sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Inscrição mais antiga já encontrada em Jerusalém pode confirmar relato bíblico


O jornal israelense Haaretz informou na sua edição de 02/01/14 que a inscrição de um pote encontrado em Jerusalém pertence ao tempo do Rei Salomão, o que o tornaria a mais antiga inscrição já descoberta na capital de Israel.

Quem a decifrou foi Gershon Galil, professor de Estudos Bíblicos e História Antiga na Universidade de Haifa.

Sua importância deriva do fato de que está escrita em hebraico arcaico e porque mostra que já havia o domínio do alfabeto em Israel no século X a. C.

O que pode ser ainda mais interessante, dependendo do ponto de vista com que se analise a descoberta, é que o pote era utilizado para guardar vinho, e a palavra "halak" nele inscrito significa "vinho barato".

"Halak" era um termo enológico na língua ugarítica, de Ugarit, no norte da região onde hoje se localiza a Síria.

Na época, havia três tipos de vinho, o de boa qualidade, o - digamos - "regular" - e o "vinho barato", de má qualidade.

De acordo com o professor Galil, o vinho "halak", muito provavelmente, era destinado aos milhares de operários que trabalharam nas grandes obras do reino de Salomão, como o primeiro Templo de Jerusalém, por exemplo.

O Primeiro Livro de Reis, no Velho Testamento, informa em seu versículo 5:15 que "tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas, e oitenta mil que talhavam pedras nas montanhas".

Um dos grandes questionamentos que os céticos opõem ao texto bíblico diz respeito à magnitude dos reinos de Davi e de Salomão, que, segundo alegam, não eram tão grandes como o relato bíblico faz crer.

Muitos chegam a afirmar que Jerusalém mal passava de uma vila pequena e desinteressante, sem qualquer importância no contexto do mundo antigo.

A se confirmarem as observações do professor Galil, o reino de Salomão passará a ser visto como bem administrado e que tinha um comércio internacional altamente significativo para a época.

Não se pode esquecer, entretanto, que outro grupo de arqueólogos alegou ter encontrado outra inscrição mais antiga de Jerusalém, conforme comentamos aqui no blog em julho de 2013.

Não fica claro, pela matéria do Haaretz, se se trata da mesma descoberta, então atribuída ao reino de Davi (também no século X a. C.), mas - ao que tudo indica até agora - parece se tratar do mesmo artefato.

Segue esta linha de raciocínio o Times of Israel, que teve acesso ao parecer do pesquisador e se adianta dizendo que se trata realmente daquela inscrição que foi descoberta em julho de 2013 (vide abaixo).

Aguardemos, então, maiores detalhes e análises independentes para saber se estamos realmente diante de uma descoberta espetacular para a arqueologia bíblica.






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