Movimentos organizados de cidadãos paulistas contrários ao alto preço dos pedágios planejam promover uma paralisação geral nas rodovias do Estado no dia 1º de julho, caso não haja negociação com o governo para rever a política de concessões do governo estadual. Infelizmente, a coisa parece estar partidarizada e inserida no contexto da disputa eleitoral PSDB x PT deste ano, mas não deixa de ser um excelente momento para que todos aqueles que não se conformam com os altos preços cobrados para trafegar nas rodovias paulistas aproveitem o momento para colocar o tema em pauta, procurando, sobretudo, tirá-lo do apaixonado e inconsequente debate eleitoral para discuti-lo como política de Estado. Aliás, está mais do que na hora do país sair dessa polarização idiota entre petistas e tucanos, entre direita e esquerda, e tratar as políticas públicas como uma questão pura e simples de exercício de cidadania.
Ainda que todos paguem os seus impostos, inclusive o IPVA, o que - em tese - faz com que construir e conservar estradas boas seja uma obrigação (e não um favor) do Estado, acho que há um certo consenso de que é minimamente aceitável pagar pedágio para ter estradas melhores. A questão é o alto preço dos pedágios, cobrados indistintamente com critérios discutíveis e a preços absurdos. Os governantes se defendem dizendo que a privatização das rodovias - com as consequentes tarifas abusivas -, se justifica pela qualidade e transparência dos serviços prestados, esquecendo-se de que, ao dizer isso, estão confessando que não têm competência para gerir a malha rodoviária, nem dispõem de pessoas honestas para comandá-la. Também não fica claro se as concessionárias contribuem de alguma maneira para o caixa de suas campanhas. Outra alegação corriqueira é a de que só paga pedágio quem é rico, o que é a mais deslavada demagogia, já que o preço pago pelo produtor/prestador na estrada vai inflacionar o preço final que o consumidor paga pelo produto ou serviço que compra, seja ele um tomate ou um automóvel. Além disso, as empresas de ônibus já diluem o preço do pedágio no valor de suas passagens, encarecendo-as a cada nova praça construída. Enfim, não resta ao cidadão senão procurar (e protestar) pelos meios legítimos uma revisão nesta política vergonhosa.
Eis a notícia do movimento antipedágio, do site Cosmo On Line:
Grupo antipedágio ameaça parar rodovia
Caso não haja acordo, a paralisação, organizada entre todos os movimentos contra os pedágios existentes em SP
Venceslau Borlina Filho
Agência Anhanguera de Notícias
Integrantes da Comissão Cidadania Participativa de Indaiatuba ameaçaram ontem (11/02) parar as rodovias paulistas caso o governador José Serra (PSDB) não abra a discussão para rever o modelo de concessão. A intenção é criar, com apoio de deputados estaduais da bancada petista, uma frente parlamentar na Assembleia Legislativa específica sobre o assunto e convocar o Estado para a discussão. Caso não haja acordo, a paralisação, organizada entre todos os movimentos contra os pedágios existentes em São Paulo, já teria data para acontecer: 1º de julho, ficando marcada como o Dia de Mobilização contra os Pedágios no Estado de São Paulo — data-base de reajuste das tarifas.
O recado foi dado durante a 1ª Reunião Estadual dos Movimentos contra os Pedágios Abusivos do Estado de São Paulo organizada pela comissão — grupo que luta pela diminuição da tarifa de R$ 8,80 cobrada na praça do Km 60 da Rodovia Santos Dumont (SP-75). Indaiatuba é uma das que mais sofrem os efeitos de um pedágio na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Em toda a RMC, são 11 praças de pedágio. Se somadas as praças na região expandida, incluindo municípios como Elias Fausto, Itupeva, Atibaia, Louveira, Rafard, entre outros, esse número sobe para 22. “Queremos usar a frente parlamentar para negociar. Se não tivermos avanços, vamos conclamar todos os movimentos a parar os corredores”, disse o coordenador da comissão, José Matos. Serra anunciou na semana passada a diluição do valor da praça de pedágio de Jaguariúna, criando uma praça em Mogi Mirim e dividindo a cobrança da tarifa.
