terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Cristãos sírios erguem árvore de Natal a partir das ruínas de Homs


A informação foi publicada no Estadão:

Natal em meio a escombros na Síria

Cristãos voltam a Homs e erguem árvore natalina


Três anos e meio após as forças do presidente sírio, Bashar Assad, terem reconquistado o controle sobre Homs, derrotando os opositores que tornaram a cidade a “capital da revolução”, muitos cristãos que tinham fugido da guerra retornaram a suas casas. Em meio aos edifícios destruídos na cidade velha, um pinheiro com uma estrela no topo indica que a celebração do Natal ocorrerá em paz.

Próximo do pinheiro, instalado no bairro de Al-Hamidiyah, um reduto cristão na parte antiga de Homs, dezenas de retratos dos mortos nos combates estão penduradas no “muro da honra”, alguns já descoloridos pela chuva.

De acordo com dados da ADF International, ONG que advoga pela liberdade religiosa, quando o levante contra Assad começou, em 2011, 1,25 milhão de cristãos viviam na Síria – em 2016, esse número tinha baixado para menos de 500 mil, segundo a entidade, em razão da guerra e da perseguição por parte de radicais islâmicos.

Segundo outro levantamento, da Missão Portas Abertas, organização que dá apoio a comunidades cristãs perseguidas, há 794 mil cristãos da Síria.

O cerco a Homs por parte das forças de Assad durou até maio de 2014, quando cerca de 2 mil rebeldes entrincheirados no bairro antigo se entregaram. “Em 2014, quando voltamos ao nosso bairro devastado, a árvore de Natal foi feita com escombros”, afirmou a cristã Rula Barjur, enquanto dava os últimos toques na decoração – de guirlandas prateadas e azuis – do pinheiro instalado na cidade velha.

Em uma reportagem publicada no início deste mês, o World Watch Monitor, que divulga histórias seguidores do cristianismo que sofrem perseguição, narrou o retorno dos cristãos a Homs. Abdul al-Yussef, de 70 anos, pediu para ser fotografado diante da árvore em Al-Hamidiyah, para mandar a seus filhos, que se refugiaram da guerra na Alemanha. “Quero lhes pedir que retornem.” / AFP



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