Brock Turner, o estuprador que o juiz julgou "bonzinho" |
A matéria é do HuffPost Brasil:
'Seu filho agiu como um monstro', diz autor de carta destinada a pai de estuprador
Nesta semana, o caso de Brock Turner ganhou destaque no noticiário americano - e mundial. Flagrado estuprando uma jovem desacordada em janeiro de 2015, o ex-aluno da universidade de Stanford foi condenado a apenas seis meses de prisão pelo crime.
Entre os motivos que fizeram com que o juiz americano Aaron Persky condenasse Brock a tão pouco tempo de prisão estava uma carta escrita pelo pai do jovem. No texto (leia a íntegra aqui), Dan Turner afirmava que o encarceramento era um castigo muito duro para um 'ato que só durou 20 minutos'. O pai do jovem ainda acrescentou que se fosse preso, a vida do jovem "nunca seria a que ele sonhou alcançar".
Pastor e escritor, John Pavlovitz resolveu publicar, em seu blog "Stuff that needs to be said" (Coisas que precisam ser ditas, em tradução livre)uma carta diretamente ao homem que tentou (e conseguiu) defender seu filho no tribunal.
"Brock não é a vítima aqui. Sua vítima é a vítima. Ela é quem foi ferida. Ele foi quem feriu."
Em seu texto, Pavlovitz critica ainda a cultura do estupro, e afirma o óbvio: embora o ato em si tenha durado "apenas 20 minutos", a vítima de Brock vai lidar com o trauma para o resto da vida e é categórico: "em nenhum cenário seu filho deveria despertar simpatia aqui".
"Eu não acredito que seu filho seja um monstro, mas ele agiu como um, e isso deve ser levado em conta". Brock foi visto por dois jovens estuprando uma garota atrás de uma lata de lixo, após uma festa de estudantes. A jovem estava inconsciente, mas sua defesa - que vai recorrer da sentença - insiste em dizer que ela consentiu o ato.
"Se a vida dele foi 'profundamente alterada' é porque ele alterou, horrivelmente, outro ser humano; porque ele fez a escolha repreensível de tirar vantagem de outra pessoa para seu próprio prazer".
O pastor ainda afirma o que todos nós gostaríamos de dizer: "Eu entendo que você está tentando humanizar seu filho em sua carta, contando ao juiz sobre suas comidas favoritas, treinos de natação e memórias que para você, como pai, são doces - mas, honestamente, eu não dou a mínima e se a vítima fosse sua filha, eu tenho certeza de que você também não daria."