terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Católicos australianos associam pedofilia ao celibato

Australia catholic church
Artigo publicado no IHU:

Igreja católica australiana vincula o celibato a abusos sexuais


A Igreja Católica na Austrália apresentou, pela primeira vez, os votos de celibato dos sacerdotes como um fator que pode ter contribuído para abusos sexuais de menores, segundo um documento publicado hoje.

A reportagem é de José Manuel Vidal, publicada por Religión Digital, 12-12-2014. A tradução é do Cepat.

“O celibato obrigatório pode ter contribuído para o abuso em algumas circunstâncias”, destaca o texto do Conselho de Justiça e Cura que coordena a posição da Igreja Católica junto à comissão governamental que analisa a resposta das instituições australianas aos abusos sexuais contra menores no seio das entidades estatais, sociais e religiosas.


O documento também admite que alguns líderes religiosos aparentemente esconderam estes abusos nas ordens e nas dioceses e tentaram proteger a reputação da Igreja Católica ao invés de velar pelo bem-estar dos menores, reporta a Agência Australiana de Imprensa.

Também recomenda reformar os procedimentos para abordar as queixas das vítimas proporcionando assistência no local do enfrentamento, assim como pede abertura diante dos eventuais julgamentos em casos como esses.


O diretor executivo deste Conselho, Francis Sullivan, considerou que esta admissão pode gerar polêmica entre os líderes religiosos, mas insistiu que seu organismo atuou com independência.

Em 2012, a Igreja Católica confirmou 620 casos de abusos sexuais contra menores cometidos na Austrália por sacerdotes, desde os anos 1930, em uma revelação inédita neste país.

Também em 2012, a Polícia de Nova Gales do Sul acusou a Igreja de acobertar estes crimes, procurar silenciar as investigações e destruir provas cruciais para evitar processos judiciais.

As autoridades criaram uma comissão de investigação sobre as respostas institucionais diante dos abusos contra menores cometidos em instituições sociais, religiosas e públicas.



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