É provável que Chuck Berry não seja exatamente, como muitos o chamam, o "pai do rock", mas foi o primeiro cara que, digamos, o fez funcionar.
Até o começo dos anos 1950, os ritmos que se fundiriam no que hoje chamamos de "rock", eram como, se nos permitem recorrermos à obra-prima de Luigi Pirandello, "seis personagens em busca de um autor".
A analogia teatral se justifica por que estavam ali pulsando pelo Sul dos Estados Unidos o jazz, o jump blues, o boogie-woogie, o rhythm and blues, o country, o folk, tudo ainda na esteira das big bands dos anos 1940, como que prenunciando o nascimento de um estilo musical que dominaria o mundo a partir de então.
Foi então que surgiu essa figura autoral, na pessoa de Chuck Berry, que fez a síntese de toda essa gestação de sons, ritmos e etnias, para apresentar ao mundo canções como Roll Over Beethoven:
Ainda outro dia lembramos aqui de sua parceria com Etta James cantando "Rock and Roll Music" no nosso circuito off carnaval.
Infelizmente, Chuck Berry nos deixou ontem, aos 90 anos de idade, sabendo que o mundo já o considerava e sempre o considerará alguém que marcou a nossa história com um antes e um depois.
Melhor então terminarmos essa pequena homenagem ouvindo Chuck Berry e John Lennon cantando "Johnny B. Goode", outro de seus clássicos que reverberarão pela posteridade: