sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Evangélicas não querem vacinar filhas contra HPV

Acredita-se que o HPV - sigla em inglês pela qual é conhecido o vírus do papiloma (ou papilomavírus) humano - esteja diretamente relacionado com o câncer de colo de útero em cerca de 95% dos casos de incidência da neoplasia.

Estima-se, ainda, que de 25% a 50% das mulheres do mundo estejam infectadas com o HPV, correndo sério risco de desenvolver a enfermidade num determinado ponto de suas vidas.

A principal forma de contágio pelo HPV é a relação sexual, o que o torna a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente que se conhece.

O Ministério da Saúde brasileiro programou para 10 de março de 2014 o início da vacinação em massa (e facultativa) contra o HPV, tendo como público-alvo as meninas entre 11 e 13 anos, com o fim de diminuir a incidência da doença no futuro, com a redução dos custos humanos e de saúde pública a ela associados.

Não foi possível verificar com exatidão a origem da informação, mas circula na internet a reprodução de uma notícia de jornal (supostamente do Estado do Espírito Santo, vide abaixo) que diz que algumas mães evangélicas querem evitar que suas filhas tomem a vacina.


Um trecho da matéria relata o seguinte:
A pastora e psicanalista Raquel Diniz Jantorno, 38 anos, disse que não vai permitir que suas filhas - atualmente com 10 e 3 anos de idade - recebam a vacina quando tiverem idade para isso.
"Não tenho nada contra o cuidado do Ministério da Saúde com o povo brasileiro, mas acho que essa vacina é desnecessária. A melhor forma de prevenir Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) é a fidelidade no casamento.
De acordo com a pastora, a vacina em crianças e adolescentes pode estar incentivando uma iniciação sexual precoce. "Essa é uma idade em que os hormônios estão à flor da pele e tudo desperta curiosidade. Com a vacina, elas se sentiriam imunizadas e tentariam experimentar o novo".
Mais adiante, continua:
A dona de casa Elizângela Gomes, 28, que é evangélica, tem uma filha de 7 anos e também disse não ver necessidade da filha receber a vacina quando estiver na idade.
"O que previne mesmo as meninas mesmo do HPV é a relação com um só parceiro. Desde já converso com ela, na linguagem simples que ela entenda, sobre a sexualidade". O presidente da Associação de Pastores Evangélicos da Grande Vitória, Enoque de Castro, acredita que a vacina é uma boa solução para a doença, mas concorda que a melhor prevenção é a fidelidade.
Com o devido respeito à opinião da "pastora e psicanalista", da dona de casa e do pastor-presidente, o que eles ignoram (ou fingem ignorar) é o fato de que, mesmo que suas filhas venham a ter um só parceiro sexual durante a vida, apesar de todas as precauções que tomarem, nada lhes pode garantir que exatamente esse único parceiro não esteja contaminado com o vírus HPV quando vier a ter relações sexuais com suas rebentas.

Isso sem contar, é claro, a confiança exagerada que os pais têm no seu próprio discurso, imaginando que só isso será suficiente para impedir que suas filhas se deixem levar pelas inúmeras influências com que se depararão na adolescência.

Afinal, mesmo que configurasse algum estímulo à iniciação sexual precoce, a vacina contra o HPV seria o menor deles, diante de tantos outros chamarizes na sociedade altamente erotizada em que vivemos.

Já que se preocupam tanto com esse bombardeio incessante de mundanismo, talvez fosse de bom tom refletir um pouco sobre o conselho de Paulo a Tito (1:15) - " Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e incrédulos nada é puro; antes tanto a sua mente como a sua consciência estão contaminadas".

É na mente que mora a contaminação!

Com fidelidade ou não, seria muito melhor deixá-las desde já vacinadas contra um mal que lhes pode ser fatal. Simples assim...



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