Para todos aqueles que, como eu, se interessam por saber como o interior do Brasil foi desbravado, em especial o Estado de São Paulo, a Biblioteca Nacional disponibilizou a versão digital da obra "Exploração dos Rios Itapetininga e Paranapanema", de Theodoro Sampaio, publicado pela Imprensa Nacional do Rio de Janeiro em 1889 (clique aqui para acessá-la). Em 1886, o interior do Estado de São Paulo era um imenso sertão pouco povoado, com pequenos centros urbanos espalhados até Botucatu, e alguns vilarejos isolados no meio das matas e das populações indígenas (principalmente os chavantes, caiuás e kaingangs). Foi neste ano que Theodoro Sampaio iniciou sua expedição na nascente e confluência dos rios Itapetininga e Paranapanema até a foz deste último no Rio Paraná, numa época em que não havia praticamente nenhum recurso ou socorro à disposição, mas em compensação o rio Paranapanema ainda tinha vários saltos, cachoeiras, pedras e correnteza, que foram desaparecendo com a construção das usinas hidrelétricas a partir da segunda metade do séc. XX. Sampaio registra, inclusive, a presença das ruínas da redução jesuítica de Santo Inácio, agora parcialmente submersas, na região do que hoje chamamos de Pontal do Paranapanema, antigo baluarte da ocupação colonial espanhola no Paraná, destruída pelos bandeirantes capitaneados por Raposo Tavares e Manuel Preto no início do século XVII.
Num tempo em que as enchentes e alagamentos são rotineiros, não podemos afogar a memória e nos iludirmos pensando que a urbanização do Brasil é um fato antigo, quando geralmente faz menos de 100 anos que muitas cidades existem, e, para tanto, faz-se necessário rever registros históricos de tempos e lugares não tão distantes assim, mas que não existem mais.
Num tempo em que as enchentes e alagamentos são rotineiros, não podemos afogar a memória e nos iludirmos pensando que a urbanização do Brasil é um fato antigo, quando geralmente faz menos de 100 anos que muitas cidades existem, e, para tanto, faz-se necessário rever registros históricos de tempos e lugares não tão distantes assim, mas que não existem mais.