É uma pena que toda grande história tenha que ter um fim, que nossos ídolos esportivos se despeçam, e hoje chegou ao final a carreira de Gustavo Kuerten no tênis. Lá em Paris, no Grand Slam de Roland Garros, onde assombrou o mundo em 1996, ele deu adeus às quadras. O resultado e o adversário pouco importam. O manezinho que saiu da ilha de Santa Catarina para conquistar o mundo é um daqueles casos raríssimos de um brasileiro que vence na vida, contra todas as adversidades. Talento nato num esporte considerado de elite, Guga ganhou Roland Garros 3 vezes e, depois do Masters Cup conquistado em Lisboa no fim de 2000, foi o nº 1 do ranking da ATP por 42 semanas, o que o deixa entre os maiores tenistas de todos os tempos. No Olimpo do esporte brasileiro, tem a feliz companhia de Maria Esther Bueno, cujo auge se deu na década de 60, em que pouca gente acompanhava o que acontecia no mundo, e o tênis era um esporte essencialmente amador. Vencido pelas dores no quadriu, Guga teve que enfrentar seu longo adeus, ensaiando retornos com tentativas de recuperação e volta por cimia. Não deu certo, infelizmente, mas nem precisava. Guga merece todo o nosso carinho, e o nosso agradecimento por ter-nos dado tantas alegrias num país que não dá a mínima para o esporte que não seja o futebol.