Soninha Francine, não contente em ser péssima apresentadora de televisão e crer-se comentarista de futebol, parece querer empobrecer ainda mais as idéias políticas. Em entrevista ao UOL (clique aqui para ler), a atual vereadora e candidata a prefeita pelo PPS propõe instalar o pedágio urbano na cidade de São Paulo, sob o singelo argumento de que se trata de uma correção de injustiças, "porque todo mundo paga pelo efeito do automóvel na cidade, a construção de vias, os custos da poluição e do estresse". Primeiramente, se a idéia principal da nobre candidata é essa, já estamos diante de um caso de alguém que não tem propostas nem a mínima idéia do que seja um programa de governo para a cidade. A exemplo de César Maia, prefeito do Rio, quer apenas lançar factóides na mídia. Em segundo lugar, a demagogia de Soninha se assemelha à de Mário Covas quando defendia os pedágios nas marginais da Rodovia Castello Branco em Alphaville. Dizia o finado governador que "quem paga pedágio é rico", esquecendo-se (convenientemente) de que pobre também passa por lá, e até a sua passagem de ônibus é majorada pelos custos adicionais que ele dizia infligir aos ricos. Estes, por sua vez, repassam aos pobres os seus custos, e todo caminhão de chuchu que passe por esse pedágio vai repassar aos fregueses dos feirantes o pedágio do Covas (e da Soninha também, se ela tivesse alguma esperança de vencer a eleição), transformando tudo num passe-e-repasse sem fim.
Algo, entretanto, não deve nos escapar: toda vez que vemos algum político, seja ele governante ou candidato, dizer que vai instalar pedágios, ou adicionar algum encargo público aos nossos já combalidos bolsos, ele está confessando que não sabe administrar a coisa pública, nem vai coibir a corrupção. O que ele (ou ela) está dizendo, com outras palavras, é o seguinte: "olha, gente, eu não vou impedir a roubalheira nos cofres públicos, pois não sei administrar nem ter idéias ou impor respeito; então, quem vai pagar o pato é o povão, ou seja, vocês!". E dá-lhe outra taxa, tarifa ou imposto. E vamos nos conformando, achando que isto é normal. A cada dia que passa, valores supremos como ética, decência, honestidade, vão se parecendo mais e mais com histórias da carochinha, recordações esmaecidas de um passado que não existe mais. Pelo jeito, Soninha quer adaptar a frase originalmente atribuída a Osvaldo Aranha, transformando São Paulo num deserto de carros, mulheres e idéias.
Veja também: Um basta! aos pedágios abusivos
Algo, entretanto, não deve nos escapar: toda vez que vemos algum político, seja ele governante ou candidato, dizer que vai instalar pedágios, ou adicionar algum encargo público aos nossos já combalidos bolsos, ele está confessando que não sabe administrar a coisa pública, nem vai coibir a corrupção. O que ele (ou ela) está dizendo, com outras palavras, é o seguinte: "olha, gente, eu não vou impedir a roubalheira nos cofres públicos, pois não sei administrar nem ter idéias ou impor respeito; então, quem vai pagar o pato é o povão, ou seja, vocês!". E dá-lhe outra taxa, tarifa ou imposto. E vamos nos conformando, achando que isto é normal. A cada dia que passa, valores supremos como ética, decência, honestidade, vão se parecendo mais e mais com histórias da carochinha, recordações esmaecidas de um passado que não existe mais. Pelo jeito, Soninha quer adaptar a frase originalmente atribuída a Osvaldo Aranha, transformando São Paulo num deserto de carros, mulheres e idéias.
Veja também: Um basta! aos pedágios abusivos