sábado, 11 de fevereiro de 2017

Estaria o papa Francisco na mira de Donald Trump?

"Rade vetro, Trumpana..."

É o que se suspeita a partir das movimentações do principal assessor do presidente norte-americano, segundo publica o IHU:

Steve Bannon também procura desestabilizar o Papa Francisco? É o que sugere reportagem do New York Times

O estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, busca alianças com o setor conservador do Vaticano e opositor ao Papa Francisco, revelou, neste dia, o jornal The New York Times.

A reportagem é publicada por Sin Embargo, 07-02-2017. A tradução é do Cepat.

A matéria publicada no dia de hoje menciona que o estrategista-chefe dos Estados Unidos estabeleceu contato com o cardeal estadunidense Raymond Burke. Os dois acreditam que “o Islã ameaça ruir um Ocidente prostrado e fragilizado pela erosão dos valores cristãos tradicionais e se consideram injustamente marginalizados pelas elites políticas”, destacou o influente jornal.

“Quando Stephen K. Bannon ainda dirigia o Breitbart News, foi ao Vaticano para cobrir a canonização de João Paulo II e fazer alguns amigos. No alto de sua lista de pessoas a contatar estava um cardeal estadunidense ultraconservador, Raymond Burke, que havia se confrontado abertamente com Francisco”, destacou a nota do Times.

O jornal ressaltou que Francisco deixou de lado os tradicionalistas, especialmente o cardeal Burke, e apostou em uma agenda em favor da migração, mudança climática e pobreza.

“No entanto, em um mundo novo e turbulento, Francisco é de repente uma figura mais solitária”, considerou a nota escrita por Jason Horowitz, que também ressaltou que o ex-presidente Barack Obama era visto como um aliado do Papa.

O jornal também destacou que Bannon tem a ideia de que o Papa está “perigosamente equivocado” e que “provavelmente é socialista” por deixar de lado a Igreja mais tradicional, como a que Burke representa. Os conservadores viram em Trump “um líder alternativo que defenderá os valores cristãos tradicionais contra os intrusos muçulmanos” e que poderá trazer mudanças à estrutura de poder católica nos Estados Unidos.

Em uma conferência do Vaticano, organizada por Benjamin Harnwell, homem de confiança do cardeal Burke, Bannon expressou publicamente sua visão de mundo e deixou claro que compartilha os objetivos do Papa em assegurar a paz e acabar com a pobreza, mas não suas ideias sobre como conseguir isto. Essa fala obteve a aprovação dos conservadores.

“Ao reconhecer alguém que se sacrificou com a finalidade de permanecer fiel a seus princípios e que está lutando contra o mesmo tipo de batalha no âmbito cultural, não me surpreende que haja um encontro”, disse quem organizou a reunião de 2014, durante um almoço entre religiosos, segundo o Times.

E acrescentou: “Não quero passar minha vida lutando contra o Papa em questões que não mudarei de opinião [...]. Muito mais valioso para mim seria passar o tempo trabalhando construtivamente com Steve Bannon”.

O texto recordou que o poderoso estrategista do magnata em certa ocasião destacou que Burke é “a pessoa mais inteligente em Roma”.

O extenso texto também ressaltou que “o cardeal Burke se tornou um defensor dos conservadores nos Estados Unidos e que sob a direção de Bannon, Breitbart News instou seu correspondente em Roma a escrever com simpatia sobre ele”.

Antonio Spadaro, sacerdote próximo a Francisco e editor da revista La Civiltà Cattolica, expressou que a força assumida pelos supostos opositores ao atual Papa existe mais “em nível de imagem” e de “propaganda”.

Nancy Pelosi, líder da minoria democrata na Câmara de Representantes, qualificou o líder estrategista do Presidente Trump, na semana passada, como “supremacia branca” e disse que não tem nada a fazer no Conselho de Segurança Nacional.

Pelosi não mencionou Steve Bannon por seu nome, mas estava se referindo ao ex-diretor do Breitbart News, um portal conservador.

“O que está tornando os Estados Unidos menos seguro é ter um supremacista branco como membro permanente do Conselho de Segurança Nacional, ao passo que ao chefe do Estado-Maior Conjunto e ao diretor de Inteligência Nacional dizem: ‘não chamem, nós lhes chamamos”, enfatizou Pelosi.

“É surpreendente”, acrescentou a legisladora.

Trump tornou Bannon um membro regular do poderoso Comitê de Diretores do conselho, o que também lhe permite participar das reuniões da plenária do conselho.

Além disso, o Presidente deixou o chefe do Estado-Maior Conjunto e o diretor de Inteligência Nacional fora de suas posições como membros regulares do Comitê de Diretores, e só poderão participar das reuniões quando “forem discutidos assuntos concernentes a suas responsabilidades e experiência”, segundo um memorando de Trump.

Sob a condução de Bannon, Breitbart cresceu até se tornar uma das vozes mais poderosas da direita do país. Os críticos acusaram Bannon de ter permitido que o portal de internet se convertesse em uma plataforma para nacionalistas brancos, uma acusação que Bannon refutou.

Como estrategista de Trump, Bannon tem muita influência sobre a agenda de governo, incluindo o decreto para suspender o programa de refugiados dos Estados Unidos.

O Conselho de Segurança Nacional assessora o presidente sobre política exterior, militar e interna no que diz respeito à segurança da nação. Por lei, o presidente, o vice-presidente, o secretário de Estado, o secretário de Defesa e o de Energia são membros. Também por lei, o presidente do Estado-Maior Conjunto e o diretor de Inteligência Nacional são assessores do conselho.



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