
O advogado do governador afastado José Roberto Arruda, Nélio Machado, disse que ainda não teve acesso integral ao inquérito e que só vai comentar a ação penal quando ela estiver instalada, e não as investigações.
Nélio Machado disse ainda que existe uma “perseguição ao governador” e que ele está sendo “crucificado”. A Globo News não conseguiu falar com o advogado do governador em exercício, Paulo Octávio.
Já a assessoria da Polícia Civil disse que os inquéritos correm em segredo de Justiça e que as conclusões obtidas até agora foram encaminhadas ao Ministério Público e ao Judiciário. A assessoria também negou ter qualquer conhecimento sobre vazamentos nas investigações.
Aliás, se é que vivemos num Estado de Direito, como dizem os juristas que elogiam o sistema judicial brasileiro, está mais do que na hora de garantir que ele funcione honestamente. Uma das medidas que poderiam ser adotadas para tornar o país mais justo e legal seria saber exatamente de onde vem o dinheiro que paga os advogados dos corruptos. Não há dúvida de que recebem muito dinheiro, mas a pergunta que não quer calar é: a origem deste dinheiro é lícita? Ou é o dinheiro roubado que financia este pagamento? Afinal, o seu direito de defesa deve ser garantido, como manda a Constituição, mas que seja ele próprio que pague, e não os cofres públicos que arrombou.
Se o Brasil fosse um país sério, deveria ser criado um mecanismo legal que deixasse essa questão transparente, como impor ao investigado o ônus de comprovar a origem lícita do dinheiro com o qual está pagando seu advogado, dinheiro este que deveria ser depositado em juízo até que se comprovasse efetivamente que ele não foi obtido ilegalmente. Talvez - com esta obrigação - a sociedade fosse brindada com dois benefícios: o advogado pensaria duas vezes antes de assumir um caso envolvendo corruptos, e ele seria o maior interessado em que a Justiça fosse rápida, mas - por enquanto - este é só o delírio de um cidadão indignado.