Os deputados petistas Roberto Felício, Marcos Martins e Antonio Mentor apoiaram a iniciativa. A deputada Ana Perugini (PT), apesar de demonstrar preocupação com a paralisação programada, também apoiou a mobilização em torno dos pedágios. Os deputados questionam, principalmente, a outorga da concessão, onerosa aos usuários das rodovias que já contribuem com impostos destinados a conservação de rodovias, como o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Outro ponto levantado foi a comparação entre os modelos de concessão do Estado e do governo federal, cuja diferença está entre o valor da outorga e a exploração pela menor tarifa.
Ainda que todos paguem os seus impostos, inclusive o IPVA, o que - em tese - faz com que construir e conservar estradas boas seja uma obrigação (e não um favor) do Estado, acho que há um certo consenso de que é minimamente aceitável pagar pedágio para ter estradas melhores. A questão é o alto preço dos pedágios, cobrados indistintamente com critérios discutíveis e a preços absurdos. Os governantes se defendem dizendo que a privatização das rodovias - com as consequentes tarifas abusivas -, se justifica pela qualidade e transparência dos serviços prestados, esquecendo-se de que, ao dizer isso, estão confessando que não têm competência para gerir a malha rodoviária, nem dispõem de pessoas honestas para comandá-la. Também não fica claro se as concessionárias contribuem de alguma maneira para o caixa de suas campanhas. Outra alegação corriqueira é a de que só paga pedágio quem é rico, o que é a mais deslavada demagogia, já que o preço pago pelo produtor/prestador na estrada vai inflacionar o preço final que o consumidor paga pelo produto ou serviço que compra, seja ele um tomate ou um automóvel. Além disso, as empresas de ônibus já diluem o preço do pedágio no valor de suas passagens, encarecendo-as a cada nova praça construída. Enfim, não resta ao cidadão senão procurar (e protestar) pelos meios legítimos uma revisão nesta política vergonhosa.
Eis a notícia do movimento antipedágio, do site Cosmo On Line:
Grupo antipedágio ameaça parar rodovia
Caso não haja acordo, a paralisação, organizada entre todos os movimentos contra os pedágios existentes em SP
Venceslau Borlina Filho
Agência Anhanguera de Notícias
Integrantes da Comissão Cidadania Participativa de Indaiatuba ameaçaram ontem (11/02) parar as rodovias paulistas caso o governador José Serra (PSDB) não abra a discussão para rever o modelo de concessão. A intenção é criar, com apoio de deputados estaduais da bancada petista, uma frente parlamentar na Assembleia Legislativa específica sobre o assunto e convocar o Estado para a discussão. Caso não haja acordo, a paralisação, organizada entre todos os movimentos contra os pedágios existentes em São Paulo, já teria data para acontecer: 1º de julho, ficando marcada como o Dia de Mobilização contra os Pedágios no Estado de São Paulo — data-base de reajuste das tarifas.
O recado foi dado durante a 1ª Reunião Estadual dos Movimentos contra os Pedágios Abusivos do Estado de São Paulo organizada pela comissão — grupo que luta pela diminuição da tarifa de R$ 8,80 cobrada na praça do Km 60 da Rodovia Santos Dumont (SP-75). Indaiatuba é uma das que mais sofrem os efeitos de um pedágio na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Em toda a RMC, são 11 praças de pedágio. Se somadas as praças na região expandida, incluindo municípios como Elias Fausto, Itupeva, Atibaia, Louveira, Rafard, entre outros, esse número sobe para 22. “Queremos usar a frente parlamentar para negociar. Se não tivermos avanços, vamos conclamar todos os movimentos a parar os corredores”, disse o coordenador da comissão, José Matos. Serra anunciou na semana passada a diluição do valor da praça de pedágio de Jaguariúna, criando uma praça em Mogi Mirim e dividindo a cobrança da tarifa.
Os deputados petistas Roberto Felício, Marcos Martins e Antonio Mentor apoiaram a iniciativa. A deputada Ana Perugini (PT), apesar de demonstrar preocupação com a paralisação programada, também apoiou a mobilização em torno dos pedágios. Os deputados questionam, principalmente, a outorga da concessão, onerosa aos usuários das rodovias que já contribuem com impostos destinados a conservação de rodovias, como o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Outro ponto levantado foi a comparação entre os modelos de concessão do Estado e do governo federal, cuja diferença está entre o valor da outorga e a exploração pela menor tarifa.