A TV Globo de São Paulo promoveu recentemente a navegação, pelo rio Tietê, de um robô flutuador desenvolvido pelo IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo – para medir os níveis de poluição ao longo do rio. Obviamente, os resultados foram alarmantes. Não pude deixar de traçar um paralelo com a pregação evangélica no Brasil. Ao contrário dos rios de água viva que Jesus disse que sairiam do interior de quem nEle cresse (João 7:38), a mensagem pregada nos púlpitos de muitas igrejas evangélicas brasileiras se parece mais como um imenso rio poluído. Fico imaginando se pudéssemos ter um robozinho passeando pelos discursos que saem dos altares. Certamente, a surpresa seria bastante desagradável. Não dá mais nem pra dizer que a pregação evangélica fica só nas margens ou na superfície de águas sujas, como se o evangelho se resumisse a mantras de auto-ajuda sem nenhum compromisso com a cruz (e o perfume) de Cristo. Na verdade, este rio já está tão contaminado que nem existe mais contato com o elemento água. Tudo o que sobrou foram espumas tóxicas do atrito com as poucas pedras que ainda fazem frente à correnteza fétida. É essa espuma incendiária dos pulmões e do espírito que muita gente incauta está respirando nas igrejas, num cenário completamente distinto do mergulho profundo nas águas vivas da cruz de Cristo e da salvação pela graça e pela fé. Infelizmente, é esta espuma tóxica que os altares supostamente cristãos estão servindo ao povo, numa espécie de narguilé venenoso que anestesia as mentes e desvia os corações do evangelho da graça de Cristo. Tudo isso em nome do imediatismo de um paraíso fictício aqui na Terra, dos resultados visíveis de uma vida momentânea e materialmente próspera, alcançada mediante "unções" negociadas. Ainda há tempo para limpar as águas e mergulhar de cabeça no evangelho verdadeiro, tomando cuidado para não confundir os rios e penetrar nas “profundezas de satanás” da mensagem à Igreja de Tiatira (Apocalipse 2:24), a igreja cujas últimas obras eram melhores que as primeiras, mas tolerava Jezabel e suas prostituições. Melhor ficar com a mensagem do Filho de Deus aos poucos que não se prostituíram: “tão-somente apeguem-se com firmeza ao que vocês têm, até que eu venha”(Ap. 2:25). Agarremo-nos, portanto, à verdadeira Rocha que é Jesus, e às pedras da nossa fé, para resistirmos às correntes fétidas e à espuma tóxica que ameaçam a Igreja evangélica no Brasil.