sábado, 28 de janeiro de 2017

O brasileiro da Telexfree com 20 milhões de dólares escondidos no colchão

A enorme comunidade brasileira em Massachusetts foi surpreendida
com a apreensão pela polícia americana de 20 milhões de dólares
em espécie escondidos no colchão de um de seus integrantes. 

Parece que o mundo das notícias gira numa velocidade muito superior àquela do planeta e fica difícil acompanhar o que está acontecendo.

Alguns anos atrás, mais ou menos de 2012 a 2014, era febre entre os evangélicos vender um serviço esquisito chamado Telexfree, mesmo quando eram alertados de que se tratava do famoso e antigo golpe da pirâmide financeira, mas a "esperteza" de alguns "irmãos ungidos" os impedia de reconhecer o dano que estavam causando a outros e a si próprios.

Aqui mesmo no blog tratamos do tema naquela época em artigos como:




Quase três anos se passaram desde todos esses "rolos", e a criação "gospel" brasileira Telexfree continua sendo notícia nas páginas policiais internacionais, conforme informa a BBC Brasil:

O estranho caso do brasileiro preso com US$ 20 milhões guardados em colchão nos EUA

Esconder o dinheiro no colchão é uma das mais antigas formas de guardar as economias.

Mas as autoridades do Estado americano de Massachusetts descobriram uma fortuna de milhões de dólares ocultada embaixo de um colchão por um brasileiro por motivos que são, digamos, muito mais ligados ao século 21.

A polícia acredita que o dinheiro tivesse ligado a um esquema de pirâmide financeira no valor de US$ 1 bilhão da empresa Telexfree, que afirmava oferecer serviços de telefonia pela internet no mundo todo.

Na pirâmide financeira, modelo comercial bastante utilizado para golpes, as pessoas geralmente são convencidas a investir e a trazer outras pessoas para o negócio, recebendo um percentual para cada participante atraído.

No total, foram apreendidos no colchão US$ 20 milhões (R$ 63,5 milhões). O dinheiro foi achado em um apartamento da cidade de Westborough, no último dia 4.

Os investigadores descobriram a quantia enquanto seguiam Cléber Rene Rizério Rocha, de 28 anos. Ele foi preso.

O esquema

Os promotores americanos afirmam que a Telexfree, já desativada, enganou quase um milhão de pessoas em todo o globo.

De acordo com as autoridades, a companhia obteve a maior parte de seu dinheiro a partir de pessoas que entravam no esquema com a promessa de receber pagamentos da empresa caso publicassem propaganda online do serviço de VoIP (telefonia via internet).

Esses investidores seriam compensados ainda ao atrair novos participantes, frequentemente familiares e amigos.

As investigações apontam que o pedido para que os promotores publicassem propaganda do serviço na web não fazia muita diferença para a Telexfree.

A companhia obtinha menos de 1% de sua renda a partir das vendas de seu serviço de telecomunicação - os outros 99% vinham do que os novos participantes pagavam para se inscrever no esquema.

Lavagem de dinheiro

O gabinete da Procuradoria Federal americana divulgou pelo Twitter uma foto do dinheiro encontrado no apartamento de Rocha.

Ele foi acusado de conspiração para lavagem de dinheiro. Na segunda-feira, a Justiça negou liberdade condicional ao brasileiro, argumentando risco de fuga.

Os promotores afirmam que Rocha fazia parte de uma organização que transferia milhões de dólares, supostamente associados à Telexfree, para o Brasil, lavando o dinheiro via Hong Kong.

Em maio de 2014, as autoridades americanas acusaram James M. Merrill e Carlos N. Wanzeler, administradores da Telexfree, de conspiração para cometer fraudes.

Merrill foi preso e se declarou culpado. Wanzeler, que nasceu no Brasil, está foragido - as autoridades acreditam que ele esteja escondido em solo brasileiro.

VoIP

"A Telexfree supostamente fazia um marketing agressivo de seus serviços de VoIP (telefonia pela internet) recrutando milhares de 'promotores' que publicavam propagandas do produto na internet", informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos em um comunicado em sua página na web.

"Esses acusados criaram um sistema que tomou centenas de milhões de dólares de trabalhadores ao redor do mundo."

Entre janeiro de 2012 e março de 2014, a Telexfree afirmou recrutar "promotores" ou "divulgadores" para vender seu serviço de VoIP.

"Cada promotor tinha que 'investir' na Telexfree. Depois eles eram compensados toda semana pela empresa, obedecendo a uma estrutura complexa, sempre e quando publicassem propagandas na web para o serviço", dizem as autoridades americanas.

A pirâmide financeira continuou funcionando até abril de 2014, quando a Telexfree entrou com um pedido de proteção contra falência, o que nos Estados Unidos significa pedir uma chance para reorganizar suas dívidas e tentar pagar os credores.

Em 2014, a promotora americana Carmen Ortiz disse que "a magnitude dessa suposta fraude é de tirar o fôlego".



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