sexta-feira, 31 de julho de 2009

Quando não há força


“Vão indo de força em força;
cada um deles aparece diante de Deus em Sião.”
(Salmo 84:7)

Para descrever a difícil situação em que se encontrava (a iminente invasão assíria), o rei Ezequias usa uma provável expressão proverbial da época, muito apropriada: “Os filhos estão para nascer e não há força para os dar à luz” (2 Reis 19:3 – Bíblia de Jerusalém). Ele se reporta à mulher cuja gravidez já se completou, mas o filho não sai do útero, não vem para fora. A mãe sente dores de parto, mas não tem força para expelir a criança. Ela fica desesperada e a criança corre risco de vida.

Não há nada mais aflitivo do que faltar força no momento em que mais se precisa dela. Pior ainda é quando não se sabe que naquela hora a força vai estar ausente. Foi isso que aconteceu com Sansão. Ele não tinha conhecimento de que havia se retirado dele a sua força. Quando os filisteus chegaram, ele não conseguiu repetir as façanhas anteriores. Então teve seus olhos vazados e sofreu o vexame de ser preso e levado para Gaza (Juízes 16:18-22).

Não ter força para dizer não, não ter força para vencer a tentação, não ter força para resistir à dor, não ter força para deixar de beber, não ter força para abandonar as drogas, não ter força para superar uma crise conjugal, não ter força para perdoar o desafeto, não ter força para dominar o gênio, não ter força para esquecer algo deprimente, não ter força para terminar o trabalho iniciado, não ter força para romper um amor proibido, não obter força para vencer a timidez – são situações realmente muito complexas. Em circunstâncias assim, a história pára, o que precisa acontecer não acontece, o que não pode ser protelado é adiado.

A privação da força tem muito que ver com a perda ou a diminuição da comunhão com Deus. Na verdade a força promana de Deus. Daí a confidência de Paulo a Timóteo: “O Senhor me assistiu e me revestiu de forças” (2 Timóteo 4:17). O mesmo testemunho está na boca de Davi: “O Deus que me revestiu de força, e aperfeiçoou o meu caminho. Ele deu a meus pés a ligeireza das corças e me firmou nas minhas alturas” (Salmo 18:32). Deus é pródigo na distribuição de força, pois “faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor” (Isaías 40:29). Aqueles que estão cada vez mais ligados a Deus “vão indo de força em força” (Salmo 84:7).

(“Devocionais para Todas as Estações”, Ed. Ultimato, meditação de 27 de julho)

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