sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Tsunami na Ásia, 10 anos depois

Asia Indonesia

Por volta das 8 horas da manhã do dia 26 de dezembro de 2004, um terremoto de estimados 9,3 graus na escala Richter, com epicentro no litoral da Indonésia (a 160 km da costa Oeste da ilha de Sumatra, com 30 km de profundidade), desencadeou o tsunami mais mortífero de que se tem notícia, varrendo do mapa regiões inteiras dos países do Oceano Índico.

Para se ter uma ideia da magnitude desse sismo, basta lembrar que o maior terremoto já registrado atingiu 9,5 graus na escala Richter, no Chile em 1960, e a energia liberada em 2004 equivalia a 1.500 vezes à da bomba atômica despejada sobre Hiroshima em 1945.

Milhares de turistas se levantaram cedo para curtir o belo dia de sol nas paradisíacas praias de Phi Phi e Phuket, na Tailândia, enquanto milhões de habitantes locais, além daqueles da Indonésia, Índia, Malásia, Sri Lanka, Bangladesh e Ilhas Maldivas, se preparavam para um dia comum de fim de ano.

230.000 MORTOS E DESAPARECIDOS


Esses foram os países mais atingidos pelo tsunami asiático de 2004. Até hoje não se sabe o número exato de pessoas que morreram quando o vagalhão foi embora, deixando um rastro de morte e dor sem precedentes na história da humanidade.

Embora tsunamis sejam relativamente comuns no Oceano Índico, aquele de 2004 atingiu proporções até então desconhecidas pelo ser humano. O mundo foi pego de surpresa com a extensão da tragédia.

Estima-se que cerca de 230.000 vidas foram tragadas pelas gigantescas ondas que devastaram a região, mas nunca se chegou, nem se chegará a um número definitivo, já que só a Indonésia, país mais atingido, encerrou suas estatísticas oficiais adicionando ao número de mortos os 70.000 desaparecidos em relação aos quais não havia mais qualquer esperança de serem encontrados.

A onda que atingiu a província de Aceh na Indonésia tinha 24 metros de altura no litoral, chegando a subir a 30 metros no interior da ilha, conforme os obstáculos que ia encontrando.

Europeus e americanos de Norte a Sul acordaram naquele dia, muitos ainda tentando se refazer da ressaca das compras e das bebidas e comidas de Natal, já com as imagens do tsunami na televisão e nos portais da web. Quem viu, jamais se esquecerá.

O tsunami do Japão em 2011 (na região litorânea de Sendai) foi mais acompanhado em tempo real pela audiência mundial do que aquele de 2004, mas a tragédia japonesa terminou com cerca de 13.300 mortos e 16.000 desaparecidos. Em comum entre ambas o horror, ah, o horror...

O RESCALDO DA TRAGÉDIA


Se há uma única coisa boa que se possa extrair do tsunami de 2004, além da solidariedade global que se seguiu na ajuda às vítimas, é justamente a maneira como os países limítrofes ao Oceano Índico desenvolveram uma rede conjunta de acompanhamento, controle e alarme a respeito dos terremotos e tsunamis, que certamente evitará que as perdas humanas se repitam nessa proporção pantagruélica.

Como efeitos colaterais curiosos do terremoto de Sumatra, o sismo alterou em 2,5 cm a posição do Polo Norte, além de ter encurtado os dias em 6,8 microsegundos. Embora as mudanças sejam imperceptíveis, a Terra ficou um pouco mais redonda e passou a girar um pouco mais rápido em torno do seu eixo.

Os terremotos e os tsunamis continuarão afligindo e atingindo o Sudeste da Ásia e adjacências, pois são fenômenos incontornáveis da natureza, mas podemos ter um fio de esperança de que muito mais vidas serão poupadas quando o próximo acontecer.

São muitas as imagens do tsunami disponíveis na internet, mas ficaremos com o trailer do (altamente recomendado) filme "O Impossível" (2012), que conta a história real de uma família espanhola que sobreviveu completa ao cataclisma de 2004,  película esta que conseguiu captar não só o terror daquele dia como o espírito de solidariedade da espécie humana que se seguiu.

Devia ser assim sempre, mas na maioria das vezes só quando a dor atinge níveis inimagináveis não se vê mais nenhuma diferença entre nós.




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