segunda-feira, 5 de julho de 2010

Igreja católica salvadorenha não quer leitura bíblica nas escolas

A notícia é do jornal La Jornada, do México. Com vistas a "fomentar valores morais" e combater desde a infância a violência que hoje assola El Salvador, o congresso daquele país aprovou lei que torna obrigatória a leitura da Bíblia nas escolas salvadorenhas. 

A liderança local da igreja católica, através do arcebispo de San Salvador, D. José Luís Escobar Alas, manifestou-se contra a lei e pediu ao presidente Mauricio Funes que a vete, por considerar que nenhum grupo religioso foi consultado a respeito, e por temer que a iniciativa provoque ainda mais divisões na população. 

Nunca é demais lembrar que D. Escobar Alas é o terceiro sucessor de D. Oscar Romero, bispo que defendia a pacificação e o respeito aos direitos humanos na guerra civil salvadorenha na década de 70, e que justamente por isso foi assassinado em 24 de março de 1980, e é lembrado como um dos mártires cristãos do século XX e colocado na galeria dos mártires da Abadia de Westminster na foto abaixo, ao lado de Madre Isabel da Rússia e dos pastores Martin Luther King Jr. (batista) e Dietrich Bonhoeffer (luterano). 

Não deixa de ser uma decisão polêmica a do arcebispo atual de San Salvador, já que os principais adversários das leis que privilegiam uma determinada religião são geralmente ateus ou religiosos que defendem o laicismo (a separação entre Igreja e Estado). 

De fato, muitas das iniciativas legislativas que obrigam colocar a imagens ou ler textos bíblicos em locais públicos são apenas "para inglês ver", já que a corrupção e a violência correm soltas ao arrepio da religiosidade de quem quer que seja.

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