terça-feira, 11 de outubro de 2016

Começa a debandada evangélica da candidatura Trump nos EUA

É, Donald, tem gente que ainda acredita que basta segurar uma Bíblia pra dizer que é cristão...

Não, meus amigos leitores, não são só os evangélicos brasileiros que vestem uma cara de piedade e, assim, na cara dura mesmo, subvertem uns versículos bíblicos para apoiar a sua ideologia de ocasião.

Os nossos aprenderam com os evangélicos do Norte, que atualmente estão envolvidos com as suas eleições presidenciais.

Qualquer alma com o mínimo de bom senso neste planeta azul (visto de fora) sabia que faltava um ou um milhão de parafusos na cabeça alaranjada de turbante loiro chamada Donald Trump, o magnata que restou ungido pelo Partido Republicano para concorrer à vaga que será deixada por Barack Obama no fim do ano.

Isto, entretanto, não impediu que milhões de evangélicos estadunidenses embarcassem no transatlântico furado do bilionário americano, invocando os mais trágicos, para não dizer risíveis, argumentos pseudoespirituais para justificar sua posição tresloucada.

Tropeço após tropeço do candidato republicano com as palavras e evidências, o apoio gospel a Trump foi se esvaindo até a divulgação, na semana passada, de um vídeo gravado em 2005, no qual o bilionário faz considerações depreciativas explícitas às mulheres, o que gerou enorme revolta no país.

Uma das declarações mais contundentes de Trump foi quando disse que nenhuma mulher casada estaria tranquila se fosse deixada só na sua companhia.

Diante do constrangimento nacional, vários figurões evangélicos resolveram então desembarcar da canoa de Trump, a começar pelo presidente da Convenção Batista do Sul dos EUA, a mais poderosa denominação evangélica no país, Albert Mohler Jr., em artigo escrito e publicado no The Washington Post, mesmo jornal que noticiou, na mesma edição, o abandono da candidatura pelo conhecido e respeitado teólogo Wayne Grudem.

Mesmo os mórmons, que não pertencem ao mainstream evangélico, mas sempre se associaram aos republicanos, tanto que o candidato do partido nas eleições passadas era o mórmon Mitt Romney, já começam a dizer adeus a Trump, como é o caso do senador pelo Estado do Idaho, Mike Crapo, que disse que o comportamento do magnata não lhe deixou outra escolha senão a porta de saída do apoio à sua candidatura, pedindo-lhe ainda a sua renúncia à corrida eleitoral, segundo o portal Politico.

O rebuliço chegou a tal ponto que James McDonald, pastor da Harvest Bible Chapel de Rolling Meadows, Illinois, membro do Comitê Executivo Evangélico que assessora a campanha de Trump, o chamasse de "lascivo" e "sem valor", segundo informa o Christian Today.

Difícil mesmo é acreditar que todos eles não soubessem quem estavam apoiando desde o início da campanha.



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