sábado, 4 de julho de 2015

Igreja ortodoxa grega pede que fiéis votem "sim" à União Europeia


A crise econômica grega ameaça a integridade da União Europeia, depois que o país deixou de pagar a parcela devida ao FMI (Fundo Monetário Internacional) no último dia 30 de junho.

Analistas entendem que uma eventual falência do país implicaria na exclusão da Grécia da comunidade europeia, com um imprevisível efeito dominó em outras economias cambaleantes do continente.

Depois de meses de intensa e infrutífera negociação, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, convocou um referendo para o próximo dia 5 de julho (amanhã, domingo), em que a população grega decidirá se aceita o acordo imposto pelo FMI, pela Comissão Europeia e pelos bancos credores, ou não.

O voto "sim" representa, portanto, que a população concorda em fazer mais sacrifícios (além daqueles que já fez) para garantir o socorro financeiro proposto pelos credores do país, avalizado pelas autoridades comunitárias.

Não há decisão fácil no referendo, entretanto...

O premier Tsipras faz campanha pelo "não", o que implicaria na saída da zona do euro e em um futuro de caos econômico até que o país se reerga das cinzas do tsunami financeiro que se avizinha.

Já o patriarca Jerônimo II, da Igreja Ortodoxa Grega, faz campanha abertamente pelo "sim", alegando que a Grécia "deve continuar no coração da Europa", mas não especifica as consequências econômicas e - sobretudo - sociais do seu voto.

Tsipras rebate a crítica dos que veem a Grécia fora da União Europeia se o "não" vencer, dizendo que isto não significará a saída grega da comunidade europeia, mas lhe dará uma posição de força para seguir negociando com as autoridades monetárias mundiais e os seus credores.

A atitude de Jerônimo II chamou a atenção porque os patriarcas ortodoxos gregos geralmente não se manifestam sobre assuntos políticos e econômicos que envolvem o país.

Talvez o cinto do patriarca tenha ficado apertado demais desde que o governo grego deixou de subsidiar a Igreja Ortodoxa do país por ocasião da crise econômica de 2012.

E olha que não faltam crises políticas, sociais e financeiras por lá ao longo da história. Uma atrás da outra, e o caos atual - infelizmente - não será o último, ao que tudo indica.

Enquanto isso, a população grega vive horas complicadas sem saber o que acontecerá com o berço da democracia quando seus cidadãos exercerem o sagrado direito de votar.

A informação é do portal Religión Digital.



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