com afinidades religiosas se reúnam para promover o bem comum sem esquecer da coletividade que professa outra fé (ou mesmo a ausência dela), mas no fundo, instituições como a ADHONEP estão sendo usadas para propagar os ensinos místicos de figuras exóticas como Morris Cerullo, alguém que, para eles, têm uma "notável credibilidade". 

Bons tempos aqueles em que os crentes devotavam sua credibilidade apenas a Deus...

Comments (5)

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meu amado irmão, vc está contornando mais a sombra do que a luz, cuidado, pois com a medida que medires, também serás medido
1 reply · active 614 weeks ago
Caro Gelson,

Primeiramente, sugiro que você leia, se ainda não o fez, a aba "Sobre o blog" no topo da página, onde está explicada a razão de ser do título que escolhemos para o blog, a nosso ver suficientemente clara para mostrar que falamos aqui de luz e sombras, sem nunca, entretanto, nos associarmos com as obras infrutuosas das trevas (Efésios 5:11) e incentivando os leitores a que se dispam delas (Romanos 13:12).

Em segundo lugar, gostaria de saber se você nega a informação acima, de que Morris Cerullo foi, digamos, "incensado" em um congresso da ADHONEP. Acreditamos que não, já que nos baseamos em um fato noticiado pela própria página da ADHONEP, com direito a venda de DVD do triste evento em questão.

Em terceiro lugar, nosso blog não tem fins comerciais, nem faz publicidade de coisa alguma. Não temos o intento aqui de ganhar dinheiro. Rejeitamos as coisas ocultas, não andamos com astúcia e não adulteramos a Palavra de Deus (2 Coríntios 4:2). Tampouco somos falsificadores dela, como tantos outros (2 Coríntios 2:17).

Rogamos, portanto, a Deus que, caso você seja realmente irmão em Cristo, lhe conceda a bênção espiritual de discernir bem tudo (1 Coríntios 2:15).
"Four Quartets" é baseado nos conhecimentos de Eliot nas áreas de misticismo e filosofia. ( fonte wikipedia )Quero apenas lembra-lhe que T S Eliot era místico. Citar poemas dele em um blog cristão é tâo ou mais ecumènico quanto celebrar a santa ceia na igreja papista."The one that thik he is on his foot, be careful and do not fall"
2 replies · active 614 weeks ago
Olá, Gelson.

Um bom procedimento ao se fazer uma argumentação, seja ela qual for, é checar bem suas fontes antes de postá-las. Além disto, a pessoa deve trazer uma argumentação coerente, do contrário, cairá em completo descrédito. Tendo-se isto em mente, não pode-se deixar de notar que você está mergulhado em completas trevas...
Para começar, na intenção de dar uma resposta, qualquer tipo de resposta, e colocar o blog na mesma situação que é retratada no texto, você buscou a primeira coisa que encontrou: uma citação de T. S. Eliot (o que já demonstra a ansiedade de dar uma resposta). E assim, foi buscar na Wikipédia algo sobre Eliot. A sua grande falha é ignorar o que o texto diz sobre sua espiritualidade (A saber, "Ele começou então a estudar sânscrito e religiões orientais, chegando a ser aluno do renomado armênio G. I. Gurdjieff. A obra de Eliot, após a sua conversão ao cristianismo pela Igreja Anglicana, é frequentemente religiosa em sua natureza e tenta preservar o inglês arcaico e alguns valores europeus que ele julgava serem importantes"), e considerar sua espiritualidade a partir de conclusões tiradas de outro ponto do texto.
Mas o erro não para por aí. Afinal de contas, eu mesmo conheço algo sobre o espiritismo, conheço algo sobre o Islã, mas isto não me torna espírita ou muçulmano.
Eliot era um poeta, e como tal, ele tinha o direito de recorrer ao que tinha para fazer seus poemas. E nós como cristãos, podemos citar aquilo que concordamos e deixar o que discordamos (1Ts 5:21). O próprio Paulo citou poetas pagãos... Mas toda esta confusão entre citar um poeta, seja ele pagão ou não, e a introdução de doutrinas estranhas denunciada pelo texto nos mostra o seu próximo erro: falhar em estabelecer um paralelo válido.
Afinal de contas, o que o texto denuncia é exatamente o uso destes encontros para se pregar doutrinas estranhas ao evangelho, como a já conhecida numerologia do 900 que tais líderes recorrem em momento de aperto... E o texto também denuncia a aceitação sem critérios destes ensinos durante estes encontros. Isto não é paralelo algum a se citar um texto de um poeta.
Assim, é sempre bom rever o que se vai argumentar, para que você mesmo não caia em descrédito. Mas, dada a ansiedade demonstrada em responder o texto, acredito que paciência para a análise tenha sido a última coisa que lhe ocorreu.

Abraços.
Caro Gelson,

Lamentamos profundamente que o seu conhecimento bíblico não tenha te permitido ainda ver que o próprio apóstolo Paulo citou um poeta e filósofo pagão, Arastus ou Arasto, em Atos 17:28 ("porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois dele também somos geração"), como veículo para a pregação do evangelho em Atenas.

Recomendamos humildemente a leitura de um artigo publicado aqui no blog há quase 5 anos, em que expomos também como Paulo citava sem vergonha alguma os ensinos de Aristóteles, um dos maiores filósofos pagãos de que se tem notícia:
http://ocontornodasombra.blogspot.com.br/2008/07/...

Oxalá você consiga perdoar Paulo por essa "heresia". Perdão, podemos usar o advérbio "oxalá" aqui?

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