A matéria é do Brasil Post:
Dormir tarde pode intensificar o pensamento negativo e a preocupação
The Huffington Post | De Carolyn Gregoire
Dormir menos que o necessário e ficar acordado até tarde da noite podem indicar que você se encaminha para uma espiral negativa de preocupação constante e pensamento negativo, segundo uma pesquisa nova da Universidade Binghampton.
Os pesquisadores pediram a cem estudantes que completassem vários questionários e duas tarefas computadorizadas para avaliar o pensamento negativo repetitivo (PNR), medindo quanto os sujeitos se preocupavam com alguma coisa, a remoíam na cabeça ou ficavam obcecados por ela. Os sujeitos também responderam a perguntas sobre seus horários de atividade e seus hábitos ao dormir.
O estudo concluiu que as pessoas que se descreveram como “noturnas”, além daquelas que dormem menos horas por noite, têm mais pensamentos negativos que as que se descrevem como pessoas “matinais” e as que dormem mais horas por noite. Embora os dados sugiram uma correlação entre as duas coisas, não apontam para uma relação de causa e efeito. Os pesquisadores observam que é possível que a preocupação provoque transtornos na duração e no timing do sono, e não que o ir dormir tarde leve as pessoas a preocupar-se mais.
Os novos dados substanciam pesquisas anteriores que identificaram um vínculo entre pensamento negativo repetitivo e problemas de sono. Mas o estudo é o primeiro a sugerir uma ligação entre níveis de PNR e horários e duração do sono. Contudo, um estudo de 2013 publicado no Journal of Occupational Psychology encontrou uma correlação entre ir dormir tarde e sintomas de depressão.
Os pensamentos negativos repetitivos e indesejados como os que foram descritos pelos estudantes que ficam acordados até tarde muitas vezes são associados à depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de estresse pós-traumático.
“Se outras descobertas confirmarem a relação entre timing do sono e pensamento negativo repetitivo, isso poderá um dia levar a um novo caminho para o tratamento de pessoas com transtornos de internalização”, disse em comunicado uma das autoras do estudo, a Dra. Meredith Coles. “O estudo das relações entre a redução na duração do sono e a psicopatologia já demonstrou que focar sobre o sono na clínica também leva à redução dos sintomas de psicopatologia.”
As descobertas foram publicadas no periódico Cognitive Therapy and Research.