segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O capitalista de fé



Calma, gente! Não vou falar de "pastores" que montam seus impérios para amealhar milhões... de reais! Estes são os "capitalistas DA fé". Já "o capitalista DE fé" é o título de uma longa matéria publicada hoje no jornal O Estado de S. Paulo, a respeito do empresário católico Estevam de Assis, de 53 anos de idade, um dos sócios do grupo Bretas, uma rede de varejo com 59 lojas e 12 postos de gasolina nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia, que vale hoje algo em torno de R$ 1 bilhão, segundo análise do mercado, e é cobiçada por grandes redes varejistas do Brasil.

Enquanto tem muito "pastor" e "missionário" evangélico que ouviu o "chamado" pra morar em mansões nos condomínios de Boca Raton, na Flórida, dirigindo seus BMW e Mercedes conversíveis, Estevam de Assis mora num apartamento alugado, de 3 quartos, em Belo Horizonte, não tem televisão nem computador em casa, e dirige seu veículo 1.0. 

Segundo informa o Estadão:

Assis e a mulher fizeram voto de simplificação total de vida. Só gastam com o que é absolutamente necessário. Ele fica com apenas 5% dos rendimentos e doa o restante. "Não é voto de pobreza, porque não sou pobre", explica o empresário. "Mas eu não posso comprar mais nada. Se ganho uma camisa, tenho de doar outra do armário. Eu descobri essa alegria, essa liberdade de ser feliz precisando de pouca coisa."

A cultura empresarial do grupo Bretas, uma sociedade de 12 irmãos, parece seguir o mesmo modo franciscano de ser: os executivos não recebem salários exorbitantes nem têm secretárias exclusivas, e muito menos aqueles bônus milionários que todo diretor paparicado pelas revistas de negócios papa no fim do ano. 

Ainda segundo o jornal, Estevam gasta a maior parte do dinheiro pagando terapia a padres e freiras, o que é algo até discutível, já que certamente alguém poderia apontar obras muito mais carentes de ajuda financeira dentro da própria Igreja Católica, mas, cá entre nós, o dinheiro é do Estevam e ele faz o que quiser com ele. 

Pelo menos faz o contrário de muito "pastor", "bispo" e "apóstolo" que tem por aí: usa o seu próprio dinheiro para ajudar a sua igreja em vez de se servir dele e dela. 

O único problema é algum "pastor" esperto aproveitar o exemplo de Estevam de Assis, omitir que ele é católico, e arrecadar ainda mais dinheiro dos incautos, para a sua própria perdição. 

Afinal, a isca desses lobos é a teologia da prosperidade, e como é que eles vão justificar à sua "torcida igrejeira" que Deus está abençoando um católico? Abafa, Estevam!

2 comentários:

  1. Se um amigo lesse seu post iria certamente dizer "de verás complicado" eu com minhas palavras "de verás curioso", concordo contigo, só não podemos cair na tentação de criticar e generalizar, pois sabemos que h´s bons pastores, assim como há maus padres e religiosos ou não de várias seitas, religiões ou não. Muitoo parabéns!!!
    abraços

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  2. Prezado irmão Hélio,
    Essa postagem foi um chute no traseiro de muita gente. Sensacional. oportuna e impactante. Se os vendilhões do templo fizessem voto de pobreza talvez ganhássemos em nobreza e dignidade e a obra do Senhor não fosse tão envergonhada como tem sido. Graças a Deus que ainda possui os 7000 que não dobraram seus joelhos a Baal.
    Um abraço
    Em Cristo

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