Na atual crise financeira dos chamados "mercados", pelo menos algo se aproveita: o sistema se desnuda e começamos a perceber como ele funciona. Chama a atenção a opinião de "economistas" nos programas especializados na matéria. Trata-se, geralmente, de homens (na maioria) e mulheres geralmente nos seus 30, 40 anos de idade, saídos da classe média (mais para baixa do que alta), que fazem o seu curso de Economia, seu estágio na bolsa, e vão trabalhar em corretoras e consultorias do ramo. Aí, começam a dar as suas opiniões, cumprindo fielmente o cerimonial e o jargão do business. Perpetuam, assim, o jogo do poder, em que o grande capital é o que realmente interessa (e comanda). Compreende-se que eles estão apenas "defendendo o seu", assegurando o seu trabalho e o pão de cada dia, mas não deixa de ser tragicômico vê-los como a mão e a boca visível do mercado, repetindo incessantemente a mesma ladainha ao deus Mercado, voltados para Wall Street, e sempre dispostos a garantir a máxima privatização dos lucros e a correspondente socialização dos prejuízos.